P.O.V JENNAOcupo uma mesa vazia do lado de fora do Starbucks. Logo uma garçonete surgiu com o seu bloco de notas, pedi somente um café latte, que consiste em um café saboroso com espuma de leite.
Eu tinha combinado de me encontrar com o pai de S/n nesse estabelecimento, mas acabei vindo cedo demais.
A S/n foi para a empresa assinar uns papeis importantes para o nosso carro hibrido. Acabei optando por não contar a verdade para ela, apenas disse que eu teria um encontro com um acionista de uma outra empresa para tratarmos de investimentos. Eu não quero deixar ela preocupada em plena manhã, preciso ter essa conversa com o seu pai.
Aquela teoria toda de Melissa ficou em minha cabeça e eu não vou ficar em paz, porque se for verdade tudo aquilo que a grandona disse, eu posso livrar a ômega desse casamento forçado.
Afinal, estamos juntas de alguma forma...estamos, não é? A gente se beija e isso não é normal entre amigas, só se for uma amizade colorida. Mas somos mais do que isso, eu espero.
Caso o objetivo do pai seja fazer a filha viver, então o objetivo está concluído.Ela está totalmente diferente do começo, ela está se permitindo a mergulhar nisso que estamos tendo, está dando mais valor a si ao invés de focar apenas na busca da irmã.
A gente tem que saber dividir as coisas para não se afundar de uma vez nessa vida. A garçonete se aproximou com uma bela xicara cheia de latte, se retirou assim que deixei claro que não queria fazer mais outro pedido. E logo eu ficava a sós com o meu gostoso café.
- Desculpe o atraso, jenna - S/p parou bruscamente a minha frente - Eu já moro longe e essa pista está perigosa demais.
- O inverno está bem rigoroso - Olho para o chão ao ver a neve esparramada. Onde a mesa está, não tem muita neve, provavelmente os funcionários tiraram com uma pá.
- Com certeza! - Ele tirou o casaco grosso, ficando com um outro no corpo e deixou o tecido no descanso da cadeira antes de se sentar - Então, o que quer falar comigo?
- Depois do que aconteceu - Me refiro a carta - Não conversamos sobre... - Dou uma pausa para bebericar do meu café quentinho que prontamente me aqueceu - Por que escondeu da sua filha a todo esse tempo? Não era mais simples contar? Por mais que dói demais, ela precisava saber disso desde o começo.
- Eu não consegui, jenna - ele encarou as próprias mãos cobertas por luvas pretas - a minha filha estava tão obcecada em achar a irmã, ela simplesmente não aceitava o fato da...
- Ele engoliu em seco - estar morta.
- Mas você não podia ter escondido, tudo o que ela fez foi em vão!
- Eu sei! Eu sei! - Ele me fitou abaladamente - Eu só tentei protege-la, mas não fui um bom pai.
- As vezes você é estranho.
- Como é? - ele entrou em seu modo alfa, as mãos se fecharam em punhos
- Você está desconfiando de mim?
- Eu só quis dizer que...
- Quis dizer o que? Você não sabe pelo o que eu passei! - Apontou o dedo para mim - Eu sofri pra caralho. Eu simplesmente surtei por não encontrar a minha própria filha menor, eu abandonei a minha esposa, passei dias longe de casa e eu fiquei que nem a minha filha! - Rosnou enfurecido - Eu machuquei a minha esposa por não estar vivendo, por tê-la abandonado quando ela mais precisava.
O seu jeito bruto não me abalava, o que só me deixava triste é essa situação. Pois em seus olhos eu enxergava a verdade. A ponta do nariz do homem a minha frente começava a ficar vermelha.
Ele me fuzilava com os olhos, mas ao mesmo tempo tentava disfarçar a sua dor. A garçonete apareceu bem na hora, dessa vez focando a sua atenção ao Homem que pediu somente um café expresso.
Em questão de poucos minutos, a garçonete apareceu com a xicara cheia para o senhor S/p e mais uma vez ela se retirou nos deixando em paz.
Termino de tomar o meu latte antes que esfriasse completamente, afinal, estamos naquele inverno rigoroso.
- Quando eu achei essa carta, eu tive um surto grande - Ele voltou ao assunto após beber do seu café expresso - Como que eu ia contar para a minha filha ? Eu não tinha forças, a minha esposa estava sofrendo, eu estava sofrendo e a S/n não parava de procurar pela irmã -
Ele passou a mão enluvada pela cabeça - jenna , a S/a virou uma alcoólica. Ela se trancava na casa dela, aparecia algumas vezes na empresa e só saia de casa para procurar a irmã.
- Eu não quis te acusar.
- Sim, eu sou estranho. Mas esse é o meu jeito! - Ele espatifou a mão na mesa - Eu guardo para mim, eu faço as coisas achando que é melhor, mas não é!
- Tudo bem - Decido mudar de assunto, voltando ao foco principal de eu ter o convidado para cá - E sobre forçar a filha a se casar, não acha errado demais? A S/n aceitou apenas para te fazer feliz. Qual é a sua? O que você quer com isso?
- Eu só quero a minha filha feliz, eu só quero que ela viva - ele desabou ali, chorando pela primeira vez em minha frente - Já perdi uma filha, não quero perde-la também.
Ela estava tão afundada, isso me preocupava d-demais. - Fungou baixinho - E-ela e-está tão b-bem agora, eu consigo enxergar um brilho lindo naqueles olhinhos.
- Então tudo era um plano? Você não estava forçando ela a se casar comigo para ter filhos e acabarmos com a extinção? - Usei a teoria de Melissa.
- Sim, foi um plano - Ele passou a mão enluvada pelos olhos para limpar as lágrimas teimosas - ela pode fazer o que quiser da vida, mas a única coisa que eu quero, é que ela seja feliz.
Continua?
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Big Bad Wolf - Jenna e S/n (Jenna g!P)
LobisomemAnos atrás, um cientista conseguiu fazer uma mutação perfeita entre um humano e um lobo. Com o passar dos anos, essa especie foi entrando em extinção. O que fez sobrar poucos ômegas, alfas e betas. Na sociedade, hoje em dia, eles são considerados ab...