Eu podia esperar tudo, menos isso que a S/n tinha acabado de me contar. A irmã desaparecida? O que será que tinha acontecido? Até eu mesma estou curiosa para saber do paradeiro da sua irma.
Eu tenho que ajudar a minha omega de alguma forma, como? Eu não sei, mas eu começava a ter umas ideias.
Eu vou tentar trazer a sua irmã de volta e se caso ela não esteja viva, eu vou ser a força que a S/n precisara, não vou abandona-la. Depois do filme que a gente não conseguiu assistir por inteiro, já que ficamos sem clima algum para isso, resolvi fazer o almoço para a gente.
A ômega não está em seu melhor estado, tudo porque hoje é o aniversario de sua irmã que está desaparecida a dois anos. Eu gostaria muito de poder fazer alguma coisa para acalma-la, mas o que só vai resolver o seu problema, é trazendo a irmã de volta.
Na cozinha, S/n se sentou em cima da bancada americana e ficou mexendo as pernas para frente, e para trás, parece uma criança.
Descasco as batatas em que eu peguei e as lavei, e corto-as em tiras para poder fritar. Enquanto o óleo dourava as batatas em palitos, grelhei bifes bem temperados e suculentos para o nosso almoço.
Eu preparava tudo com maestria, mas a minha cabeça fervilhava em alguma solução ou em um começo para ajudar a s/n. Aos poucos tudo se encaixa, o jeito que o pai dela falou com a filha sobre querer o bem dela, sobre fazer a garota viver.
Eu consegui entender aquilo. A S/n está focada demais nesse caso e está esquecendo de si mesma.
- Quer uma salada? – Pergunto para ela, tirando-a de seus pensamentos melancólicos.
- Pode ser – Foi tudo o que ela respondeu, voltando a se enterrar novamente nos pensamentos.
- Eu estava pensando – Começo a tirar a batata frita do óleo e a coloco para descansar no papel toalha – O que a sua irmã fazia? Ela só ficava na casa de seus pais ou fazia mais alguma coisa dia-a-dia?
- A minha irmã tinha acabado de começar a faculdade para se tornar uma cientista – S/n começou a contar e ao mesmo tempo parecia estar divagando – Ela queria acabar com essa extinção e... acabar com todo esse preconceito que a sociedade tem.
- Hum – Aquilo me deixou mais pensativa – E a sua irmã abriu a boca para alguém sobre isso?
- Não, ela morre de medo dos caçadores e nunca abriu a boca para alguém sobre ser uma beta – S/n saltou da bancada e decidiu se encostar nela – A minha irmã só dizia para os outros que o seu sonho sempre foi ser uma cientista.
- E você já a procurou na faculdade? – Ela assentiu em resposta. Desligo o fogo dos bifes e vou até a geladeira em busca de uma salada para fazer – Ninguém sequer a viu?
- Não, ninguém e todos dizem que ela estava super normal – A Ômega suspirou pesadamente – Até mesmo as amigas não desconfiaram de nada.
- Certo... – Fecho as portas da geladeira assim que encontro uma verdura – Depois você me leva para essa faculdade.
- Mas jenn, eu já disse que eles não sabem de nada.
- Só vamos insistir, talvez a gente descubra alguma coisa – Dou de ombros.
- Tudo bem, mas já adianto que isso não vai nos levar a lugar nenhum.
Realmente, talvez a gente não consiga nenhuma informação, mas devemos insistir no mesmo lugar e depois veremos o que vamos fazer.O almoço ficou pronto, comemos em silencio, não quis ficar puxando assunto com a S/n por ver o seu estado, ela parece não querer conversar muito naquele momento.
Após o almoço, nos trocamos para irmos a faculdade. Como o dia está frio, optei por uma calça quentinha, botas curtas e um sobretudo felpudo de onça.
Ao sair do meu quarto, encontrei com ela me esperando no corredor, também arrumada. Ela está vestindo uma calça azul, um casaco grosso que a deixou parecendo um pinguim e eu a achei extremamente adorável, e para finalizar, botas de cano alto.
Agora que a S/n tem um Audi, a deixei que dirigisse, afinal, eu não sei onde a sua irmã fazia faculdade.
- Eu posso entender um pouco o lado do seu pai – Me pronunciou quebrando o silencio instalado.
- Ele não se abre comigo, sei que guarda tudo para si... – Ela não tirou os olhos da estrada que começava a ficar perigosa por conta da neve – Não é difícil para ninguém.
- A gente vai dar um jeito, pequena – Apoio a minha mão na sua coxa agasalhada.
- Eu gostaria muito de acreditar nisso,Jenn – S/n tirou uma mão do volante para poder deixa-la em cima da minha.
- Eu estou aqui com você, não importa o que aconteça.
- Eu fico me perguntando... – Ela me olhou rapidamente antes de focar na estrada – Por que está me ajudando? Por que quis entrar de cabeça nessa história toda? – Eu entendia as suas perguntas e ela também se referia ao casamento de mentira.
- Acho que eu não preciso responder isso – Abro bem a minha mão, podendo encaixar os meus dedos nos seus – Tanto eu, como você...sabemos do nosso destino, tudo está escrito e eu só estou esperando a nossa hora.
Mãos entrelaçadas, elas ficaram assim na coxa da Ômega que não abriu mais a boca e ficou encarando o tempo todo a estrada.
Não tem como mudar algo que já está escrito, não podemos interferir no nosso destino e é assim que funciona a nossa espécie, temos os nossos companheiros e nada vai mudar.
A faculdade em que chegamos é enorme, tem um belo campo na frente e um lindo jardim na entrada. Algumas pessoas passavam em frente, tem uns grupinhos sentados nos bancos e outros entravam na faculdade.
Assim que s/n e eu descemos, alguns nos olharam de cima a baixo e começaram a cochicharem, o que me deixou enfezada.
A omega tratou de alcançar a minha mão novamente e deu um pequeno aperto.
- Apenas ignore – Dito isso, me puxou para dentro da faculdade – Vamos na recepção.
- Esses filhinhos de papai estão me irritando – Rosno baixinho, o meu olhar intimidante fez aquelas criaturas desviarem os olhares.
- Provavelmente estão cochichando que eu sou a irmã da garota desaparecida – S/n tratou de colocar a sua melhor cara assim que alcançar a recepção – Boa tarde, eu sou a S/...
Continua??
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Big Bad Wolf - Jenna e S/n (Jenna g!P)
WerewolfAnos atrás, um cientista conseguiu fazer uma mutação perfeita entre um humano e um lobo. Com o passar dos anos, essa especie foi entrando em extinção. O que fez sobrar poucos ômegas, alfas e betas. Na sociedade, hoje em dia, eles são considerados ab...