Trajando jardineiras idênticas, o casal saíra rumo ao restaurante, ali no hotel. Elas trocaram de caminho, ignorando o primeiro andar acima do enorme cassino e rumando através do shopping exclusivo. Lauren conversava ao celular a respeito das crianças, enquanto o elevador as levava sobre um piso totalmente deserto. Camila saiu do elevador e esperou Jauregui finalizar a ligação. Diante delas estava o logo com o nome do restaurante asiático. Elas foram recebidas por paredes sinuosas do grande hall. O interior consistia em um salão-bar de saquê, salas com mesas de caviar, quatro salas teppanyaki e uma sala de jantar principal. Lauren escolheu uma mesa voltada à fachada de vidro com painéis translúcidos, voltados ao casino lá fora. A iluminação quente aquecia o rosto de Camila, levando-a sorrir. A latina escolheu vinho branco e pediu uma água mineral, sentia muita sede.
– Podemos mudar de mesa? – Camila olhou o jovem atendente, sorriu e segurou a taça com água. Ele fez um gesto positivo, colocando-se de lado.
– O que há de errado com esta mesa? – Lauren perguntou, ansiando por uma resposta.
– Gosto da sala de teppanyaki! – Ela exclamou risonha. Levantou e recolheu os pertences.
Lauren se forçou a levantar, sentia-se confortável ali. Camila tinha o ritmo acelerado. Não era fácil acompanhá-la. Enquanto andavam e ela ia sorrindo para o caminho à sua frente, Jauregui observava o restaurante sob outro ângulo. Revolveram por um corredor assimétrico que levava às outras salas de jantar e sala de estar. Dois simpáticos chefes asiáticos sorriram assim que notaram suas clientes se aproximando. Camila puxou Lauren pelos dedos, abeirando-se do balcão. No final da bancada havia mais dois clientes, eles eram idosos e bem tímidos. Cumprimentando os dois chefes, Lauren e Camila sentaram-se.
– Uau. Estamos aqui para observá-los, huh?! – Jauregui encarou a chapa de ferro bem abrasadora, sobre uma tábua de madeira.
– Não posso correr o risco de provar algum molho de/ou com camarão, correto? – Soltou o celular e a bolsa em cima do balcão. Lauren concordou e se inclinou, beijando-lhe o rosto.
– Você é inteligente.
Camila sorriu, negando.
Um dos funcionários apareceu com um caixote de frutos do mar frescos. Eles eram tão grandes. Tinha de tudo ali. Lauren sorria enquanto Camila levitava uma sobrancelha, abismada. Ela imaginou que eles tivessem enfiado o caixote no fundo do mar e recolhido tudo o que viram pela frente.
– Anata wa arerugī ga arimasu ka? – Um dos chefes perguntou. Ele usaria outro idioma, mas Camila se prontificou a respondê-lo:
– Ebi, nomi! – Os homens sorriram e lhe agradeceram. – Eles queriam saber se éramos alérgicas. – Virou-se para Jauregui. – Por que está me olhando assim?
– Você fala japonês?
– Não é grande coisa... Bem, você sabia. Não está lembrada daquela nossa viagem ao Japão? Oh, não. – Sorriu teatral. – Você havia cancelado!
– Não estou lembrada. – Estalou os dedos para o sommelier. – Tem certeza?
– Absoluta. Foi bem no comecinho do nosso relacionamento, você não sabia o quanto me amava, mas nós já havíamos ficado. – Sacudiu a cabeça. – Enfim. Eu não sou experiente no idioma. Entendo o básico.
– Você é uma gracinha. – Deu um beijo no ombro dela, mas deteve-se, diante do prestativo especialista em vinhos, águas etc. Lauren fez algumas referências de vinhos que queria provar, sempre diante do olhar cuidadoso de Camila. Com a retirada do homem, ela buscou o sorriso da namorada.
– Não seja má, Lauren! – Camila virou de lado, apoiou a mão no ombro da amada e, colocando os cabelos atrás da orelha dela, cochichou: Eu vou ficar loucona de champanhe e vinho!
![](https://img.wattpad.com/cover/318885122-288-k734701.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Been Like This.
FanfictionAlgumas escolhas são feitas, umas delas dão as mãos ao egoísmo e o egoísmo estende a mão à solidão. A solidão se fecha entorno das escolhas, formando um círculo confuso e débil. Duas atrizes e uma tempestade de dilemas. Escolhas. Ambas teriam de es...