Acordei sentindo minha cabeça zunir, além de um gosto amargo na boca. Demorei alguns segundos para me ambientar e entender que eu não estava em casa quando abri os olhos. Eu estava dormindo no sofá dela.
O cheiro de café recém passado chamou minha atenção e eu olhei para cozinha, a vendo andar para um lado e para o outro, enquanto preparava o café. Ela usava um pijama curto e de tecido fino, que realçava todas as suas curvas, fazendo o meu amigo dar sinal de vida nas minhas calças.
Esfreguei meu rosto e me levantei, sentindo meu estômago reclamar por ter ingerido álcool de estômago vazio.
— Bom dia, pequena. — ela me olhou por alguns instantes e depois suspirou.
Eu sabia que ela ainda estava brava comigo, mas mesmo com essa constatação, meu coração batia disparado, e só de estar perto dela eu sentia meu corpo inteiro formigar. Mesmo tentando deixar ela em paz, quando eu bebia minhas pernas sempre me faziam parar aqui.
Já era um avanço e tanto ela não ter me expulsado como sempre e ter me deixado dormir no sofá. Meu corpo se acendeu em esperança, talvez seu ódio por mim tivesse diminuído ao menos um pouco, talvez eu ainda tivesse chance para concertar tudo.
— Bom dia. — ela respondeu, colocando algumas frutas recém picadas em um pote — Estou fazendo nosso café, mas acho que antes precisa de banho e um corte de cabelo, não necessariamente nessa ordem. — ela brincou, e eu sorri bobo para ela — Vem.
A Ju me levou até o seu quarto, entrando na sua suíte em seguida e retirando de uma gaveta máquina de cortar cabelo e uma tesoura.
— Minha mãe já teve salão e ela me ensinou a cortar cabelo, prometo que não vou fazer besteira. — ela explicou ao me ver olhar curioso para os itens que ela dispunha na bancada do banheiro — Acho melhor tirar a camisa. — ela pediu sem graça e eu concordei, segurando a barra e a puxando pelos meus ombros.
Ela estava tentando não transparecer que minha presença a afetava, mesmo sendo de certa forma atenciosa, ela se mantinha séria e evitava sorrir para mim, e Deus, como eu sentia falta do seu sorriso. Eu sabia que a Ju era durona, além de orgulhosa, mas gostei de ver suas bochechas atingirem um tom avermelhado, e ela desviar o olhar quando me viu sem camisa.
Sorri de lado quando ela pigarreou e pegou a máquina na bancada, colocando o pente nela e me indicando o lugar que eu deveria sentar para ela iniciar meu corte. Sentir seu toque em meus cabelos me fez fechar os olhos e suspirar, sentindo falta de todas as vezes que ela puxava os meus cabelos quando a gente se beijava, ou fazia amor.
Ela parecia concentrada enquanto cortava meus fios, tomando cuidado para fazer o corte como ela se lembrava que eu gostava de usar. Em poucos minutos eu comecei a voltar a reconhecer o reflexo que me encarava no espelho. Com a tesoura ela aparou as pontas do meu topete, e depois pediu que eu abaixasse a cabeça para fazer o pezinho. Mordi os lábios e reprimi um palavrão quando a senti se aproximar e soprar minha nuca, afastando os cabelos curtos do meu pescoço.
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A Aposta
FanficJuliette Freire e Rodolffo Rios se odeiam há três anos e não fazem questão de esconder o ódio mútuo que sentem um pelo outro. Sejam com piadas ou provocações, eles sempre estão trocando farpas pelos corredores da Universidade. Ele a odeia por tudo o...