Entre despedidas dolorosas e expectativas altas, Bianca deixa para trás sua vida familiar para se juntar à polícia italiana. Apesar da desaprovação dos pais e do coração partido do irmão caçula, Pedro, ela encontra apoio em Cassandra, uma italiana m...
- Já deu né? - Falo alto desligando a televisão. - Está ficando tarde e eu preciso dormir. - Minto descaradamente.
- Ainda teve a coragem de dizer que não sentia medo de filme de terror. - A ruiva tira sarro rindo.
- Mas eu não tenho, só preciso acordar as seis da manhã, e já são quase dez da noite, preciso descansar.
- Agora é a hora que você pede pra dormir comigo, porque está com medo. Pode pedir, vai. - Incentiva gesticulando sem disfarçar sua cara de convencida.
Levanto do sofá, ignorando sua provocação e arrumo a pequena bagunça que havíamos feito. Me preparando psicologicamente para passar um medinho durante essa noite. Após terminar, me apoio no encosto do sofá e me inclino na direção da ruiva que me observava atentamente.
- Pra dormir na mesma cama que eu, sem ser em caso de vida ou morte, você vai ter que me pedir, Cass. - Sussurro em seu ouvido e vou para o meu quarto, e antes que eu saia da cozinha ela me chama:
- Madson? - Viro lentamente em sua direção. - Posso dormir com você hoje?
- Não. Boa noite Manccini. - O sorriso dela morre aos poucos, mando um beijo pra ela e entro no quarto. Me certifico que tranquei a porta umas três ou quatro vezes antes de deitar, e só aí lembro que não escovei os dentes. Me arrasto para fora da cama e abro a porta vagarosamente.
- Mudou de ideia? - Fecho os olhos com o susto e solto a respiração devagar.
- Quer me matar do coração? - Me apoio na porta me recuperando do susto. - E eu não mudei de ideia, vou apenas escovar os dentes.
- Quer ajuda? - O sorriso convencido dela me irrita.
- Eu não tenho cinco anos Cassandra, obrigada.
- Aí... essa doeu, que mulher cruel. - Ignoro suas lamurias e vou para o banheiro antes que a raiva e o sono me consuma.
- Bia? - Me chama quase em um sussurro, paro para ouvi-la mas não falo nada. - Boa sorte amanhã. - Sorri amorosamente e eu retribuo.
- Obrigada ruiva.
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Acordo ás 04:45 e levanto da cama em um pulo, não sei nem como consegui dormir com tanta ansiedade que tem dentro de mim. Graças ao meu maravilhoso condicionamento físico e treinamento o máximo que preciso para expulsar o sono e despertar toda a minha energia são 15 minutos de yoga.
Separo uma calça confortável para fazer exercício, uma camiseta e um sobretudo e vou para o banheiro começar a me arrumar. Cassandra ainda estava dormindo e não sei se agradeço ou se fico triste pois precisarei ser mais rápida no banho para ter tempo de preparar meu café da manhã e sair de casa sem que eu me atrase, já que a delegacia é razoavelmente longe e ainda preciso me apresentar e procurar a Clara antes de realizar qualquer teste.
O banho rápido e gelado terminou de eliminar qualquer resquício de sono e preguiça, visto a roupa antes de qualquer coisa, e me preparo psicologicamente para domar os meus cachos em um rabo de cavalo baixíssimo e sem volume. É uma missão quase impossível e sem duvidas o que mais toma o meu tempo, fazer um coque é simplesmente inviável, meu cabelo pega um volume enorme, deixando o coque pesado e incomodo, então a solução mais pratica é um rabo de cavalo baixo com bastante gelatina.
