Eu precisava da resposta.
Sem ela, eu não conseguiria seguir. Precisava eliminar todas as dúvidas, todas as variáveis no elo frágil que se formara entre Griffin Jones e eu. Por isso, decidi aparecer sem aviso no bar dele, para falar sem a presença de nenhum dos outros membros d'Os Cinco.
Atravessei as portas do bar que estava bem mais lotado do que da primeira vez que eu parei por ali. Eu vestia uma camisa de flanela e um boné, com meu cabelo preso em um coque por baixo dele.
Avaliei o ambiente, porque isso não tinha sido premeditado e eu não sabia se Hero, por exemplo, estaria ali. Não encontrei ninguém. Griffin estava no bar, servindo alguns fregueses e administrando pagamentos. Caminhei até um banco que dava de frente para ele, me sentei e tirei o boné, soltando meus cabelos. A sensação de dejà vu foi massacrante.
— O que você está fazendo aqui? — ele questionou, como quem toma um susto. Como eu, ele olhou ao nosso redor em busca de um conhecido.
— Não posso estar aqui? — sinalizei para um garçom me trazer uma bebida. Era um homem de seus trinta e poucos anos, barba bem cuidada e algumas tatuagens cobrindo seus antebraços. Ele não questionou nada ou pediu identificação. Só colocou um copo de cerveja recém tirada na minha frente.
Eu até salivei. Já fazia algum tempo.
— Lauren. — Griffin se alarmou. Ele estava preocupado. Com o que poderia significar a minha presença naquele bar, ou com os rumos que as coisas poderiam tomar.
— Por que seu bar não tem nome? — perguntei, em tom casual — Não tem uma placa lá fora.
— Por que você está aqui? — ele não me respondeu. Apenas passou a administração do sistema de pagamento para uma de suas contratadas. A garota arriscou um olhar na minha direção, e abaixou a cabeça quando eu o devolvi. Ótimo. Eu gostava de gente que sabia quando um assunto não era de sua conta.
— Você gosta de sempre ter a última palavra, não é? — falei a ele, dando um gole na primeira cerveja que eu bebia desde a noite que tinha chegado a Fort Valley; o líquido desceu fácil pela minha garganta. — Mesmo que suas atitudes sejam completamente contraditórias e demandem explicações, não é assim que você funciona.
Griffin engoliu em seco. Seus olhos gélidos estavam fixos nos meus, e me permiti um momento para admirá-lo. Para confessar para mim mesma o quanto aquele garoto era atraente para mim. Fora a tensão em seus ombros, sua postura era sempre polida. Ombros para trás, músculos dos braços definidos e à mostra. Seu maxilar anguloso e ossos das bochechas marcados.
Sua boca, que eu já tinha beijado.
Ele era bonito para caralho, mas muitos garotos e garotas eram bonitos.
Não muitos me davam vontade avançar em seus pescoços.
— Você me comprou a droga de um vestido. — minha voz saiu fraca, porque isso estava me incomodando. Era a atitude que não fazia sentido. Tinha menos lógica do que ele me prensar contra o trailer e me beijar, porque isso foi feito no calor do momento. O vestido, por sua vez...
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PONTO DE VISTA
Teen FictionTodos conhecem Os Cinco. O grupo de amigos tão unido quanto exclusivo, com destinos selados por um segredo. Cinco adolescentes com personalidades que deveriam ser antagônicas, mas convergem para um objetivo em comum. Um pacto, uma promessa de vida:...