Entre despedidas dolorosas e expectativas altas, Bianca deixa para trás sua vida familiar para se juntar à polícia italiana. Apesar da desaprovação dos pais e do coração partido do irmão caçula, Pedro, ela encontra apoio em Cassandra, uma italiana m...
Sinto minha cabeça girar e algumas muitas partes do meu corpo doer. Minha boca começa a ficar seca e a fome e a irritação de estar aqui novamente por um motivo quase fútil me deixa estressada.
Julian não demora muito pra chegar após a partida de Bianca e isso me deixa tranquila em vários níveis. Principalmente por ela não saber que não preciso necessariamente dela para conseguir sair daqui e tão fácil. Não creio que os amigos dela irão contar esse pequeno detalhe.
- Quem você matou? -Ele pergunta baixinho quando saio da cela. Olho para ele, de cima a baixo e nego com a cabeça.
- Que fama eu tenho em. Ninguém. Eu acho. - Limpo as mãos na roupa e a estico, tentando desamassar. - Talvez dois, ou três holandeses.
- E como você se livrou da acusação? - Dou de ombros e caminho até a saída o deixando para trás. - Cassandra! - Julian me puxa para trás com agressividade, e se desculpa silenciosamente segundos depois.
- Dei o meu jeitinho. Não preciso de alguém para limpar a minha barra sempre. Apenas quando estou aqui. - Mostro o lugar com as mãos e respiro fundo ao ver que a explicação não foi suficiente.
Vou me lembrar de não dar tanta ousadia para alguém novamente.
- Vamos embora e eu te explico. - Saio da delegacia de cabeça erguida, como sempre, e com o meu cão de guarda raivoso na minha cola. Posso sentir a irritação de Julian erradiando a quilômetros.
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- Satisfeito? - Pergunto me acomodando no banco após explicar minimamente como matei dois inimigos, que estavam no meu território sem a minha autorização inclusive.
- Você matou os dois, por que estava entediada? - Ele repete incrédulo.
- Basicamente, mas eles estavam aqui clandestinamente. Todos sabem que isso é contra as regras. Não vão poder me questionar quanto a isso.
- Não vão, mas talvez não precisa-se mata-los. - Talvez, mas eu queria.
- É, tanto faz. - Dou de ombros. - Não posso voltar pra casa agora. Bianca me viu na delegacia. - Reviro os olhos.
Pode ser que eu esteja começando a me irritar com o fato de que Bianca seja uma policial. Tudo fica mais complicado e complexo, preciso pensar em mais explicações e tomar o triplo de cuidado com as coisas que eu falo. Posso até gostar muito dela, mas é uma situação estressante. E eu não lido muito bem com o estresse.
- Alguém parece de saco cheio. - Ele zoa.
- Agradeceria se você parasse de prestar atenção em detalhes quando não estamos no ambiente de trabalho. Isso está me deixando de saco cheio. - Meu tom acaba saindo mais agressivo do que queria, mas no momento estou pouco me fudendo.
