Corte de Estrelas Caídas

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Adonis queria amaldiçoar seu pai e seu tio Rhysand pelo resto da eternidade por terem designado a ele aquela maldita missão na Corte Outonal, claro que ele poderia ter se negado, mas perguntas iriam surgir e ele não iria saber como dizer a seu pai e tio que não poderia pois trepou com o Grão-Senhor de lá por mais de vinte anos.

Então, ali estava ele, em frente a Eris e a esposa dele, ambos sentados em tronos em uma sala iluminada por luzes feéricas douradas. Eris estava... Lindo, na verdade ele sempre fora um macho bonito, Adonis achava isso desde a primeira vez que o vira e falou com ele, na cerimônia de parceria de Elain e Lucien.

A esposa dele, Âmbar, vestida num longo e belo vestido vermelho amamentava um bebê ruivo, enquanto outro era gerado em seu ventre e o mais velho de quatro anos estava sentado sobre a saia de seu vestido brincando com bonequinhos de madeira. A fêmea era linda, cabelos ruivos quase da cor do sangue, olhos dourados como ouro derretido, a pele era alva e sedosa, os traços do rosto eram quase angelicais e aparentemente era uma fêmea gentil e carinhosa, via isso no olhar dela para os filhos, o gesto de carinho ao pegar a mão do qual ela amamentava dando-lhe um beijo.

- Então - disse Eris chamando sua atenção. - Estou um pouco decepcionado que mandaram o segundo melhor e não o mestre-espião.

- Eris... - disse Âmbar baixinho e como aviso e o Grão-Senhor a olhou.

- É sobre a minha vida que está em jogo, querida, eu gostaria que o melhor viesse - disse o ruivo levando a mão ao pé do bebê que se alimentava da esposa dele. - Afinal, eu tenho muito a perder caso algo me ocorra - olhou para Adonis que o olhava de cara fechada.

- Sinceramente, eu não entendo por que alguém daqui não poderia resolver esse assunto - disse Âmbar que olhou para Adonis. - Nada contra você, mas acredito que temos espiões qualificados.

- Esse é o problema, querida - disse Eris então se levantando e indo até um aparador de sala com licores de vários tipos exibidos. - Eu acredito que seja alguém de minha própria Corte que deseja acabar com a minha vida... Talvez um de meus irmãos.

Ele olhou novamente para Adonis com aqueles olhos castanhos avermelhados e o jovem encantador de sombras sentiu a pele queimar, ele conhecia bem aquele olhar e Eris não o devia estar dando.

- Sendo assim - continuou o Grão-Senhor a sua Senhora que agora ajeitava o bebê que havia acabo de mamar no colo. - Como temos uma aliança com a Corte Noturna e sei que os melhores espiões são de lá, pedi para que mandassem o melhor.

- Infelizmente, meu pai não suporta nem em escutar seu nome - disse Adonis. - Além disso, ele tem outros compromissos mais importantes - como a apresentação de ballet de Kaya.

Eris deu uma baixa risada de escárnio.

- E pelo visto você tampouco gosta de mim - disse o olhando e Adonis deu um pequeno sorriso de canto.

- Ao menos o respeito em frente a sua fêmea e seus filhos.

Âmbar deu um pequeno sorriso.

- Bom, acho que vocês tem muito o que discutir - disse ela que chamou uma criada que a ajudou a se levantar. - Irei colocar as crianças para dormir o sono da tarde.

- Até logo, querida - disse Eris e Amber fez uma breve reverência e então a criada pegou o filho mais velho deles pela mão e caminharam juntos para a porta que se abriu e logo se fechou quando passaram.

Os dois machos então ficaram em silêncio, até que Eris pigarreou.

- Venha comigo, tenho algumas provas que pode lhe interessar - disse terminando de tomar o licor e seguiu para uma posta oposta a que Âmbar e seus filhos passaram.