4 - Chá Revelação

35 3 1
                                    

Cassandra

- Você não... - Pietro insiste e eu o interrompo com uma longa e sarcástica risada.

É a terceira vez desde que entrei nessa sala que ele fala que não tenho coragem de fazer o que eu sempre faço.

- Cala a boca, Pietro. - Ordeno cansada. - Só cala a porra da sua boca por um minuto. - Passo as mãos no rosto. -Eu não aguento mais ouvir você falar e falar que eu não tenho coragem. - Me aproximo dele e sorrio. - Quer mesmo apostar nisso? - Meu sorriso abre ainda mais ao ver a raiva em seus olhos. - Você me traiu. - Sussurro e me aproximo de seu ouvido. - E agora vai pagar por isso.

- Cassandra, pelo amor de Deus. - Ele se ajoelha com dificuldade na minha frente, nego achando patética a ceninha, o olhando de cima para baixo com desdém. - Você quer uma confissão? Eu te dou, mas deixa minha família fora dessa, a minha esposa está grávida.

- Deixar em paz? - Pergunto cética cravando meu olhar no seu. - Eu não sou de deixar traidores saírem impunes. Você me deu um prejuízo enorme. - Coloco a mão no peito com pesar. - E você vai se fuder por isso, quer dizer... - Ele me olha com raiva e levanta quase em um pulo indo até a porta, mas os dois guardas ao lado o seguram.

- Olha aqui Cassandra... - Vira bruscamente para mim e grita, fecho os olhos brevemente, suspirando com preguiça. - Se você acha que pode mexer com a minha família e sair impune, você está muito enganada. - Mordo o lábio inferior contendo outra risada.

- Eu vou sim. - Dou um passo em sua direção, umedeço os lábios e passo o polegar sobre a boca. - E você vai estar morto para tentar alguma coisa.

- Se você triscar nelas, eu acabo com você. - Praticamente pula em cima de mim, mas sem me tocar, ele é louco mas ainda tem juízo.

- Você estará morto, Pietro. - Levanto o rosto e mantenho minha voz baixa e calma. - Não ouviu? - Pergunto confusa. - E eu vou começar com a Nina. - Digo olhando dentro de seus olhos. - Aliás... - Me afasto repentinamente e caminho até a mesa, sentando na beirada dela. - De quantos meses a sua esposa está? - Ele parece não entender a pergunta ou simplesmente está com medo de responder.

- Oito. - Bato palmas lentas.

- Meus parabéns, quer dizer, eu acho. - Finjo confusão não contendo meu sorriso sarcástico. - Bom, por um lado você ainda vai conhecer o seu bebê. - Dou de ombros. - E sexo? O nome do neném? - Olho pra ele interessada.

- Ainda não sabemos e não decidimos o nome. - Sua postura fica tensa.

- E nem vai ser necessário. - Me permito gargalhar. - Sequer vão poder ficar com ela mesmo. - Ele cerra os punhos e parte pra cima de mim, outra vez - Se encostar em mim. - Falo alto e ele para. - Eu te faço comer o feto. - Cruzo os braços, e o encaro séria.

- Você é louca! - Esbraveja me fazendo rir alto.

- Eu sempre deixei muito claro o que aconteceria com quem me traísse. - Pontuo com raiva, substituindo meu prazer por vê-lo em desespero por ódio. - Por favor, tragam a família dele aqui. - Peço para Alane e ela sai rapidamente. - Traição é imperdoável, Pietro. - Coloco o dedo em seu peito. - Eu tomei um grande prejuízo com as suas ações, e além das mercadorias o Marco ainda foi preso. Fora as coisas que você ainda não me contou. - Suspiro cansada. - É impossível que você não sofra as consequências disso. - Vocifero e ele fica em silêncio me encarando friamente. Trocamos ofensas silenciosas por olhares de ódio até que Alane voltasse.

- Ótimo. - Exclamo animada ao vê-las entrar. - Sejam bem vindas ao meu acerto de contas. - Sinalizo com a cabeça para Alane e Julian, eles pegam as duas pelos pulsos e as amarram na plataforma de madeira que havia na parede. - Eu vou ser muito breve, o Pietro já sugou toda a minha paciência.

A Sombra Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora