Capítulo 59 - Alex

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ALEX

Quando Bianca alcançou a gazebo aquela noite, encontrou Alex recostado contra um dos pilares, observando-a com aqueles olhos azuis brilhantes. Ela estava particularmente bonita, por mais que estivesse usando apenas um shorts jeans e uma blusa regata listrada.

- E então? – ela perguntou, parando de frente para ele – Pronto para mais uma partida de pôquer?

- Na verdade – Alex desencostou da pilastra e sorriu para ela, misterioso – Eu tinha algo um pouco diferente em mente.

Ela estreitou os olhos na sua direção, parecendo desconfiada.

- Do que você está falando? – questionou.

- Venha comigo – Alex pediu, segurando sua mão e puxando-a gentilmente de volta pelo caminho que tinha percorrido para chegar até lá, parando apenas quando tinham alcançado seu chalé.

- O que está acontecendo? – Bianca perguntou, parando receosa enquanto ele abria a porta do chalé, deixando-a espiar o interior de sua casa.

- Esse é o meu chalé – ele explicou com um sorriso – Como você não pôde almoçar comigo, tomei a liberdade de passar no restaurante do qual eu falei e pegar uma porção de lula à dorê para viagem. Também estou disposto a fazer um copo de caipirinha de morango para você. É minha especialidade.

Bianca sorriu para ele.

- Bom, já que você se deu a todo trabalho... – ela murmurou, passando por ele e entrando pela porta.

Alex tinha arrumado o seu chalé durante o fim da tarde, depois que todos os seus afazeres na pousada tinham terminado. Arrumou a cama do jeito que tinha aprendido com as arrumadeiras, varreu o chão e chegou até mesmo a limpar o banheiro.

O chalé não possuía muitas paredes que pudessem dividir os ambientes, de forma que a mesa que utilizariam para comer e jogar pôquer ficava bem no centro; onde ele gostava de pensar que ficava sua sala, mas que era também o seu quarto e a sua cozinha.

- Sei que é pequeno... – ele começou, em tom apologético, enquanto observava ela estudando cada detalhe do interior do chalé.

- É a sua cara – ela descartou a preocupação dele, com um sorriso gentil – Quero dizer, tem miniaturas de escunas e revistas de carros e barcos em quase todos os cantos – ela comentou, enquanto pegava uma pequena miniatura que ele havia comprado em Paraty e que ficava sobre o raque onde a TV se apoiava – E estou positivamente surpresa com a ausência de roupa suja espalhada no chão. Muito melhor do que muitos apartamentos masculinos que eu visitei.

Isso o deixou um pouco incomodado, incompreensivelmente. Era óbvio que Bianca já havia frequentado a casa de outros homens, mas a imagem mental de qualquer outro tendo com ela um momento de proximidade como o que ele vinha experimentando nos últimos dias era desconcertantemente irritante.

- Bem – Alex ofereceu-lhe um sorriso enquanto atravessava o interior do chalé em alguns passos largos para retirar a porção de lula à dorê de dentro do pequeno micro-ondas que ficava sobre a bancada de sua apertada cozinha – O que me diz de jogarmos um pouco?

- Ainda estou esperando por aquela caipirinha... – ela cantarolou, enquanto se sentava à mesa e sorriu quando ele deixou o prato com a porção de lula à sua frente.

- E então, como foi a sua sessão diária de mergulho hoje? – ele perguntou e ergueu os olhos do copo de caipirinha que preparava para observá-la atentamente.

- Foi... tudo ótimo – ela disse, depois de ter terminado de mastigar o que tinha na boca e lhe ofereceu um sorriso amarelo – Pensei bastante.

- Algo relacionado a mim? – ele inquiriu, erguendo as sobrancelhas, enquanto misturava o morango amassado com a vodka.

Bianca ficou em silêncio, parecendo envergonhada, e ele gostava de saber que tinha esse efeito sobre ela. Aprendera, nos últimos dias, que Bianca era uma mulher forte e independente; em muitos aspectos, era enaltecedor saber que era capaz de fazer com que ela se sentisse como uma garotinha desconcertada.

