Like Waves.

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Camila não sabia se aquilo era ou não uma confusão de sua cabeça. Ela dava giros de sono. No entanto, o cheiro era mesmo de Lauren. O sorriso. O olhar amortecido pelo cansaço. Oh, Deus! Por que é que ela foi incomodá-la? Camila desprendeu o edredom de cima dos ombros, fez uma cara confusa e saiu, encostando um pouco a porta. Lauren parou de sorrir, esperando que ela puxasse a conversa.

– O que faz aqui? Está tarde!

– Eu preciso conversar com você. – Ela respondeu, arquitetando um sorriso. Havia até sombra dele em seu rosto alvo.

– Seja breve, eu estava indo dormir. – Camila se manteve a calma, a olhou sem segundas intenções. Sim, porque o pijama dela levava a tais pensamentos. Entretanto, Lauren olhou a porta atrás de si, aguardando um convite.

– Não vai me deixar entrar? – Para dar mais força a sua expressão de espanto, ela elevou as duas mãos á cintura, perdendo parte do afeção.

– Hmmm... Não! – entrelaçou os braços, sentindo um frio. Talvez ele viesse do olhar de Jauregui. Congelante. Ora! O que ela esperava? Ser recebida de braços abertos depois de tudo o que se passou? Nem se ela fosse à rainha da Inglaterra. Camila havia chegado à exaustão. Que Lauren procurasse outro fantoche. – Por favor, não demore. Eu preciso dormir, levantarei cedo.

– Você está ranheta demais! Eu só quero conversar com você. Não dá para ser aqui no corredor. – Falava. – Precisamos nos acomodar.

Camila se sentou no chão e cruzou as pernas, parecendo bem confortável às necessidades da bela Jauregui.

– Sente-se. – Apontava o outro lado da parede. Lauren olhou para cima, contando até dez. – Pare com isso, Lauren. Nós podemos conversar e terminar logo com essa enrolação. – Os cachorros começaram a latir, sentindo seu cheiro por debaixo da porta. Ótimo!

– Esses latidos estão saindo de dentro de seu apartamento? – Ela chegou perto da porta, encostando a orelha na limiar fria. – Whoa. – Sorriu, aquecendo o coração de Camila. – Desde quando você possui cachorros? – Olhava-a com os olhos brilhando em distração.

– Ok! – Camila fez força para levantar-se. – Se você não for falar nada, vá embora. – Ela dançava enquanto batia a mão na calça, tirando a inocente poeira do pijama.

– Nunca foi mal educada, não será agora. Concorda comigo? Não vim até aqui para dar em cima de você. – Passou as mãos pelos cabelos, parecendo ser uma boa moça. – Não tenho interesse.

– É preferível! – Camila queria acrescentar alguns palavrões, mas não o fez. Abriu a porta, segurou os cachorros com a perna e permitiu que Lauren entrasse. Ela olhava os cachorros com curiosidade, encantamento, pavor, por Sasha, carisma. A cachorra deu a volta no sofá, uivando e atemorizando Camila. Ela sempre fora boazinha com as visitas. Sasha latiu para Lauren, como se lhe avisasse para manter-se afastada, pois a atacaria. – Shhh. Fique quieta, Sasha. – Camila a segurou no colo. A peluda não queria saber de calma, ela avançava na direção de Lauren o tempo todo.

– Por Deus! Esse animal é seu? – Intimidada, Lauren tomou uma longa distância até o corredor que estava unido à cozinha. Apollo a seguiu, tentando cheirar-lhe as pantufas. O medo que ela sentia de Sasha a impediu de se aproximar do cachorrinho menor.

– Sim.. – Segurando-a no colo, Camila fez uma careta de sufoco. – Eu a colocarei em meu quarto. Aguarde um minuto.. – Sasha olhava Lauren por cima de sua cabeça, bufando e dando latidinhos contidos. – Não gostou da moça, foi? – Soltou-a no chão. – Sabe de uma, foi bem feito. Não é hora de visitas, não é? – A cachorra tentou sair, mas Camila não lhe deu credibilidade. – Fique aí, meu amor. Deite na cama, espere por mim.. – Saindo, ela segurou na maçaneta por alguns minutos, respirando com sabedoria. Satisfeita, ela chamou Lauren e foi agarrando o edredom, cobrindo-se.

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