Mais de uma semana havia se passado, e eu, por mais que tentasse, não conseguia me aproximar da Freire. Ela sempre me dava as costas e me deixava falando sozinho, ou me respondia sarcasticamente.
Fora isso, tinham as entediantes aulas de literatura, que comecei a fazer apenas para tentar me aproximar dela, o que não surgiu tanto efeito quanto eu gostaria.
Para amortecer todo o estresse, nada melhor do que uma festa em grande estilo, e festas eram a especialidade dos Betas. A fraternidade estava cheia de universitários, a maioria já estava mais do que alcoolizada, e Grown Man do Marshmello, tocava alto.
Estava em um canto da festa, bebendo e olhando as pessoas dançarem, quando olhei para a entrada e a vi entrar ao lado do seu amigo. Dessa vez ela se arrumou para a festa, e estava ainda mais linda. Usava um vestido curto e justo branco, seus cabelos estavam soltos e cacheados, e usava uma maquiagem leve realçando seu rosto bonito.
Pensei em me aproximar, mas o idiota do Yuri foi mais rápido do que eu, e já veio oferecendo uma bebida para ela, que sorriu em agradecimento, antes de pegar o copo da sua mão. O conheço bem o suficiente para saber que os planos eram embebedá-la e conseguir acabar com essa aposta hoje, e é claro que eu não podia deixar isso acontecer.
Não demorou muito para ela se soltar, e os dois dançavam animados no centro da sala, seu amigo estava bem próximo dela, dançando com um outro cara. Nesse momento, começou a tocar Starships, e ela abriu um sorriso lindo antes de começar a dançar no ritmo da música.
Seu vestido subiu um pouco, revelando ainda mais suas coxas torneadas, e eu seguia o movimento dos seus quadris enquanto ela rebolava. Quando vi Yuri a segurar pela cintura e aproximar seus corpos, eu soube que era o meu momento de agir.
Enchi meu copo com cerveja que estava no barril, e andei até ele. Fingi tropeçar e derrubei minha bebida nas costas de Yuri, que se virou bravo para me encarar.
— Porra, Rios.
— Foi mal, cara. — tentei soar o mais descontraído possível, usando uma voz arrastada para me fingir de bêbado. Passei a mão pelo cabelo e sorri — Tropecei no fio e já tô meio alto.
— Eu já volto. — ele disse olhando para a Ju, e saiu me dando mais um olhar mortal, mas nem me importei.
— Começou a gostar de festas, Freire? — provoquei e ela rolou os olhos.
— Me esquece, Rodolffo. — ela bufou e me deu as costas, de novo, como sempre fazia comigo nos últimos dias.
Dessa vez eu a segui até a parte dos fundos da casa.
— Calma, só estava brincando, bravinha.
Chegamos ao gramado, e vi que alguém teve a ideia de colocar sabão na hidro ao lado da piscina, mas colocaram tanto, que tinha espuma para todo o lado, e até um pouco na piscina.
— Sabia que esse seu comportamento está começando a me assustar? — ela se virou para me olhar, suas bochechas estavam coradas e eu demorei meu olhar em seus lábios volumosos, ressaltados por um batom rosado. — Gostava mais de você quando apenas me odiava.
— Então gostava de mim, Freire? — não resisti a provocação e a achava ainda mais adorável quando estava brava comigo.
— Vai se ferrar. — ela esbravejou antes de se afastar, indo justamente para perto da espuma.
Foi quando eu vi que ela ia escorregar, que tomei uma atitude para que ela não caísse, só não imaginei que estivéssemos tão próximos da borda da piscina.
— Juli, cuidado! — ele tentou me alertar, mas era tarde demais.
Aqueles universitários estúpidos tinham que estar brincando com espuma ao lado da piscina. Queria tanto me afastar dele, que acabei escorregando, e quando vi que ele estava perto, pensei em me segurar nele para não cair.
Agarrei sua blusa com força, e ele ainda tentou me segurar, mas não foi o suficiente e caímos os dois dentro da água.
Senti suas mãos fortes me segurarem pela cintura e me levar de volta para a superfície, meus olhos ainda estavam levemente embaçados por causa da água e demorei mais de um segundo para assimilar nossa proximidade.
Suas mãos estavam firmes em minha cintura, meus seios esmagados contra o seu peito musculoso, e seu calor invadindo meu corpo. Levantei meu olhar para o seu rosto e vi seu cabelo molhado caindo pela testa, deixando várias gotículas de água caírem pelo seu rosto bonito. Senti um arrepio quando olhei para seus lábios cheios em formato de coração, e engoli seco quando eu o vi umedecê-los.
Nossas respirações estavam ofegantes, e mesmo que meu subconsciente gritasse para que eu me afastasse logo dele, não conseguia me mover, era como se eu estivesse hipnotizada, presa em algum tipo de encanto.
Fomos nos aproximando aos poucos, quase que em câmera lenta, senti seu hálito quente, mentolado e levemente alcóolico tocar minha face, ao mesmo tempo que nossos narizes roçavam um no outro.
Rodolffo e eu iríamos nos beijar!
Minha mente constatou isso enquanto diminuíamos a distância dos nossos lábios.
E o pior... eu queria que ele me beijasse.
— Ju! — a voz de Yuri me fez sair do transe, e empurrar Rodolffo para longe e nadar para perto de Yuri.
Ele me ajudou a sair da piscina, meu vestido branco estava completamente encharcado e levemente transparente, abracei meu corpo na tentativa da aquecê-lo e também esconder meus seios. Olhei para o lado e vi Rodolffo saindo da piscina, sua camisa preta grudada ao seu abdômen definido, fazendo os desenhos dos seus gominhos aparecerem.
— Tá tudo bem? — Yuri perguntou preocupado e eu fiz que sim com a cabeça.
— Eu caí na piscina. — contei, tentando desviar meus olhos de Rodolffo.
— Minha jaqueta tá no carro... — ele começou a dizer, mas Yuri o interrompeu.
— A minha também, pode deixar que eu cuido dela. — ele passou a mão pela minha cintura e me conduziu para fora dali, para longe dele.
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A Aposta
FanfictionJuliette Freire e Rodolffo Rios se odeiam há três anos e não fazem questão de esconder o ódio mútuo que sentem um pelo outro. Sejam com piadas ou provocações, eles sempre estão trocando farpas pelos corredores da Universidade. Ele a odeia por tudo o...