Vinte e quatro

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Rodolffo me buscou para irmos juntos ao campus, ainda hoje seria o jogo dos lobos contra os touros, e viajaríamos cedo para a cidade vizinha

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Rodolffo me buscou para irmos juntos ao campus, ainda hoje seria o jogo dos lobos contra os touros, e viajaríamos cedo para a cidade vizinha.

Acenei e sorri para Yuri quando o vi, enquanto ele se limitou a apenas um leve aceno de cabeça na minha direção. Imaginava que ele tinha se afastado depois da minha recusa as suas investidas, sei que errei em ter dado esperanças a ele, mas me sentia mal em como as coisas terminaram entre nós dois. Tentei me aproximar algumas vezes, mas ele era sempre frio e distante, agia como se nem me conhecesse.

O vi lançar um olhar desconfiado em direção ao Rodolffo, eu sabia que nossa aproximação e amizade, ainda causava estranheza em algumas pessoas, muitos não entendiam em como conseguimos ser amigos depois de todas as provocações. Mas era uma coisa que eu realmente não queria me preocupar agora, nós dois sabíamos o que estávamos vivendo, e para mim, isso bastava.

Sentamos lado a lado no ônibus, as líderes de torcida faziam festa junto aos outros jogadores e logo o veículo foi tomado por vozes e canções típicas de viagem em grupo. Dei risada quando vi Bianca batucar no banco, enquanto cantava a plenos pulmões, mas logo me voltei ao atleta ao meu lado, vendo seu semblante sério e pensativo.

— Tá nervoso? — Rodolffo estava distante, ele tentava parecer confiante, mas sabia que pela falta da presença da torcida nesse jogo, que eles estavam apreensivos.

Querendo ou não, o apoio da torcida era importante. E sei que ele tinha medo de acontecer o mesmo que aconteceu no campeonato do ano passado.

— Todos os próximos jogos são muito importantes. — ele se limitou a dizer, sem dar muito detalhes.

E nem precisava, nos próximos jogos teriam olheiros, e para muitos dos atletas que desejam se tornar jogadores profissionais, cada jogo se tornava importante para impressioná-los e serem escolhidos no draft.

— Vai dar certo, vocês têm treinado muito e você mesmo me disse que estão preparados.

— Estamos. — ele afirmou com um meio sorriso, e eu procurei pela sua mão, dando um aperto para que ele entendesse que eu estava ali por ele.

Passamos as próximas horas falando besteira e eu tentei o tempo inteiro o distrair para que ele relaxasse e não pensasse no jogo de mais tarde. Logo ele já estava mais relaxado, dando risada e conversando assuntos aleatórios comigo.

— Ah! Eu quase ia me esquecendo. — o vi pegar a mochila no chão, e tirar de dentro dela uma sacola — Trouxe pra você, é a menor que eu tenho, mas ainda acho que vai ficar grande em você.

Abri a sacola curiosa, e me deparei com uma camisa do time de futebol. Tinha a numeração dele, além do "R. Rios" estampado na parte de trás.

— Seria legal se usasse hoje, percebi que você não tem nenhuma camisa do nosso time.

— Quer que eu use a sua camisa? — perguntei surpresa, já sentindo meu coração besta disparar no peito, e minha mente viajar em pensamentos sobre o que aquele gesto significava.

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