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Os dias foram ficando cada vez mais entediantes para Stella, todos os dias a mesma coisa, tentava se distrair, sair, caminhar, pintar, dançar, treinar, mas nada estava mais a distraindo, tudo estava tão chato que ela estava ficando agoniada.

Era meio da tarde quando bateu na porta do apartamento charmoso na beira do Sidra, escutou latidos de um cachorro grande vindos de dentro.

— Juniper, quieta! O Senhor Laherson vai reclamar de novo! — disse Lissa atrás da porta. — Vamos, para trás!

Depois de uma insistência, a porta finalmente se abriu e Stella deu de cara com a prima coberta de farinha.

— Stella? Nossa, eu não te esperava aqui — disse colocando a mão na cintura e Juniper, a cachorra feérica de pelos dourados longos e porre grande se enfiou por debaixo do braço de Lissa que segurava a maçaneta.

Ela era um cão muito lindo, maravilhoso, e que foi adotado logo depois da cerimônia de parceria de Lissa e Raphael, eles cuidavam dela como se fosse um bebê.

— Desculpe, eu estou entediada, não sabia mais para onde ir — disse Stella entrando no apartamento e Juniper fora até ela que fez um bom carinho atrás da orelha enquanto Lissa fechava a porta.

O apartamento era pequeno, com cozinha e quarto integrados, banheiro num tamanho bom, a cama ficava num degrau elevado e parte do teto era de vidro deixando a luz natural entrar e ajudar a nutrir as dezenas de plantas espalhadas pelo apartamento e claro pela sacada.

— Ah, eu gostaria de dizer que aqui tem muita coisa para fazer, mas, não tem — disse Lissa indo até a ilha da cozinha e pegando uma massa de pão a jogando contra a taboa de madeira. — A não ser que goste de sovar massa de pão.

— Ah, eu passo — disse Stella se sentando numa poltrona e logo Juniper fora até ela e colocou a cabeça em seu colo para receber carinho que prontamente fora providenciado por Stella.

— Não sei mais do que fazer, nada me deixa animada, nada me distrai, nada — continuou a princesa da Noturna suspirando. — Parece até que tudo é sem graça.

— É que você ainda está de coração partido — disse Lissa arrumando a massa em um formato uniforme para ir ao forno já aceso. — Então as coisas vão ficar assim, até que você supere.

— Essa é a questão, como eu vou superar? — perguntou Stella abraçando Juniper.

— Bom — disse Lissa após colocar o pão no forno e se voltou para Stella, limpou as mãos no avental sujo. — A minha avó sempre disse que só se cura a dor de um amor com outro amor.

— Eu acho muito difícil eu encontrar alguém tão bom quando Aidan — disse Stella suspirando. — Em todos os sentidos.

— Se você não tentar, não vai saber — disse Lissa tirando o avental e limpando o rosto com um pano de prato. — Você vai ter que se abrir para o mundo.

— Não sei se quero... Ficar testando até encontrar o certo — disse Stella encostando cabeça no encosto da poltrona. — Eu tenho inveja de você, praticamente de primeira você conseguiu tudo. Um namorado, um parceiro e tudo isso — levantou as mãos mostrando todo o ambiente. — Agora eu, por vinte anos tentei e nada, nada além de nada.

— Eu e Raphael fomos sorte — disse Lissa se sentando na outra poltrona e agora Juniper se deitou entre os pés das duas fêmeas.

Stella olhou para a prima descrente.

— Olha, seu pai demorou mais de 500 anos pra encontrar sua mãe, assim como o tio Cassian com tia Nestha, os meus pais, todos demoraram horrores para estarem juntos, eu e Raphael fomos um golpe de sorte. Não precisa ficar se cobrando para ter o seu para sempre logo.

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