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Eris Vanserra era o Grão-Senhor de uma Corte poderosa, governava como seu pai jamais fora capaz de fazer, era um líder justo e de pulso firme, que só usava sua crueldade quando realmente necessitava e em relação a sua família ele era o exemplo de marido e pai, ele jamais, nunca, sequer elevou a voz para sua esposa ou filhos, jamais ergueria a mão para eles e quando dizia que os amava não era mentira, mas, ele tinha um grande efeito que era não ser totalmente leal a sua linda esposa e talvez ele fosse se tivesse um certo alguém ao seu lado também.

Ele se lembrava perfeitamente da primeira vez que havia visto Adonis, ainda apenas um menino de 12 anos junto do irmão gêmeo e dos pais na cerimonia de parceria de Lucien e Elain. Poderia sim ser considerado doente por não conseguir tirar os olhos do então ainda garoto que estava ao lado do pai qual Eris odiava, mas Adonis o olhou também, o analisou da mesma forma que analisaria um oponente e depois esqueceu completamente da existência do macho durante a festa.

Após anos Eris passou a ver mais Adonis depois que o garoto ficou adulto, se tornou um macho que acompanhava o pai em todas as reuniões importantes, aos encontros dos Grão-Senhores, e o ruivo era firme como uma rocha, olhar frio, impassível e atento como o de Azriel. Os olhares deles começaram a se cruzar com frequência até que a primeira conversa aconteceu, o primeiro beijo, a primeira vez que se deitaram como amantes... E desde então Eris passou a viver pelos encontros com Adonis, pelos beijos, caricias, pelo sexo, e tudo poderia ter continuado se o amante não fosse tão cabeça dura.

Queria continuar com ele, sabia que conseguiria manter aquele romance mesmo casado com Âmbar, mas Adonis não aceitou aquela condição e o deixou, o deixou e agora estava com uma fêmea, e não qualquer fêmea, a filha mais nova de Rhysand, a linda Stella qual agora Eris queria fazer desaparecer de seu caminho e mesmo que não aparentasse, ele agiu sorrateiramente e descobriu que a linda princesa também tinha um romance secreto que agora não era mais tão secreto assim e tudo o que Eris precisava fazer era plantar a semente do ciúme.

O filho de Tamlin, Aidan, era o amante da princesa e pelo o que os ouvidos de Eris o casal havia terminado não por que não se gostavam, mas por que Aidan era um grande covarde.

Não foi difícil localizar o jovem macho que estava em uma pequena vila no litoral bebendo até cair numa taverna. O lugar era sem duvidas decadente, fedorento, com ratos perambulando pelo chão seboso, sem dúvidas um lugar onde seres superiores como ele e Eris não deveriam estar.

O Grão-Senhor se aproximou da mesa onde o rapaz estava sentado, uma caneca de ferro cheia de cerveja quente e barata, roupas desgrenhadas, cabelo preso num coque mal feito.

— Menino, você está péssimo — disse Eris fazendo com que Aidan erguesse os olhos verdes como os e Tamlin para ele.

— O que você está fazendo aqui? — o príncipe questiona com o rosto fechado. Bom, o sentimento de inimizade por Eris deve ter passado de geração.

— As noticias correm, sabe? — disse o ruivo puxando a cadeira e se sentando à mesa. — Não se fala em outra coisa.

— Que coisa?

Eris deu um pequeno sorriso viperino.

— Você e a filha de Rhysand — disse fazendo com que a feição esbravecida de Aidan mudasse para uma até assustada.

— Como assim? — o rapaz pergunta.

— Não se faça para mim, Aidan, eu sei que você e ela estava tendo um caso de quase cinco décadas — disse Eris. — Muito tempo, não é?

— O que você quer? — a voz do rapaz era carregada, nervosa.

— Nada, não quero nada de você especificadamente, eu só quero lhe avisar que Stella o superou bem rápido — disse olhando para a mesa e olhou novamente para o belo macho por debaixo dos cílios.

— Como assim? — rosnou Aidan com os olhos verdes começando a brilhar.

— Conhece Adonis, filho do mestre-espião? — tamborilou os dedos na mesa de madeira. — Quando eu estava na Corte Noturna resolvendo alguns assuntos com o pai da sua amada, ela chegou em casa depois de uma longa viagem com Adonis, apenas os dois. Não é de se desconfiar que a sua fêmea tenha se deitado com ele.

A caneca de estava na não de Aidan cheia de cerveja fora amassada pela grande mão dele fazendo com que o líquido escorresse e caísse pela mesa e pingasse no chão.

— Você não tem certeza — disse o filho de Tamlin.

— Não? — Eris deu risada. — Sabe, ela é prima da minha sobrinha, Lissa, e por um acaso eu ouvi por detrás da porta elas conversando sobre a viagem e Stella disse que perdeu a conta da quantidade de vezes que trepou com Adonis e disse com bastante felicidade...

O poder de Aidan explodiu pela taverna fazendo com que as mesas e cadeira voassem para as paredes, com que os vidros das bebidas e barris de cerveja explodissem, a única mesa e cadeira que ficaram no lugar foram as deles.

— Você está mentindo — rosnou Aidan entre os dentes expostos, os caninos maiores e afiados.

— Estou? Por que não pergunta a ela? — deu um pequeno sorriso e então Aidan se levantou de uma vez fazendo a cadeira que estava sentado cair para trás e o macho saiu literalmente correndo e se transformou numa besta ao sair da taverna.

Eris suspirou e se levantou da cadeira e se retirou da taverna e quando saiu do estabelecimento escutou ao longe dos rugidos enraivecidos de Aidan. O ruivo deu um sorriso esnobe, era como dizia o ditado, filho de peixe, peixinho é e Aidan era filho de Tamlin.  

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