When I grow up, I want to be a forester.

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– Sim, eu estou bem. Também sinto saudades, vovó, muitas. – Camila falava ao celular de Sinu com Mercedes. A senhorinha estava muito angustiada do outro lado, chegando a alegar dores de cabeça. Camila sentia muita fome e sede, nada de dores, apenas um incômodo chato no ombro. Soube que a cirurgia a laser não seria o suficiente para a retirada das pedras, por isso eles tiveram de abrir um pequeno corte na região lombar dela, obtendo sucesso. Camila descobriu ao perguntar o porquê de um dreno saindo de suas costas. Ela ficou mais agoniada ainda. Entretanto, claro, não importava mais. O fato de estar curada daquelas dores infernais compensava tudo. A visita dos pais também a deixou feliz. Sentiu-se muito importante para eles, principalmente para a mãe.

– Espero vê-la, meu amor. Agora se cuide, descanse e volte para casa.

– Eu a amo. Obrigada por ter ligado, vovó. Dê um beijo em todos, ok? Diga que sinto saudades. – Mercedes lhe encheu de amor antes de desligar. Camila aguardou, pois ela disse que lhe mandaria uma imagem por mensagem. Patricia apanharia o celular, mas ela explicou o motivo de ainda o possuir. Enquanto aguardava, Camila ficou a olhar para os pais. Eles estavam sentados no sofá, papeando e gesticulando. Pareciam bons amigos. Ela sentiu-se bem, imaginou-se no lugar deles ao lado de Lauren. De repente, os acontecimentos passados vieram com força, fazendo-a ficar com dor de cabeça. Nada lhe tirava da cabeça a imagem de Lauren seminua na presença de um estranho, estranho seu, não dela. Entendeu que a noite na festa de Halloween não valeu de nada, fora algo leviano, sem consideração.

Esqueceu o drama chamado ''minha vida com Lauren'', e concentrou-se na imagem que Mercedes enviara. A foto era um pouco velha, tirada no teatro no final da peça ''A Month in the Country''. Camila estava sentada entre a prima e avó. A mais velha usava um casaco amarelo, segurando no braço dela. Atrás estava o restante dos primos da atriz, todos orgulhosos da maravilhosa atuação que ela apresentara naquela noite. Ela deu risada ao relembrar de quão maravilhoso fora estar reunida com eles. Agradeceu à mãe por emprestar-lhe o celular, comentou sobre a imagem, calando-se em seguida.

– Com esta mangueirinha ligada a você, me vem à imagem de quando nós a vestíamos de embalagem de suco. – Alejandro comentou do sofá, estava sorridente e esparramado, bem à vontade.

– Vocês eram loucos, papa. – Camila buscou em seu baú de memórias a própria imagem descrita pelo pai, mas não encontrou nada. Achou que fosse uma de suas viagens.

– Está descendo uma coisinha vermelha pelo tubinho. – Sinu foi olhar de pertinho, fazendo uma careta não muito boa.

– Mila é uma caixinha de suco de morango.

– Papa... – Ela deu risada, tentando não surtar por olhar o sangue de suas costas escorrendo pelo dreno. Agonia pura!

Alejandro levantou-se, feliz por fazê-la rir um pouco. A filha estava tão abatida, o rosto não tinha cor, os olhos estavam profundos. Em sua posição de pai, ele lamentava, esperando por melhoras, afinal, ela havia saído de uma cirurgia.

– Há outras pessoas querendo vê-la.

– Uh. É mesmo. – A mãe dela disse.

– Quem? – Camila olhou para os dois, vendo quem diria primeiro.

– Meryl está aqui.

A atriz abriu a boca, surpresa, muito.

– OOH! Juram? Não acredito! Não era preciso incomodá-la. Eu estou bem, ai.. Meu Deus. – Ela passou as duas mãos nos cabelos. – Odeio incomodar.

– Não nos incomoda em nada minha filha, pode ter certeza disso. Nós a amamos muito, tenho em mente de que essas pessoas que vieram, bem, elas também sente o mesmo por você.

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