001 | ZOE

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— Meu nome é zoe, há um ano atrás eu fui brutalmente ataca pelo amor da minha vida. Nosso relacionamento não era um dos melhores mas eu sempre me doava a mais que ele. — Disse enquanto brincava com seus dedos de ambas as mãos como forma de "alívio" — Na-naquela noite...

— Você não precisa falar se não quiser.. não agora — prosseguiu a psicóloga enquanto analisa a forma que eu agia. — Você quer água ?

— Naquela noite, ele tinha voltado por volta das 03:00 horas da manhã, minha ansiedade tinha atacado pois sabia de sua amante. — continuei minha fala ignorando a pergunta da mesma, eu estava tensa mas nada iria me impedir de continuar. — Eu perguntei aonde ele estava e ele logo assumiu que estava com a... com a sua amante. — um nó se formava em meu estômago — Eu perguntei o que ela tinha que eu não tinha, ele me olhou com aqueles olhos de ódio e logo atirou-me um objeto que ficava como decoração na mesa.

Minha vida antes dele era como um conto de fadas. Minha convivência com meus pais era perfeita, eu os amava, eu tinha amigos, estava terminando o 4º período da faculdade de medicina, nunca tinha colocado um pingo de álcool em minha boca. Minha vida se resumia a minha família e meu futuro até o encontrar, no começo foi tudo lindo, tão perfeito, ele me trazia flores, falava o quanto eu era única e especial. Eu tinha sorte de encontrá-lo.
Tudo começou com um simples questionamento, sempre gostei de vestir vestidos, usar roupas mais afeminadas, mais fofas, segundo ele no começo é claro foi esse meu jeito meigo que o conquistou.
Era domingo, eu iria sair com ele, então coloquei o vestido que ele mais gostava. Quando eu o vi, seu olhar de apaixonado já não refletia sobre seu rosto, ele me disse que eu ficaria melhor com umas roupas mais vulgar, que amostrasse mais as minhas curvas. Não entendi muito bem o posicionamento dele segundo minhas roupas, mas assim eu fiz, o obedeci.
Mais tarde aquele simples questionamentos virou uma regra, eu já não poderia sair com ele usando as minhas roupas e sim as roupas que ele comprava pra mim, e óbvio não fazia o meu estilo mas eu sempre quis evitar brigas entre nós, então eu sempre cedia e vestia.
Ele começou a fazer a minha cabeça, falando o quanto meus pais me tratavam como uma criança sendo que eu tinha 17 anos e já era praticamente uma adulta. Com o tempo a sua fala sobre minha família tomou conta de meus pensamentos, aquela menina obediente, familiar, amora já não existia mais, eu mal conseguia falar uma palavra com minha mãe sem a insultar, o mesmo foi acontecendo com meus amigos. Ele começou a impedir de ver eles, e falava que não era bons amigos para mim, e eu como uma boba concordei e assim o fiz, me afastei de minha família e meus amigos. Naquela época, minha mãe me fez escolhe ele ou a família, eu obviamente escolhi ele, porque pra mim ele era
meu tudo.
Fui morar com ele, ele já tinha sua casa própria e lá só piorou tudo, ele saia de casa por volta das 06 horas da manhã e voltava só 22:00 horas, e com um dia na semana de folga, eu não conseguia me acostumar ficando sozinha em casa a boa parte do tempo e tentei procurar um emprego, mas óbvio, ele não deixou, ele não deixava eu se quer sair de casa. Na porta da mesma tinha uma câmera e sempre que ele voltava do trabalho fazia questão de olhar pra ver se eu tinha saído, recebido visitar ou algo que não sei explicar.
Aquele homem romântico virou o meu pior pesadelo, ele nunca mais me trouxe flores, doces e nem amor. Ele chegava em casa e descontava toda sua raiva do trabalho em mim, como um empurrão, xingamentos e até puxão de cabelo. Eu não o conhecia mais, porém era tarde de mais para qualquer coisa, minha família não falava comigo, meus amigos sumiram. Não preciso nem falar que minhas notas na faculdade foram decaindo, ao ponto de ficar presa sempre no 4º período. Eu o dependia dele para comer, para pagar minha passagem, até para respirar, e logo que ele viu minhas notas ele automaticamente me proibiu de ir a faculdade também.
Aqueles puxões de cabelo foram ficando mais intensos, mais raivosos, mais agressivos, os empurrões, foram me machucando, ele não queria nem saber se estava me machucando ou não, porque para ele aqueles roxos ficava sobre minha pele era como um aprendizado para mim, de como eu deveria agir daqui pra frente.
Ele fazia questão de falar que tinha amantes, o quão elas eram lindas e eu nunca chegaria ao pé das mesmas.

I Hate You | Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora