Onze

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— Ei

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— Ei. — ouvi ele sussurrar no meu ouvido, jogando seu hálito quente no meu pescoço, e senti todo o meu corpo arrepiar em resposta.

— O que quer? — tentei me mostrar impassível, enquanto pegava alguns livros do meu armário.

— Só vim te dar bom dia, não te vi ontem.

Ele respondeu sorrindo e se escorou no armário ao meu lado, baixei meu olhar um pouco e o vi me estender um copo de papel, reconheci o rótulo no instante que bati o olho no copo, era de um dos food trucks do campus.

Saía uma fumaça quente pela tampa preta, o que me mostrava que o quer que tivesse ali dentro, era quente. Bem apropriado para aquele dia frio e nublado.

— Trouxe pra você. — ele segurou minha mão e colocou o copo nela, já que me mantive estática.

Sentir seu toque nas minhas mãos fez meu corpo formigar, e eu odiei as sensações que ele me fazia sentir.

— O que é isso?

— Chocolate quente. — ele sorriu e deu de ombros, levando as mãos até os bolsos da jaqueta do time e se encolhendo um pouco pelo frio.

— Por que? — perguntei ainda surpresa com sua atitude.

— Não posso ser gentil?

— Não, não pode. Prefiro quando você me odeia, não sei lidar com essa versão de você.

Eu sei que eu estava sendo cretina com ele, mas eu precisava dizer qualquer coisa que me fizesse parar de sentir meu coração batendo daquela forma.

— Melhor se acostumar, pequena. — ele se inclinou e me deu um beijo na bochecha, que me fez ficar sem reação por alguns segundos. — Te vejo depois da aula, temos um trabalho para terminar.

— Tudo bem, te mando meu endereço. — respondi desarmada e ele sorriu.

— Já tenho. — ele piscou antes de se afastar.

Obriguei as minhas pernas a andarem para a sala de aula, ainda segurando o copo do chocolate quente em minhas mãos, sentindo a quentura do líquido através do papel grosso.

Já na sala, sorvi um pouco do líquido quente, sorrindo discretamente quando lembrei do gesto surpreendente dele comigo, ainda achava estranha toda essa mudança de comportamento dele, e algo em mim gritava para que eu me afastasse.

Ainda me lembro do beijo que trocamos no paintball, e de como foi gostoso estar nos braços dele. Sempre imaginei como seria, mas a realidade ultrapassou todas as minhas expectativas.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos e possibilidades que foram surgindo na minha mente, nada daquilo fazia sentido.

Peguei os meus livros, quando vi o professor iniciar a aula, deixei o copo em cima da mesa enquanto fazia as anotações, e foi então que notei um desenho feito a mão no copo de papel, e sorri boba quando vi um coração.

A ApostaOnde histórias criam vida. Descubra agora