Ao chegar ao apartamento de Dinah, Lauren se espantou ao ver que o relógio da portaria marcava uma e quinze. Ela intuíra que demorara demais, ao sair de casa. No interior do elevador, ela ciciava, pressionando o celular. Fora dele, remeteu uma mensagem à Dinah. Sem revide. Jauregui achou até que ela tivesse encaminhado para o sono. Revirando às últimas mensagens recebidas, encontrou uma em que Dinah dizia deixar a porta do apartamento, destrancada. Ainda garantiu que Camila havia cochilado no sofá.
Ao abrir a porta, ela fez silêncio, notando que as luzes dos abajures faziam uma ligação à luz do televisor. No sofá, estava Camila. Ela encontrava-se de costas, com a cabeça esteada em duas almofadas. Uma manta azul forrava-lhe os pés, as pernas e parte da cintura. Os fios dos cabelos se ressaíam por cima da textura do coxim, como mechas fulvas. Movida à emoção, Lauren abaixou-se e aproximou a mão até os cabelos dela, tornando a massageá-los. Agora de joelhos, ela notou que a expressão do rosto de Camila era remansada. Bateu-lhe uma dúvida, de repente. Deveria acordá-la e pedir-lhe que voltasse para casa, onde poderia descansar de maneira mais adequada? Ou talvez fosse melhor deixá-la dormindo ali? Afinal de contas, era muito tarde. Camila fez um ruído, forçando Lauren a olhá-la. Ela, que há pouco adormecia de modo bem confortável, agora se mexia confusamente, como se estivesse tendo um sonho mal. E estava!
Ela não chegou a acordar, balançava a cabeça de modo quase suave, com um semblante de angústia. Com extremo cuidado, Lauren a beijou na testa, sabendo acordá-la de modo ameno.
– Shh. Está tudo bem agora, querida, é só um pesadelo.
Camila abriu os olhos, entretanto, ela não estava ciente do que ocorrera. Jauregui a fitava com cuidado e apreensão. Aos poucos, assimilou o que havia ocorrido, lembrava-se de tudo.
– Melhor? – Lauren indagou e foi para trás, sentando-se nos calcanhares.
– Por que veio? – Após um longo momento, ela respondeu. – Vou... Vou me sentar.
Automaticamente, Lauren a ajudou e colocou-lhe uma almofada no encosto do sofá. Camila se ajustou e passou a mão na linha da testa, semicerrando os olhos.
– Estava tendo um pesadelo?
– Dinah pediu a você que viesse?
Ela respondeu com uma mímica de cabeça e esclareceu:
– Não. Ela contou a mim que você não estava conseguindo dormir.
Em silêncio, Camila concordou, inclinando a cabeça para cima, parecendo que dormiria de tal forma.
– Ainda está chateada comigo? Desculpe-me, vida, eu não sabia o que fazer, foi difícil sustentar essa notícia e não poder dizer-lhe nada...
Cabello permaneceu estática e após começou a respirar de modo pesado e entrecortado.
– Eu sei, eu sei e entendo que estava me preservando do desconhecido. – Cobriu os olhos com o braço, enquanto uma mão deslizava por cima da barriga. Após engravidar, Camila adotara aquele sutil hábito. Para si, aquele afago lhe acalmava e protegia o bebê. – Esqueça. Tudo ficará bem. Chateada, eu estou.
– Ei, por que está falando vagarosamente? Sente algo? – Lauren novamente se declinou sobre os joelhos, estimulando os de Mila. Essa que empurrou a manta para fora do colo, sem olhá-la.
– Minhas costas estão dando fisgadas.
Lauren relaxou os músculos do rosto.
– Vamos embora, Camila, vamos.
– Ficarei aqui. – Finalmente, ela endireitou a cabeça e olhou Lauren.
– O que faço para você me perdoar? – arrastou a mão nos cabelos, sentindo uma fagulha de exaustão.
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Been Like This.
FanfictionAlgumas escolhas são feitas, umas delas dão as mãos ao egoísmo e o egoísmo estende a mão à solidão. A solidão se fecha entorno das escolhas, formando um círculo confuso e débil. Duas atrizes e uma tempestade de dilemas. Escolhas. Ambas teriam de es...