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Quando saí do chuveiro, enrolada em uma toalha, pude ouvir o barulho de água correndo que indicava que Griffin ainda não tinha terminado seu banho

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Quando saí do chuveiro, enrolada em uma toalha, pude ouvir o barulho de água correndo que indicava que Griffin ainda não tinha terminado seu banho. Aproveitei o momento para respirar fundo, processando os acontecimentos daquela noite.

Meu dinheiro. Todo o dinheiro que eu tinha para ficar em Fort Valley por mais alguns meses tinha sido levado. Isso significava que eu, literalmente, não tinha como sustentar a minha farsa por muito mais tempo.

Até poderia continuar trabalhando no Frederick's, ou me socorrer a Sam para um empréstimo. Mas ela já tinha feito o bastante por mim, e o que me pagavam no restaurante não era o suficiente nem para manter as minhas contas mais básicas. Eu podia deixar a escola e trabalhar em período integral, mas isso levantaria suspeitas.

Eu não tinha saída. Teria que correr contra o tempo. Meus dias em Fort Valley chegavam ao final.

Adentrei o quarto, onde Griffin tinha depositado uma de suas camisetas para mim, como na noite em que Asher sofrera o acidente de moto. Dessa vez, eu a vesti. Senti o algodão macio sobre a minha pele, constatando que a conclusão dos meus planos significava que eu jamais veria Griffin Jones novamente.

Foi naquele momento que eu percebi.

Me despedir de Griffin me custaria mais do que eu tinha me disposto a ceder ao buscar justiça por Marissa. Eu amava a minha irmã. A tinha amado mais do que qualquer outra pessoa a caminhar sobre a superfície do planeta. Eu a tinha amado ao ponto de achar que isso nunca aconteceria de novo.

Mas eu estava errada.

Em outro universo, Griffin e eu teríamos nos conhecido de um jeito diferente. Talvez eu teria esbarrado nele em Great Falls, quando estivesse ajudando Lauren com o abastecimento do bar. Talvez, Marissa teria nos apresentado quando eu finalmente me emancipasse e viesse viver em Fort Valley até que ela se formasse. Nos conheceríamos em uma das festas de Adrian, e trocaríamos olhares por cima da multidão.

Eu o beijaria sem comprometer meus planos, porque eles não existiriam. Ele me beijaria sem culpa, porque, na sua cabeça, eu não seria a garota do seu melhor amigo.

Aquela noção me fez ofegar. Não percebi que Griffin tinha se juntado a mim no quarto, vestindo apenas uma calça de moletom.

— Ei. Está tudo bem. — ele se lançou para mim, me envolvendo em seus braços. Devia pensar que eu estava agindo naquela maneira por conta do assalto. Eu não disse nada enquanto ele acariciava meus cabelos molhados, puxando meu rosto contra seu peito.

Inspirei, deixando que o cheiro do sabonete sobre sua pele me invadisse. Eu m sentia segura naquele abraço. Confortada. Contato físico era algo que vinha com certa dificuldade para mim, mas lá estava Griffin Jones, me ensinando mais uma coisa sobre mim mesma.

Eu ergui meu queixo para olhar para ele. Seus olhos eram cinzentos, mas não me congelavam mais. Eu me inclinei e depositei um beijo em seus lábios, mandando as consequências para sei lá onde.

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