31 / epílogo

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Antes de deixar Fort Valley, eu fiz uma visita ao túmulo da minha irmã

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Antes de deixar Fort Valley, eu fiz uma visita ao túmulo da minha irmã.

Seu nome estava gravado em pedra como tinha sido registrado em sua certidão de adoção. Marissa Claire Pembleton. Ela não tinha conseguido concluir os trâmites para a mudança de nome antes de morrer, e Deus sabe que os pais dela preferiam manchar a memória da própria filha do que admitir que Marissa era uma Ward, como eu.

Me ajoelhei e toquei a pedra gelada com a ponta dos dedos, antes de tirar uma lata de tinta vermelha da mochila e incluir, grosseiramente, o sobrenome Ward entre seu nome do meio e o nome de seus pais adotivos. Boa sorte para eles, quando tentassem apagar aquilo do túmulo.

Me despedi da morada eterna de Marissa deixando uma rosa branca amarrada com um laço de fita vermelho ao lado de seu nome. Meu lado racional sabia que ela não estava ali, e que sentimentalismos não mudariam esse fato. Além do mais, eu não tinha exatamente tempo a perder se pretendia desaparecer.

Ainda assim, permiti que uma única lágrima rolasse pelo meu rosto até cair do meu queixo. Era o último sinal de dor que eu demonstraria.

Eu tinha cumprido a minha missão. Eles pagariam, agora. Se isso seria o suficiente? Eu já não me importava. Existe um limite do que você pode sacrificar de você mesma para ter vingança, e eu já tinha perdido quase tudo.

Vesti o capuz e saí caminhando pelo cemitério até onde tinha estacionado a moto de Hero Asher, me questionando quanto tempo ele levaria para perceber que eu a tinha roubado. Dei um sorrisinho vitorioso.

Enquanto fugia de Fort Valley, meu coração palpitava enquanto meus pensamentos eram dominados por uma verdade que eu não apenas conhecia, mas de que tinha medo.

Talvez eu não conseguisse esquecê-lo. Talvez aquela fosse a minha punição por escolher mutilar um coração: amar para sempre o que eu não poderia ter.

Tinha me certificado de que eu me sairia ilesa. Que minha mente, meu corpo, minha história não seriam comprometidos no processo. Isso seria retribuição. Pagamento. Um simples acerto de contas. Eu queria que aquele grupo de pessoas, e em especial Hero Asher, passassem o resto de suas vidas olhando por cima do ombro, com medo de que eu pudesse estar espreitando nas sombras, pronta para destruir quaisquer que fossem as conquistas que eles viessem acumular.

Eu queria que Asher sentisse medo. Perda. Luto. Desespero.

Só não tinha previsto que ele poderia me levar à ruína.

Não sabia que ele poderia me tomar por completo, gravando seu nome em tudo que me diz respeito, tatuando-o eu meu coração. Eu não sabia que nunca mais me sentiria como eu mesma. Não sabia que não me conhecia.

Griffin Jones me roubou de mim.

Eu não teria arrependimentos, se não fosse pelo arrombo no meu peito por saber que nunca mais o veria novamente.

Sentiria falta de seus olhos. Nunca vi olhos como aqueles. Se soubesse que passaria o resto da minha vida desejando que seu olhar se voltasse para mim novamente, teria passado mais tempo permitindo que ele me visse.

Os olhos de Hero Asher são como águas calmas. Límpidas. Córrego raso e seguro. Do tipo que uma garota se sentiria segura em colocar os pés descalços, cansados, para se refrescar.

Mas Griffin... os olhos de Griffin são a tempestade.

E eu queria que ele chovesse sobre mim de novo.

E eu queria que ele chovesse sobre mim de novo

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