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Stella não sabia onde enfiar a cara quando viu os olhos de pupilas dilatadas de Adonis e a respiração dele, forte como se tentasse controlar a si mesmo enquanto a olhava e tudo foi culpa dela, por que ela, burra, achou que ele realmente gostasse apenas de machos... Pela Mãe, todos aqueles anos flertando com ele descaradamente, as coisas sujas que falava para ele e no final ele também gostava de fêmeas.

Mas o pior não era aquilo, não, não era, o pior era ver ele sentado perto daquela fogueira com a luz do fogo iluminando o rosto dele que literalmente gritava de desejo... Por ela. Ou seja... Adonis a desejava.

A princesa andava de um lado para outro dentro da tenda, usando agora uma roupa mais confortável, uma túnica e calça e botas, os cabelos úmidos soltos caindo até o final de seu quadril. E agora, como ela iria passar uma semana ali com ele? Como iria olhar para ele sabendo que ficou nua em sua frente e que ele teve que se agarrar no autocontrole para não ir para cima dela? Será que chamava Nyx? Não, seria vergonhoso, não estava nem um dia fora de casa.

Não, ela tinha que ter foco, Adonis não faria nada com ela, ele já havia deixado explícito, então, não tinha por que de se esquivar.

Tomou todo fôlego que podia e fora até a entrada da tenda, abriu a passagem e passou por ali vendo Adonis de pé ao lado da cabana dele verificando alguma coisa nela.

— O jantar está pronto — ele disse sem olhar para ela. — Fiz com um pouco de carne e vegetais que trouxe de casa, mas só dá até o almoço de amanhã, depois disso teremos que caçar.

— Ok — ela respondeu indo até o tronco caído ao lado da fogueira, pegou uma tigela de metal e se serviu do caldo de carne e legumes de Adonis havia feito.

Ela pegou a colher e começou a comer, olhava para Adonis que agora estava dentro da cabana dele, que era muito apertada para ele, realmente, as asas dele marcavam a lona enquanto ele arrumava o saco de dormir.

Stella fechou os olhos e se amaldiçoou pelo o que ia dizer.

— Ainda acho que essa cabana é pequena — ela disse o fazendo parar ali dentro. — Não tem problema dormirmos juntos, como eu disse, a cama é grande eu sei que vamos respeitar o espaço do outro.

Adonis saiu da cabana e ficou de joelhos do lado de fora e a olhou sério.

—Tem certeza? — perguntou.

— Sim.

— Posso levar o saco de dormir...

— Adonis, não precisa, não vai ser justo eu dormir numa cama e você no saco de dormir — ela disse e ele fez um pequeno bico com a boca. — Tudo bem?

Ele assentiu com a cabeça.

— Então vou desmontar isso — ele disse e ela assentiu com a cabeça e voltou a comer.o jantar enquanto Adonis agora desmontava a cabana dele.

Talvez fosse uma ideia ruim, mas Stella sabia que ele não faria nada que a incomodasse, conhecia ele bem o suficiente para saber que Adonis era um macho correto.

***

Logo depois que jantaram, Adonis apagou a fogueira e então foram para dentro da tenda, ele se deitou do lado esquerdo da cama e ela do direito, um de costas para o outro e a única coisa que tocava as costas de Stella até ela dormir eram as asas de Adonis.

Ela respirou fundo e se cobriu mais com o cobertor de pele ao escutar ao longe o som de um trovão, uma chuva forte estava chegando e talvez fosse besteira para alguém com mais de 100 anos ter medo de trovões, mas Stella tinha, mas conseguiu dormir quando a chuva começou a cair contra a lona resistente da tenda.

Stella continuaria dormir por um raio cair próximo e a assustar com o som alto e pavoroso da explosão a fazendo sentar assustada na cama e até gritar.

— O que foi?! — perguntou Adonis se sentando rapidamente e com uma adaga em mãos.

Stella continuava a respirar com força e tremia forte, o olhar apavorado.

— Stella? O que foi? — ele perguntou finalmente a notando ao lado.

A princesa o olhou com os olhos cheios de lágrimas e trêmula.

— Não foi... — ela ia dizendo até um trovão alto ecoar novamente. — Nada! — gritou por fim e as jogou contra Adonis se encolhendo contra o peito do macho que a olhava.

— Está com medo da chuva? — ele perguntou e ela negou. — Está sim.

— Eu só não gosto do som dos trovões! — ela disse e Adonis deu risada. — Pare de rir!

Ela ergueu o rosto agora ficando próxima demais do rosto de Adonis que ainda ria.

— Ok, eu entendi — ele disse colocando uma mão nas costas de Stella e a outra que estava com a adaga fora para fora da cama e ele soltou a arma ali a fazendo cair no chão.

Outro trovão ressoou e Stella escondeu o rosto no peito dele que agora levou a outra mão as suas costas.

— Está tudo bem, não precisa ficar com medo — ele disse afagando as costas dela e os cabelos da fêmea.

— Eu não tenho medo — ela disse ainda tremendo.

— Sim, sim, eu sei — ele disse apoiando o queixo na cabeça dela e outro raio caiu próximo iluminando a cratera fazendo com que Stella acarcasse as unhas no peito nunde Adonis, de uma forma que até mesmo sangrou.

Quando sentiu o cheiro do sangue e abriu os olhos vendo que o tinha ferido, Stella ergueu novamente o rosto o fitando e Adonis olhou para o peito agora marcado.

— Desculpe — ela disse baixinho.

— Está tudo bem — ele disse voltando a olhar os olhos dela. — Isso vai sarar em minutos.

— Eu sei, mas...

— Stella — ele disse e ela engoliu em seco. — Você precisa de mais atenção que uns arranhões bobos.

Ela fechou os olhos e respirou fundo.

— Posso pedir para não me soltar até a chuva passar? — ela perguntou.

— Claro — ele respondeu baixinho e com a boca contra a testa de Stella. — Agora vem, vamos deitar.

— Está bem, está bem... — ela disse baixinho e quase sem voz enquanto Adonis ia os deitando devagar até que estavam deitados contra o colchão.

Adonis se ajeitou de uma forma que deixasse Stella confortável, a fêmea entrelaçou as pernas nas dele que a abraçou com cuidado manteve a boca junto ao topo da cenava dela enquanto Stella tremia contra seu peito, o nariz contra a pele e o cheiro dele inundando todos os seus sentidos, então notou que as sombras de Adonis, sempre tão tímidas, estavam agora em volta deles, de Stella, cuidando dela que aos poucos fora se acalmando até que finalmente pode dormir e nem mesmo os sons dos raios e trovões a acordaram novamente, pois estava segura.

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