O estresse de Camila corria em parceria com as perninhas de Angel que não parava um minuto sequer. Estavam em uma sala privada dentro da livraria Barnes & Noble, onde Lauren finalizava a divulgação de seu livro. Sem a presença de Lali, ela precisava se virar com as crianças. Daman estava distraído com algumas apostilas de desenhos ao lado do primo Caio, em uma mesinha para crianças, enquanto sua irmã brincava de correr para ambos os lados, levando Camila e Clara a correrem atrás dela.
– Sente e relaxe, minha querida. Eu tomo conta dela. – A sogra disse e se levantou, procurando a neta com os olhos. Angel correu e parou diante de uma prateleira de medalhas. Ela analisou uma por uma e, num súbito, espalmou as mãozinhas nas portinhas de vidro.
– Jesus! – Camila desocupou o sofá, pediu um minuto à Taylor e foi atrás de Angie. No caminho, voltou-se à sogra: – Eu não consigo relaxar. – Explicou e olhou para baixo, puxando de leve os bracinhos da filha, afastando-a da prateleira e suas portinhas. A pequena a olhou e buscou alguma explicação para a interrupção. – Odeio o fato de vê-los mexendo em coisas alheias, coisas que não são nossas. Podem quebrar, e mesmo que possamos pagar não se recompensa o valor sentimental de algumas coisas.
– Tem razão. Venha cá, minha doce e terrível Angel... – Clara bateu as duas mãos e sorriu, esperando a neta esticar os braços para cima. Assim que o fez, recebeu alguns beijos no rosto. O que sua mãe e avó não sabiam é que ela era um bebê inteligente. Bastava colocar as duas mãozinhas nos cabelos de Clara e bagunçá-los, para ser devolvida ao chão. – Não bagunce o cabelo da vovó. – A menina abriu um sorriso e tentou esconder os dedinhos nos fios castanhos. Estrategicamente, Clara iniciou uma dancinha, enganando a pequena.
– Péssimo dia para Lali ficar de cama. – Camila notou quando a filha moveu as mãos para a própria cabeça, arrancando dois elásticos que prendiam a sua franjinha. Angie jogou no chão e olhou o resultado. – Gordinha obedece aos comandos dela. Comigo e Lauren é diversão... – Abaixou-se e apanhou os elásticos. Camila estava terrivelmente cansada. No dia anterior ela havia gravado um comercial para uma campanha ambiental em Wichita, Kansas, voltando ao Brooklyn no mesmo dia. Ela sentia muita dor de cabeça, sono para pôr em dia, fome e impaciência.
– Depois que aprendem a andar, os bebês pensam que já são independentes, que podem explorar tudo, estão com o mundo ganho. – Garantiu a mais velha, ainda balançando a arteira que parecia amar, visto que batia inúmeras palminhas, dando um incentivo à avó.
– Espero que Isaac seja um pouquinho contido. Ou... – Segurou a barriga, tornando a sentar ao lado de Dani. – Enlouquecerei.
– Ele será ainda mais espoleta.
Camila fez uma careta de pavor.
– Maa-maa! – Angie a chamou, enjoada de tanto ser balançada.
– Falta muito tempo para Lauren voltar? – Inquiriu enquanto aceitava a criança no colo. Ajeitou-a e sorriu quando ela exibiu os dentinhos em um sorriso de "agora sim.".
– Ela provavelmente dará mais algumas entrevistas, autógrafos... – Taylor devolveu o celular de Camila, e bocejou, se espreguiçando em seguida. Angie rolou para o colo da tia, mirando a ponta vazia do sofá, sabendo que teria escapatória. Havia tantas coisas para ser explorada ali, mas não explicaria aos adultos. – Está tentando escapar sua diabinha?
''Sem você... Meu mundo vira uma loucura, Lali. Sinceramente? Sinto saudades.'' – Camila enviou uma mensagem à babá, largou o celular de lado e pôs-se de pé, alongando as costas e a paciência. – Pode soltá-la, Tay, verei o que ela está planejando.
– Ela é tão agitada. – Disse e dispensou Angie no chão. A garotinha saiu devagar com medo de que a mãe a barrasse.
– Ela se parece com aqueles bebês pandas, sabem? – Sorriu de lado, apanhando a menina pelos ombros antes que ela saísse correndo. Estressada, a menina começou a se jogar para trás, fazendo uma birra aguda. – Angel Cabello... – Camila conseguiu detê-la e aquietá-la nos braços. – Se você não parar quieta, eu juro, irei dar uns tapas em seu bumbum.
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Been Like This.
FanfictionAlgumas escolhas são feitas, umas delas dão as mãos ao egoísmo e o egoísmo estende a mão à solidão. A solidão se fecha entorno das escolhas, formando um círculo confuso e débil. Duas atrizes e uma tempestade de dilemas. Escolhas. Ambas teriam de es...