- Na verdade, sim – ela respondeu, afinal de contas, erguendo-se da cadeira e caminhando até o balcão que separava a cozinha do resto dos ambientes; ela apoiou os cotovelos no balcão e observou-o com aqueles grandes e intrigantes olhos castanhos cor de mel – Pensei bastante sobre isso.

- E a que conclusão você chegou? – ele a instigou, entregando-lhe o copo de caipirinha.

Bianca aceitou o copo, deu um gole e sorriu, satisfeita com o gosto. Ela contornou a bancada até que parou ao lado dele e Alex virou-se, ficando de frente para Bia, os olhos fixos nos dela.

- Gostei de beijar você – ela respondeu, e ele sorriu – E acho que perdemos tempo demais tentando dar nome para o que sentimos, quando deveríamos simplesmente... aproveitar o momento, sabe?

- Eu gosto de como você pensa – ele murmurou, envolveu a cintura dela com os braços, puxando-a para mais perto e inclinando-se em sua direção; ele roçou os seus narizes e percebeu quando ela fechou os olhos, em antecipação pelo que viria em seguida.

- Eu gosto de você – ela sussurrou de volta, e ele sorriu contra os seus lábios antes de beijá-los.

Ele sentia o gosto da caipirinha de morango e o cheiro doce que vinha dos cabelos dela, enquanto a puxava para ainda mais perto, aprofundando o beijo. Nunca nenhum indício em sua busca pelas sereias foi tão prazeroso ou envolvente.

Quando finalmente afastou-se dela, Bianca manteve os olhos fechados por um segundo a mais e, quando os reabriu, eles pareciam algumas tonalidades mais escuros e o sorriso que lhe direcionou foi encantador.

Sentindo-se um pouco inquieto, Alex percebeu que poderia se habituar a beijar aqueles lábios e a provocar aquele sorriso.

Porque não conseguiu se controlar o suficiente, ele se inclinou e capturou os lábios delas entre os seus novamente, iniciando um novo beijo cheio de urgência. Subiu uma das mãos, acariciando a lateral do corpo dela com as pontas dos dedos, até chegar à sua nuca, onde brincou com os cabelos dela.

- Eu acho... – ele ofegou, afastando-se lentamente dela – Que seria melhor... a gente jogar pôquer agora.

Bianca ergueu os olhos para o rosto dele e, abandonando o copo de caipirinha sobre o balcão, enlaçou-o pelo pescoço com os braços, erguendo-se nas pontas dos pés, até que estivesse com o seu rosto a apenas milímetros do dele; um meio sorriso provocador desenhava seus lábios convidativos, enquanto pressionava seu corpo contra o dele de forma enlouquecedora.

- Não estou muito a fim de pôquer hoje – ela sussurrou, contra os lábios dele – Pelo menos, não agora.

Alex sentiu o coração batendo com força dentro do peito e fechou os olhos, sentindo a respiração dela contra os seus lábios, enquanto fechava as duas mãos em volta da cintura dela; todo seu corpo reagindo ao dela de uma forma desconcertante.

- Por que não me diz o que você prefere fazer? – ele perguntou, num sussurro rouco.

- Eu prefiro te mostrar – ela murmurou, segundos antes de beijá-lo novamente com urgência, necessidade e desejo.

Alex tentou se lembrar do motivo pelo qual estava ali e se concentrar em sua missão principal, mas raciocinar era simplesmente impossível quando Bianca estava tão próxima e ele parecia mergulhado nela; no gosto dela, no cheiro dela, nas vontades dela.

E, então, nada mais importava.

Continua...

N/A: Aqui está mais um capítulo, exclusivamente a respeito da relação entre Alex e Bianca!

E então, o que estão achando do envolvimento dos dois?

Espero que estejam gostando!

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Com carinho,

@giizwicker

Segredos SubmersosOnde histórias criam vida. Descubra agora