Capítulo -48

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Continuação.....

- VOCÊ NÃO ENTENDE! – E Ela explodiu, o que me deixou assustada. Se eu tivesse com whisky na boca, provavelmente estaria tossindo histericamente – VOCÊ NUNCA ME ENTENDE!

Ela saiu da cozinha em passos duros e sumiu da minha visão, me deixando sem entender nada. O que foi que aconteceu? Busco pelo meu copo ainda cheio e em uma golada só, virei o liquido forte em minha garganta.

O whisky me aqueceu prontamente, me deu forças para encarar aquele clima. Bastou farejar o ar para que eu soubesse onde a S/n está. Subo a escada rapidamente e com os passos apressados, alcancei a porta do quarto de hospedes.

A mesma está trancada para o meu desespero. Começo a bater na madeira com os nós dos meus dedos.

- S/a, abre essa porta.

- ME DEIXA EM PAZ!

- Vamos conversar, S/a, por favor – Imploro tentando manter aquele tom neutro.

- Para que? Você não entende mesmo o que se passa comigo.

- ABRE A PORRA DESSA PORTA, S/N. ISSO É UMA ORDEM! – Rugi alto, tão estrondoso que mais um pouco, a porta teria estremecido – OU EU VOU ARROMBAR ESSA PORRA.

Segundos depois, o barulho da porta sendo destrancada se fez presente. Empurro a madeira que se abriu e revelou uma S/n chorosa.

Ela, assim que me viu, começou a desferir tapas sobre mim, mas nenhum me acertou. Seguro em seus pulsos, vendo que as lagrimas escorriam como cachoeira por seus olhos.

Ela ficou completamente mole em meus braços, chorando violentamente. Eu não queria ter causado isso, não queria machuca-la com a minha voz. Mas eu queria conversar com ela, gostaria de ouvir o seu lado e entender melhor o que está acontecendo.

Lentamente solto os seus pulsos, a ômega correu para a cama e tampou os ouvidos como se estivesse afetada, e está!

- N-não me m-machuque! – Implorou com a voz embargada do choro.

- Eu não queria fazer isso, S/a – Eu
me sentia dividida, não sabia se me aproximava ou se continuava nessa distancia – Nunca foi a minha intenção, eu sinto muito.

- M-me d-deixa!

- Por favor, se abre comigo – Fungo baixinho ao vê-la naquele estado. – Por favor, S/a.

- J-Jenna...

- Desculpa! Desculpa! Desculpa! Desculpa!... – Eu não parava de pedir desculpas. Os meus lábios tremiam sofridamente por ver que machuquei quem eu tanto cuido, quem eu tanto gosto.

- V-vai para o s-seu quarto – ela gaguejou entre as lagrimas.

Olho para a porta que está aberta, eu só precisava sair daquele quarto, mas eu não podia deixar a situação assim.

Corro para a garota que está sobre o colchão e chorando copiosamente. A puxo para o meu colo de um jeito protetor, eu queria me socar até fundar a minha boca na nuca, mas primeiro eu preciso cuidar da minha ômega lúpus.

Me sento na cama, tendo ela ainda em meus braços. Ela depositou a cabeça em meu ombro e me olhou com medo.

Os olhinhos tão miúdos e avermelhados, estou de coração partido.

- Me conta, S/a! – Prolongo o “S/aa” em um jeito infantil e carinhoso.

- E-eu não q-quero acabar com esse casamento – S/n soluçou quase se engasgando.

- Por que? Por causa do seu pai?

- Não... – Ela negou com a cabeça, isso fez com que as lagrimas caíssem mais.

- Então o que? – Deixo os meus lábios grudados na cabeça dela, sem fazer qualquer outro movimento.

- Eu não quero ficar longe de você – ela revelou em um pingo de voz – E-eu não q-quero voltar para aquela solidão...e-eu não suporto a noite
naquela casa grande e solitária.

Eu podia esperar por tudo, menos por aquela revelação. Não sabia que a minha ômega sofria tanto quando morava sozinha, claro que eu tinha uma certa ideia, mas escuta-la só faz imaginar mais o seu sofrimento.

Perder a irmã não é fácil, esse mundo é perigoso e viver sozinha em uma casa afastada tem que ter coragem. A noite é o momento mais cruel, é onde os nossos pensamentos acabam com a gente e que nos torturando lentamente.

Escuridão e solidão andam de mãos dadas para fazerem crueldade. Tão presa em pensamentos, que me assustei ao sentir aqueles lábios trêmulos contra os meus.

De primeiro eu não fiz nada, ainda surpresa por aquilo. Ela que movimentou a boca sobre a minha, querendo encaixa-la de uma forma desesperada. Aos poucos eu voltava a realidade e as suas lagrimas salgadas me puxavam para o momento.

Sentindo o seu desespero, encaixei as nossas bocas e para o seu alivio, comecei a movimenta-la. Dessa vez não era um beijo calmo e carinhoso como andávamos nos beijando.

Agora é preciso, desesperado e selvagem. S/n mostrava o seu medo e ao mesmo tempo a sua raiva, e eu tentava acalma-la contornando a situação, que no caso é seguindo o seu ritmo e tentando domina-la.

Os seus lábios esmagavam pesadamente os meus, a forma bruta em que está me beijando, me deixa com formigamento na boca e uma leve ardência.

A sua língua impetuosa adentrou sem sequer pedir permissão. Ela me explorou de todas as formas, a sua mão segurou com força em minha nuca e me forçou mais para si.

Ela me abraçava, me esmagava e as mãos não paravam quietas. Quando a minha língua foi capturada, a senti ser sugada avidamente e a pressão que ela colocou, achei que a língua fosse cair a qualquer momento.

S/n mergulhava em minha boca, seus lábios dedilhando o meu e a sua língua parecia um policial enquadrando um bandido contra a parede. E assim que perdemos o ar, separei bruscamente as nossas bocas e a vi vulnerável.

Continua??

Big Bad Wolf  - Jenna e S/n (Jenna g!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora