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Stella dormia como uma verdadeira pedra depois de ter bebido quase três garrafas de vinho junto com a mãe e Gwyn e por mais que ela quisesse dormir junto de Adonis novamente, o noivo preferiu ir para casa para descansar depois daquela semana todo juntos.

A princesa acabou por acordar no meio da noite e decidiu ir até a cozinha pegar alguns biscoitos para comer, no meio do caminho passou em frente a sala onde estava reunida anteriormente com os pais, o noivo e os pais deste e viu Rhysand sentado numa poltrona parcialmente voltada para a lareira acesa. O Grão-Senhor vestia um robe de seda preto e soltou um longo e muito demorado suspiro inflando o pito largo.

— Papai? — chamou Stella o fazendo erguer as sobrancelhas e a olhar.

— Ah, oi meu amor — ele disse dando um pequeno sorriso.

— Está tudo bem? — perguntou ela se aproximando com um sorriso pequeno no rosto.

— Hm? Sim, claro que sim — disse Rhysand forçando um sorriso. — Pode voltar para cama.

Ele olhou novamente para o fogo na lareira e Stella arqueou uma sobrancelha, a princesa fora então até o pai e rapidamente tirou as mãos dele do colo.

— Stella?! — exclamou Rhysand rindo enquanto a filha sentava em seu colo e se aconchegava com a cabeça em seu peito enquanto o abraçava.

— Não gosto de ver você distante assim — disse ela fazendo Rhysand suspirar e envolver a filha com os braços levando uma mão aos cabelos negros de Stella acariciando.

— Eu só estava pensando, mesmo — respondeu o pai enrolando mechas do cabelo sedoso dela entre os dedos. — Pensando na noite em que você nasceu... Era uma das noites mais estreladas que já tinha visto na minha vida e teve uma queda de estrelas cadentes sem nem mesmo ser época da Queda das Estrelas... É por isso que dei seu nome de Stella.

Stella olhou para o rosto do pai vendo um sorriso cálido nos lábios dele.

— Você era tão pequena que cabia nas minhas duas mãos juntas — ele soltou um pequeno riso e olhou para o rosto da filha. — E era tão linda, a coisa mais linda que eu já tinha visto, e conforme você foi crescendo foi ficando ainda mais linda e graciosa, e sempre queria estar junto comigo... Papai isso, papai aquilo. E eu sempre estava ali... E agora, você vai se casar.

— Bom, eu tenho quase duzentos anos — disse Stella apoiando a cabeça contra o ombro do pai. — Mas mesmo que eu me case e saia de casa, eu sempre vou precisar do meu papai, sabe?

Rhysand soltou um, baixo riso e abraçou a filha com mais força, como se era realmente ainda fosse apenas uma garotinha.

— E eu sempre vou estar aqui para você — roçou o queixo contra o topo da cabeça de Stella. — Mas eu estou feliz por você, e feliz por ser Adonis... Afinal, ele é da família e é um bom macho. Sei que vai estar em boas mãos.

— Eu concordo — disse Stella e Rhysand assentiu com a cabeça. — Lembra quando eu fazia você de boneca e colocava várias presilhas coloridas no seu cabelo?

O Grão-Senhor soltou uma breve gargalhada.

— Sim, também lembro que você gostava de tomar chá todas as tardes lá pelas cinco da tarde, pegava as maquiagens da sua mãe e pintava eu e você — Stella riu.

— E ela ficava muito brava — disse rindo e Rhysand assentiu com a cabeça. — Eu sinto saudades desse tempo.

— Ah, acredite, eu também — disse o pai. — Por mim você seria criança para sempre.

— Pai — disse Stella em aviso o fazendo rir.

— Eu sei, eu sei — ele respondeu e então a olhou fazendo com que Stella levantasse o rosto para fita-lo. — Você estando feliz, minha estrela, é o que mais importa.

Stella suspirou quando recebeu um beijo na testa do pai e então se aconchegou novamente nele fechando os olhos, acabou por ser ninada pela caricia do pai em seus cabelos e braço, e pelos batimentos do coração dele e mesmo que ela fosse uma fêmea adulta, não iria negar aquele momento entre ela e o pai e por um singelo momento ela realmente se sentiu novamente como uma garotinha. 

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