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Quando chegou aos ouvidos da família que Stella estava tendo um romance há mais de vinte anos com Aidan, filho de Tamlin, todos ficaram chocados e alguns até mesmo esbravecidos, outros com medo de que o macho teria feito algo com Stella que fosse parecido com que o pai havia feito a Feyre, mas Adonis... Primeiro, ele não estava chocado por que sabia mais ou menos desde o começo do romance, segundo, por que ele sabia que Aidan não machucaria Stella, mas estava um pouco errado no final, por que a princesa fora ferida no coração, por que Aidan era um maldito covarde incapaz de enfrentar o pai.  

— Eu quero ir brincar com a Juniper! — disse Kaya enquanto tomavam café da manhã.

— Hoje não, meu amor — respondeu Gwyn, sua mãe colocando morangos no prato da irmã mais nova de Adonis.

— Por que não? O tatão vai estar em casa com a Lissa — respondeu Kaya.

— Justamente, eles também precisam de um dia de folga — respondeu Azriel, seu pai passando a mão coberta de cicatrizes na cabeça de Kaya que fez um bico.

— Eu quero um cachorrinho — disse Kaya pelo bico e Adonis quase cuspiu o café que tomava.

Os pais se estreolharam.

Ele e Raphael nunca tiveram animais de estimação, tentaram uma vez com um morcego, porém, o pilantra entrou a noite no quarto dos pais deles assustando Gwyn e Azriel soltou o pobre Battolomeu na natureza.

— Querida, já conversamos sobre isso, ter um bichinho é muita responsabilidade — disse Gwyn se sentando ao lado da menina emburrada.

— Mas eu vou cuidar dele, igual o tatão cuida da Juniper — disse Kaya.

— Acho que ela merece um filhotinho — disse Adonis e os pais o olharam arregalando os olhos. — Kaya adora animais, não entendo por que não dão logo um para ela. Vocês nunca deixaram eu e Raphael termos um e nunca os perdoamos.

Gwyn abriu a boca ofegando descrente que havia ouvido aquilo de Adonis.

— Como assim?! — exclamou ela.

— A primeira coisa que Raphael fez depois de ir morar com Lissa foi adotar Juniper, por que será? — disse Adonis voltando a tomar o café e então a mãe e Kaya olharam paga Azriel que encarava o filho semicerrados os olhos, por debaixo da mesa as sombras dele e de Adonis brigavam.

— Azriel — chamou Gwyn e o mestre-espião a olhou e a ruiva tampou os ouvidos de Kaya. — Fomos péssimos pais! — ela sussurrou.

— Não foram, mãe — disse Adonis. — Só acho que talvez faltou um pouco de amor canino nessa casa.

Os pais o olharam novamente e Gwyn rapidamente se levantou da mesa.

— Kaya, termine de comer! Depois vamos arrumar um filhote! — disse a mãe de Adonis e a irmãzinha ergueu os punhos.

— Uhul! — exclamou Kaya.

— O quê?! Gwyneth! — o pai se levantou correndo da mesa indo atrás da mãe dos dois que agora tomavam café, a pequena Kaya agora tão contente que balançava os pés e cantarolava.

Adonis sorriu de canto, ele e Raphael poderiam não ter sido mimados pelos pais, mas ele faria com que Kaya fosse.

***

Como era um dia de folga, Adonis costumava a ir à Biblioteca e pegar um ou cinco livros para ler, desde criança ele gostava de ir ali onde a mãe trabalhava e lia diversos livros enquanto a mãe fazia as pesquisas. Quando pequeno ele conseguia voar entre as prateleiras junto de Raphael e também pregavam peças em Merrill, a antiga supervisora de sua mãe, o mais engraçado era que ela sequer fazia ideia que foram os dois.

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