- Como foi no trabalho hoje? - Pergunta de repente, como se não estive a poucos segundos, prestes a me beijar.
Limpo a garganta, retomando meus sentidos.
- Samuel e eu resolvemos um caso, foi meio difícil fazer com que Clara levasse a frente, mas ela acabou cedendo. Sabe. - Cruzo os braços abaixo do peito, pensativa e a encaro. - A gente da duro todo dia naquela delegacia, acho que passo mais tempo lá dentro do que em casa, aí você comete um erro, e pronto, nada que você disser tem credibilidade mais. - Coloco meu cabelo pra trás enquanto solto um longo suspiro. - Um erro a cada 100 acertos, e eles anulam tudo que eu faço. Me irrita.
Cassandra me olha atentamente, diria que atenta até demais, seus olhos me medem de cima abaixo, e tem um sorriso safado no rosto.
Cassandra
Encaro Bianca reclamando do seu trabalho, mas confesso, eu não prestei atenção em nada que ela disse.
Meu pensamento ainda está na sensação de ter seu corpo colocado no meu, a respiração dela descompassada, a forma como passou a língua sobre os lábios na tentativa de umedece-los.- Cassandra! - Saio do transe ao ouvir seu grito. - Para de me secar e presta atenção no que estou falando.
- Não estava te secando. - Me defendo, mesmo que seja mentira. As imagens que crirei de seu corpo nu colado no meu, não saiam de minha mente.
- Ouviu o que eu disse então?
- Aan... não. - Confesso sem vergonha nenhuma e ela me olha feio.
- Resolvemos um caso, quase não tivemos credibilidade por causa do erro, mas conseguimos. Foi basicamente isso que disse.
- Ainda isso? Vocês já provaram que foi só daquela vez e continuam duvidando de vocês? - Pergunto confusa, não faz sentido, nesse meio erros acontecem o tempo todo, e ignorar as melhores agentes da delegacia não faz muito sentido pra mim. - Sequer teve algum prejudicado. Não mataram ou prenderam ninguém por engano.
- Exato! Foi apenas um... gasto de recurso. - Ela da de ombros insinuando não ser grande coisa. - Mas fora isso, nenhum prejudicado, apenas dinheiro jogado fora... não é como se não tivéssemos acertado antes.
- Os criminosos devem agradecer. - Brinco sorrindo.
Bom, eu pelo menos agradeço.
- Nem brinca com isso. - Ela se joga na cadeira, parecia cansada. - Tô um poço de estresse, preciso fazer algo pra relaxar. - Apoia o pescoço no encosto da cadeira e olha pro teto.
- Tenho uma ideia que pode te ajudar. - Me aproximo cautelosamente e ela não percebe.
- Hm? Estou aberta a qualquer sugestão. - Bianca continua encarando o teto e isso me irrita um pouco.
Puxo sua cadeira pro lado, atraindo sua atenção, passo minhas pernas em cada lado de seu corpo, e sento. Bianca parece confusa, mas não reclama, sua respiração fica pesada e suas mãos parecem ir automaticamente a base da minha coluna, me puxando mais para si. Ela parece determinada e completamente entregue ao momento, ela está confortável. Nossos olhares se cruzam e muitas coisas são ditas em silêncio. Eu sinto meu corpo pegar fogo com seu toque, e minha cabeça apenas grita para que eu a beije. Descanso minha mão em sua nuca e aproximo nossos rostos, ficamos assim por um momento, apenas nos encarando de perto e ansiando para que a outra tome o próximo passo.
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A Sombra Da Máfia
RomanceEntre despedidas dolorosas e expectativas altas, Bianca deixa para trás sua vida familiar para se juntar à polícia italiana. Apesar da desaprovação dos pais e do coração partido do irmão caçula, Pedro, ela encontra apoio em Cassandra, uma italiana m...