35 - A minha cama

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- Cassandra... - repreendo sem muita certeza. Até que não seria uma má ideia.

- Não estou falando que precise ser necessariamente comigo, sua pervertida. - Caminha em direção ao quarto e sinalização que a siga. - Apesar de estar sempre à disposição da senhorita. - Vira levemente para trás e pisca.

- Não sei se estou gostando do rumo dessa conversa. - Pigarreio mas paro na porta de seu quarto, e a observo pegar uma caixa mediana da parte de cima do guarda roupa.

- Ah, eu tenho certeza que quando você estiver apertando os lençóis e reprimindo gemidos você vai gostar. - Sorri enquanto abre a caixa e joga em cima da cama alguns brinquedinhos.

- Não... - coloco a mão nos olhos enquanto seguro uma risada surpresa. - Cassandra eu não vou usar as... coisas que você enfia nas suas ficantes. - Aponto para a variedade em cima da cama e tento não fixar o olhar em nada.

Existem muitos tamanhos e cores ali. E não quero nem falar das algemas, cordas e... não eu não quero mesmo falar.

- Eu não faria isso com você principessa. Posso te emprestar algo novinho, existem alguns que não saíram das caixas. - Sua voz soa sensual demais pra mim.

Por mais que eu queira negar, eu não posso. Imaginei nos duas usando algumas daquelas coisas. E eu odeio essa italiana por isso.

- Não... Cassandra, eu não vou pegar algo seu e ir pro meu quarto gozar com você sabendo! - Falo apressamente, sentindo meu rosto queimar com a situação.

- Eu posso te oferecer alguém. - Quase me sinto ofendida e um palavrão veio na ponta da língua, até notar a expressão de tarada em seu rosto.

- Está se oferecendo para me fazer gozar? - Pergunto quase incrédula. - Eu vou pro meu quarto. - Levanto as mãos sem acreditar. - E sozinha. - Aponto em sua direção ao vê-la fazer menção de levantar.

- E frustrada... não vai aceitar nenhum? - Estende um vibrador roxo em minha direção. Oscilo o olhar entre ela e o objeto em sua mão por alguns segundos.

- Meu Deus. - Murmuro virando as costas e decido tomar um banho, essa conversa me causou coisas.

- A escolha é sua e ela é péssima. - Ela grita do lado de fora e consigo ouvir sua risada.

Definitivamente eu não queria ter a imagem de Cassandra usando aquilo tudo com outras mulheres. Mas por outro, a curiosidade em vê-la usando em mim cresceu de uma forma curiosa.

- Quer saber... eu aceito a sua proposta, talvez ela não seja tão ruim assim. - Me apoio ao seu lado no balcão da cozinha. Ela bebe a água que havia acabado de ser servir calmamente enquanto me olha fixamente.

- Isso quer dizer que você aceita um vibrador? - Fecho os olhos com força me arrependendo amargamente de ter vindo.

- Esquece Cassandra. - Pego a garrafa de água e me sirvo de um copo bem cheio.

Viro de costas para ela, levando mais tempo que o normal para lavar um copo. Sinto vontade de virar um avestruz e enfiar minha cabeça no chão. "Aceito sua proposta, talvez não seja tão ruim" estúpida.

- Pera... Bianca, você ta dizendo que me aceita para te fazer gozar? - Ela sequer tenta disfarçar a surpresa na voz e isso me faz arder em vergonha.

- Disse para esquecer. - Apoio as mãos na pia, sem coragem de olha-la.

Sinto Cassandra se aproximar vagarosamente, parando a centímetros de distância, conseguia sentir sua respiração na minha pele, e isso me deixa nervosa.

- Apenas quero ter certeza que entendi a sua mensagem direito, e caso tenha vai ser um prazer te ajudar a relaxar. - Passa as pontas dos dedos na extensão do meu braço e sinto meu corpo se arrepiar com o toque gelado e repentino.

-Não é uma ideia totalmente ruim... só preciso de algumas taças. - A ruiva me mantém no lugar quando tento sair para pegar a garrafa.

- Não, você vai permanecer sóbria e me mostrar os seus limites. - Sussura perto do meu ouvido e passa a mão ao redor do meu corpo, me virando lentamente para ela. - Depois que você gozar podemos tomar algumas taças.

O toque suave no meu rosto foi como uma descarga eletrica por todo o meu corpo, sequer tinha ciencia que almejava tanto que me possuisse. Eu estava entregue, mais do que nunca, e isso é perigoso demais.

Uma de suas mãos permanecia firme na minha cintura e a outra levava meu rosto ao seu, nossos lábios se juntaram sem pressa, apesar do desejo e da saúdade. O beijo é calmo e sensual, e apesar das mãos nervosas em todos os lugares não há pressa alguma. O calor e o arrepio é crescente, e me sinto em combustão em apenas alguns segundos.

Meu corpo reage a Cassandra como uma gota de álcool caindo sob uma brasa, tudo parece arder e queimar, mas um pequeno pensamento intrusivo me faz para tudo em um momento quase brusco.

- Não assim. - Murmuro recuperando o folego.

A ruiva me encara confusa e arruma a blusa que quase arranquei alguns segudos atrás.

- Assim como, Bia? - Sua mão descansa na lateral do meu braço e ela parece atenta a todos os meus mínimos movimentos.

- Não na sua cama onde você já transou com a Isabela e tantas outras e muito menos nesses balcões que você provavelmente fez o mesmo. - Percebo que ela prende a risada e tenta disfarçar que seus olhos quase saem pra fora com a surpresa.

- Eu não... isso é ciúmes Bianquinha? - Provoca sorrindo e reviro os olhos.

- E se for? - Cruzo os braços abaixo do peito e a encaro séria, ignorando completamente minha calcinha molhada.

- Ok, eu não tenho defesa, mas eu não transei com a Isabela e nem com nenhuma outra nos balcões da cozinha, ok? - Levanta brevemente as mãos, se rendendo, mas logo volta a descansa-las em mim.

- Isso não alivia o seu lado. E a mesa? - Aponto pra mesa atrás dela, a ruiva nega em silencioso, mas mantenho meu olhar firme.

- Com a Isabela, uma vez. - Responde a contra gosto.

- Eu como naquela mesa a quase seis meses! Que nojo. - Elevo o tom de voz e passo as mãos no rosto. - Sofá? - Arqueio a sobrancelha e ela nega outra vez.

- Vai por mim você não vai querer saber. - Abro a boca em choque.

- Quantas mulheres você já fudeu na nossa casa, sua ruiva piranha? - Quase sinto meu tesão ser substituido pela raiva.

- Esse assunto não está te ajudando a relaxar. - Murmura com pesar e segura a barra da minha blusa, pedindo silenciosamente permissão para tira-la, eu não nego, lhe dando passagem.

- A minha cama, Cassandra? - Mantenho meu tom de voz sério e ela ri contra a minha pele.

Beijos molhados no meu pescoço fazem a minha postura vacilar por alguns segundos e o meu ciúmes bobo quase vai embora. Uma de suas mãos afundam no meu cabelo, e me empurra levemente em direção a sua boca, aumentando contato.

- Nenhuma. - Responde em um sussurro no meu ouvido, e não vou negar que isso me deixou levemente aliviada.

- Ótimo. - Afasto seu corpo do meu com delicadeza e caminho até a porta do meu quarto. Paro subitamente ao ver que estou sozinha e elevo o tom de voz. - Você vem ou não?

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