Proteção

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| Jenna on |

Robert veria o diabo mais cedo, o que já deveria ter acontecido há muito tempo. Não sentia nenhum remorso, no meu ponto de vista eu tinha feito um favor ao mundo!

Mas uma coisa não saía da minha cabeça. O que ele quis dizer com "como se sente sabendo que está carregando um filho meu?" por mais que essa frase fosse autoexplicativa, não fazia sentido pra mim.

   —Jenna: Emma...o que ele quis dizer com isso? — me virei para Emma que estava atrás de mim.

   —Emma: babe, vamos pra minha sala. A gente conversa lá...

   —Jenna: ME FALA AGORA — exaltei meu tom de voz.

   —Emma: Jenna, por favor...

   —Jenna: você vai me contar agora, eu mereço saber, é sobre mim!

   —Emma: Paul, pode nos dar licença, por favor? — logo o homem saiu com o cachorro de Emma — babe, ele...

   —Jenna: eu tô grávida? É isso?

   —Emma: o Dr. Low que os analgésicos meio que "expulsaram" o embrião antes mesmo dele começar a se formar. Então não, você não está grávida!

Meu Deus, grávida? Eu iria ficar grávida de um monstro? Isso é muito pra mim...

Me sinto um pouco aliviada e entristecida com toda a situação. O feto não teria culpa de absolutamente nada, mas eu não iria conseguir conviver com a verdade.

De um jeito ou de outro, foi melhor assim! Eu precisava respirar um pouco, tentar assimilar toda essa informação.

   —Jenna: v-vamos embora, a-agora...

   —Emma: vai indo pro carro, vou pedir pro Paul dar um jeito nisso.

Eu não tinha percebido, mas ainda estava com a arma na mão. Sem delongas descarreguei todo o pente naquele verme, por todo o corpo.

Em seguida joguei a arma no chão e sai do galpão, indo até o carro de Emma. Mesmo que eu não tivesse visto, mas eu tinha certeza que Emma estava paralisada no mesmo lugar.

Esperei por alguns minutos até que Emma finalmente entrasse no carro, eu não conseguia sentir nenhum sentimento. Estava vivendo no automático!

   —Emma: babe, está sentindo algo? — Emma tentava de todas as formas conversar comigo.

   —Jenna: preciso ir embora, tomar um banho...é só isso!

Parecia até que estávamos em fuga, Emma dirigia o mais rápido possível. Rapidamente chegamos em casa, dei graças a Deus por isso.

Corri diretamente para o quarto onde eu estava "hospedada", tranquei a porta e logo fui para o banheiro. Me despi rapidamente e fui para debaixo do chuveiro.

Mais uma vez eu me sentia suja, violada...

   —Emma: JENNA! ABRE A PORTA POR FAVOR! BABE... — escutei os gritos de Emma pelo outro lado da porta.

   —Jenna: ESTOU NO BANHO! VOLTA DAQUI A POUCO — gritei de volta.

   —Emma: SE VOCÊ NÃO ABRIR AGORA, EU VOU ARROMBAR! EU TÔ AVISANDO...

   —Jenna: PORRA, ESPERA AI!

Desliguei o chuveiro, sai do box e me enrolei na toalha indo até a porta abri-la para que Emma pudesse entrar.

   —Jenna: quando entrar, tranca de novo. — falei já voltando para o banheiro.

   —Emma: está tudo bem? Você veio pra esse quarto e não para o meu...nosso!

   —Jenna: só tranca logo a porta, vou terminar o meu banho!

Logo já estava debaixo do chuveiro novamente, sentindo a água fria bater em meu corpo, corpo aquele que sentia desprezo.

   —Emma: posso entrar?

   —Jenna: não há nada do que você já não tenha visto, entra. — respondi friamente.

   —Emma: ei...conversa comigo! Eu tô bem aqui...

   —Jenna: o que você quer que eu fale?

