Juliette Freire e Rodolffo Rios se odeiam há três anos e não fazem questão de esconder o ódio mútuo que sentem um pelo outro. Sejam com piadas ou provocações, eles sempre estão trocando farpas pelos corredores da Universidade.
Ele a odeia por tudo o...
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Já faziam algumas horas que estávamos em silêncio, e a única coisa que escutávamos, eram meus dedos batendo nas teclas do notebook, nossas respirações e o barulho das páginas dos livros hora ou outra, quando ele terminava a leitura e virava a página.
Rodolffo parecia concentrado na leitura do livro e eu segurava a vontade de rir todas as vezes que ele fazia alguma careta enquanto lia. Estávamos lado a lado, ele deitado na cama, mexendo nos cabelos e lendo, enquanto eu estava sentada ao seu lado, com o notebook no colo.
O ouvi suspirar por várias vezes seguidas, e me virei para ele com as sobrancelhas franzidas.
— Como podem gostar tanto dessas coisas melosas?
— Existem homens românticos, nem todos são como você. — retruquei, e ele rolou os olhos, marcando a página em que estava, antes de fechar o livro e se sentar na cama.
— Homens só falam essas coisas, para conseguir entrar nas suas calças.
— Não esperaria que alguém como você entendesse de sentimentos. — dei uma risada fraca, enquanto fechava a tela no notebook e me espreguiçava.
— Você sempre me julga, não é Freire? — ele parecia irritado. — Tenho certeza que se fosse você escrevendo, falaria tão mal de mim, quanto Elizabeth fala mal desse Darcy.
— Agora é você quem está me julgando, Rios.
— Só estou dizendo a verdade, você nunca permitiu minha aproximação, ficou por anos falando mal de mim no jornal da universidade, e nunca se preocupou em me conhecer, pelo menos não de verdade.
Engoli em seco com a sua acusação, ele não estava de todo errado. Apesar de me sentir atraída por ele, sempre o vi como uma pessoa que não merecia minha atenção, e nunca me preocupei em saber a verdade sobre ele.
O julguei como Elizabeth julgou o Sr. Darcy, e deixei meu pré-conceito sobre ele ultrapassar a realidade dos fatos.
— Desculpa. — pedi sem graça e ele abriu um meio sorriso.
— Já estudamos muito, e tenho certeza que pelo o tanto que digitou, que o trabalho já está quase pela metade, me deixa te levar em um lugar?
— Que lugar, Rios? — perguntei receosa cruzando os braços.
— Vai ser divertido, eu prometo. — rolei os olhos, mas assenti, não custava dar a ele uma oportunidade.
— Tudo bem.
Me levantei pegando minha mochila e chaves, mas ele me impediu.
— Vamos juntos, na minha moto. — Rodolffo me entregou um capacete e sorriu, e mesmo que eu estivesse insegura, eu aceitei. — Só vou colocar uma calça e tênis, me espera na sala que eu já vou.
Peguei meu celular, e deixei minha mochila em seu quarto. Não esperei por tanto tempo assim na sala, até que ele apareceu e fez um sinal para que eu o seguisse até o lado de fora, onde sua moto preta estava estacionada.