22 - Cachorrinha

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Bianca

- Samuel, eu não faço a menor ideia de onde ela esteja, já fazem 4 dias que ela sumiu e não atende ou responde minhas mensagem. - Suspiro, exalando minha preocupação para fora. Meu amigo me entrega um copo de água e bebo sem reclamar. - Estou pensando em da-la como desaparecida. Não conheço ninguém que saiba dela além de Julian e não tenho contato com ele ou sei como acha-lo.

- Acho que seria o certo a fazer Bia, por mais que ela pareça ser fodona daquele jeito, ela está machucada e apesar do tamanho, não é imortal. - Ele faz um carinho nas minhas costas, tentando me passar tranquilidade.

- Eu tô desesperada, mal consigo raciocinar direito quando não estou atolada no trabalho, e até isso tô com medo de estar sendo afetado. - Bufo começando a ficar irritada.

Cassandra saiu de casa a quatro dias, antes do amanhecer e desde então não tenho nenhuma notícia sequer dela. O celular da fora de área ou caixa postal, minhas mensagens não são recebidas e Julian está tão fora do radar quanto ela. E eu estou perdida, no escuro, sem saber aonde aquela maluca se meteu.

Os caras que invadiram nossa casa a pegaram? Ela foi atrás da família? Está morta? Foi sequestrada? Levou outra surra na rua e morreu? Está largada em um lugar qualquer para que alguém ache o seu corpo?

Todas as hipóteses que passam na minha mente reviram o meu estômago me fazendo querer vomitar. Mal consigo dormir ou comer de preocupação, meu lado policial sequer consegue raciocinar e colher evidências para saber seu paradeiro.

Estou perdida e sem reação, completamente paralisada.

- Respira Bianca, você está hiperventilando. - Samuel chama minha atenção, pisco algumas vezes para conseguir focar em seu rosto outra vez e dou inspirações profundas, controlando minimamente meus nervos. - Vem, você precisa reconhecer que ela está desaparecida e fazer algo em relação a isso, se estiver precisando de ajuda só irão conseguir acha-la se você deixar que a procurem.

Levanto sem dar uma resposta, caminhando automaticamente para fora da nossa sala, as pessoas passavam por mim como vultos, mal as enxagarva ou ouvia o que falam. Eu não estava presente.

A vibração do meu celular no bolso resgata a minha atenção, pego o aparelho com pressa e sinto meu coração errar uma batida ao ler o nome dela no visor, seguido pela raiva, fazendo meu corpo inteiro esquentar. Se ela não estava morta, eu mesma a mataria.

- Pretinha. - Sua voz é calma e despreocupada.

- Pretinha? - Paro subitamente e elevo o tom de voz. - Você some por quatro dias e é isso que me diz? Qual a porra do seu problema? - Algumas pessoas param o que estão fazendo para me observar, mas não dou muita importância. Eu queria esganar e abraçar essa desgraçada na mesma proporção.

- Se você permitir, eu consigo dizer mais do que isso. - Seu tom brincalhão me invade e consigo me permitir relaxar por alguns segundos, se ela estava fazendo piada significa que não estava tão na merda assim. - Ok, obrigada. Eu tive que sair para resolver o incidente que tivemos na nossa casa aquele dia. Precisei vir até a minha família e não podia te contar pois sei que tentaria me impedir.

- Mas é claro! - Minha voz sai sobressaltada mas mais controlada do que quando a atendi. - Você enlouqueceu de resolver isso sozinha?

- Não estou literalmente em perigo Bia, estou com a minha família, disseram que irão resolver isso, não sei como ou quando, mas me asseguraram isso. - Ela parecia calma o que me fez não surtar outra vez.

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