   —Emma: tudo que estiver engasgado aí, pode soltar tudo em cima de mim!

   —Jenna: não seria justo com você, Emma.

   —Emma: não é justo você guardar tudo pra si enquanto tem alguém aqui disposta a te ajudar!

Estávamos uma de frente pra outra, eu dentro do box e Emma do lado de fora! Por mais que eu estivesse completamente nua, Emma não tirava seus olhos dos meus.

   —Jenna: os analgésicos deveriam ter funcionado, me fala o que ainda resta pra mim aqui? Eu perdi minha melhor e única amiga, perdi meu esposo, perdi meu emprego, e perdi toda a dignidade que me restava! Me fala um motivo pra eu ainda continuar aqui, só um!

   —Emma: eu...eu estou com você! Eu posso ser sua única e melhor amiga, eu posso ser sua...sua... — Emma travou.

   —Jenna: esposa?

   —Emma: eu posso ser o que você quiser, o que você precisar! Ainda não está nítido o quanto eu te amo? Jenna, eu te amo pra caralho! Enxerga isso, por favor...

   —Jenna: nem eu consigo me amar, como alguém pode fazer isso? Eu não tenho nada a entregar, sou um poço vazio.

   —Emma: você me entregou luz, amor e persistência! Você é mais forte do que imagina, você é a pessoa mais forte que eu já conheci na porra da minha vida.

Emma agora estava apoiada sobre a pia, olhando profundamente para o espelho. Tudo parecia confuso e de uma certa forma, errado.

   —Jenna: olha pra mim, olha para o meu corpo! Me fala o que você vê...

   —Emma: eu não vou...

   —Jenna: você pode olhar, Emma. — e assim a loira fez — me fala o que você vê!

   —Emma: acha que eu estou com você por causa do seu corpo? Se te acho gostosa ou não? Por favor...

   —Jenna: e não é? Vai dizer que ainda vai querer ficar comigo depois de saber o que aconteceu? Vai querer tocar numa sujeira?

   —Emma: está cega, muito cega! Quer saber o que eu vejo? Eu vejo uma mulher que está tentando sobreviver a cada minuto que se passa, eu estou vendo uma mulher incrível pela qual me apaixonei, eu estou vendo a mulher que eu quero cuidar e proteger! Mas quer saber o que eu vejo no seu corpo? Cicatrizes que precisam ser curadas, e eu estou bem aqui pra te ajudar nesse processo.

   —Jenna: e se eu estivesse grávida? — já estava com lágrimas nos olhos, igualmente Emma.

   —Emma: não seria fácil, mas VOCÊ que tomaria a decisão do que fazer! Abortar ou criar, VOCÊ tomaria a decisão e eu te apoiaria em qualquer que fosse. Ou está achando que eu iria te largar? Ainda não entendeu que eu vou cuidar e proteger você?

Toda essa conversa foi necessária, eu podia sentir verdade em cada palavra que saia da boca de Emma, ela realmente me amava.

   —Jenna: você quer me abraçar?

   —Emma: só consigo pensar nisso...

   —Jenna: você pode, mas com limites! Por favor...

Emma se aproximou de mim até que estivesse a centímetros de distância. Eu ansiava por seu abraço, sentir o calor dos braços ao meu redor! E logo a pequena distância foi quebrada quando finalmente senti seus braços em minhas costas.

Após longos e intermináveis dias, eu consegui sentir um pouco de proteção nos braços da pessoa que eu mais amava no mundo, Emma Myers.
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bebês, próximo capítulo teremos um PEQUENO salto atemporal, mas será bem pequeno mesmo, questão de meses.

espero que tenham gostado do capítulo, eu achei bem deprê e gay KKKKKKKKKKKKKKK

votem e comentem pra mamãe ficar feliz, tá? 🥺

amo vocês, BJOBJO

Lari 🫶🏼

Acerto de contas {JEMMA}Onde histórias criam vida. Descubra agora