Pisquei várias vezes tentando me certificar que era realmente ela quem eu via na minha frente, em três anos, nunca vi a Juliette em uma festa. E quando a vi parecendo deslocada, pensei que pudesse ser a hora ideal de começar a colocar meu plano em prática.
— Onde vai? — a garota que eu não me lembro o nome perguntou, quando a afastei de mim e a tirei do meu colo.
— Vou pegar uma bebida. — pisquei para ela, que não pareceu se importar. — Volto logo.
Não tinha intenção nenhuma de voltar, mas ela não precisa saber disso.
Procurei a Juliette pelos corredores, e ela não parecia estar em lugar nenhum ali, então segui até a cozinha, onde a encontrei conversando com Yuri.
Fiquei parado no batente da porta, observando por um tempo os dois conversarem. Eles estavam de costas para mim, então não me viram parado ali, eu por outro lado, conseguia ver e ouvir tudo.
Ouvi ele elogiá-la e a Juliette corou e sorriu, aquele sorriso que ela sempre me negava, ela distribuiu muito facilmente a ele, eu estava perdendo e constatar isso foi como um soco no estômago.
Ver como ela parecia tão relaxada perto dele, me deixou... incomodado.
— Então você está mesmo aqui, achei que eu tivesse bebido demais. — decidi interromper aquela interação logo, antes que ele avançasse ainda mais e eu perdesse ainda essa noite.
— O que quer, Rios? — Yuri fez uma cara de desgosto para mim, quando me viu aproximar.
— Só vim pegar uma bebida, e aproveitei para ver nossa convidada ilustre. — caminhei até a geladeira a abrindo e peguei uma garrafa de vodka. — A Abby estava procurando por você. — menti olhando para Yuri e o vi engolir seco, queria ficar sozinho com a Juliette e eu precisava que ele fosse embora, sabia que ele e a líder de torcida tinham um lance.
— Te vejo depois? — ele perguntou para a Juliette e ela assentiu. Revirei os olhos quando o vi inclinar e lhe dar um beijo na bochecha, antes de nos deixar sozinhos.
— Yuri? — perguntei a ela e não pude deixar o tom de julgamento em minha voz.
— Não sabia que te devia satisfações, Rios. — ela rebateu incomodada. — E muito menos que você se importasse com quem eu converso ou deixo de conversar.
— Calma, bravinha. — dei uma risadinha e a vi rolar os olhos, era divertido ver suas reações quando eu atingia seus nervos. — Você está muito nervosa para quem está em uma festa, talvez eu possa te ajudar a relaxar.
— Cala a boca. — ela respondeu irritada, se afastando da ilha e caminhando em direção a saída, quando eu me pus a sua frente e a fiz parar.
— Por que não me cala, Freire? — perguntei num sussurro.
— Vá se foder. — ela retrucou, saindo de perto de mim, e dessa vez não a impedi.
— Só se vier comigo. — provoquei, enquanto ela ainda não havia saído da cozinha.
Ela apenas levantou a mão e me deu o dedo médio, me fazendo rir ainda mais.
Seria mais difícil do que eu pensei, mas faria de tudo para ganhar essa aposta.
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Já faziam alguns dias desde o início da nossa aposta, e enquanto Yuri avançava e parecia a cada dia ganhar ainda mais a confiança da Juliette, eu continuava estagnado. Ela me odiava demais para simplesmente me dar confiança, e eu já começava a acreditar que foi uma péssima ideia ter caído na pilha de Yuri.
— Vai furar a testa do Montgomery com os olhos, se continuar o olhando assim. — Bianca, uma das líderes de torcida e minha amiga, sentou ao meu lado, tirando a minha atenção de Yuri e Juliette do outro lado do refeitório. — Owen me contou sobre a aposta estúpida que você e o Yuri fizeram, e até agora não entendi o porquê aceitou isso. Tentar conquistar a menina com quem você é obcecado desde o primeiro dia de aula?
— Não sou obcecado por ela, Bia. — neguei e ela bufou, rolando os olhos. — E nem importa de qualquer forma, parece que vou perder feio. — dei um sorriso sem ânimo e Bianca me olhou descrente.
— O capitão do time desistindo de uma competição, nem parece você.
— Eu não sei o que fazer para que ela confie em mim.
— Descobre as coisas que ela gosta, tenta ser amigo dela. Você foi um escroto com ela nos últimos três anos, tente ser gentil.
Nunca havia pensando por aquele lado, e assim que ouvi seu conselho, me toquei de que era realmente uma excelente ideia. Vou usar todo o meu charme para conquistá-la.
— Você é um gênio, Bia. — me aproximei dela e lhe dei um beijo no rosto. Bia fez cara de nojo e limpou a bochecha, me fazendo rir.
— Sabe bem que não faz meu tipo.
Dei uma risada e voltei meu olhar para o outro lado do refeitório, vendo a Juliette mexer no celular do Yuri, e depois entregá-lo o aparelho, provavelmente passando o seu número de telefone para ele.
— Eu estudei com um menino na quinta-série, que fazia de tudo para implicar comigo. Puxava meu cabelo, jogava minhas coisas no chão e eu simplesmente o detestava. — Bianca disse, seguindo meu olhar para onde os dois estavam. — Descobri depois que ele gostava de mim, e fazia essas coisas pra chamar minha atenção.
— Onde quer chegar com isso, Bia?
— Tem certeza que não sabe onde eu quero chegar? — ela questionou olhando nos meus olhos.
— Você e Owen com essa história louca que eu gosto dela. — suspirei e passei minhas mãos pelos meus cabelos.
— Não gosta mesmo? — ela insistiu e eu pensei por um momento.
— Não.
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A Aposta
FanfictionJuliette Freire e Rodolffo Rios se odeiam há três anos e não fazem questão de esconder o ódio mútuo que sentem um pelo outro. Sejam com piadas ou provocações, eles sempre estão trocando farpas pelos corredores da Universidade. Ele a odeia por tudo o...