41 - Amore mio

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Cassandra

- Bianca sabe de alguma coisa. - Murmuro para Julian enquanto observo os pedidos que me foram feitos.

- Em relação a que? - Me entrega mais folhas. - Esse bordel sofreu uma retaliação, as garotas foram mortas, alguns clientes saíram feridos e roubaram tudo do local. - Arqueio a sobrancelha enquanto seguro os papéis no ar.

- A troco de que? - Leio as informações ligeiramente enquanto espero uma resposta. - Acho que sabe algo sobre a Ndrangheta.

- Aparentemente alguns clientes deviam traficantes rivais... as garotas foram efeito colateral.  - Puxo o óculos do rosto, o levando para cima da cabeça. - Ela disse algo sobre a Ndrangheta?

- Então o efeito colateral deles será igual. Cobrar devedores é uma coisa, assassinar quem não tem nada haver é antiético nessa situação. Pague na mesma moeda. - Jogo as folhas em cima de tantas outras, e volto minha atenção totalmente a meu amigo. - Disse que eu agia de forma suspeita desde o dia que nos conhecemos, e que ter traficantes pela segunda vez na nossa porta não era normal.

- E ela não está de todo errada, certo? - Puxo a respiração com força e solto com pesar.

- A situação com Antônio serviu para que eu fosse mais cuidadosa com a minha segurança, mas em contrapartida me deixou em panos quentes. - Descanso o óculos em cima da mesa e amarro meu cabelo em seguida.

- E o russos?

- Fez com que eu me livrasse de uma vez de Pietro, alguns meses viraram um  ano... enrolei essa questão mais do que deveria, porém não me arrependo, Pietro estava um fiasco quando o executei, pagou tudo o que dedurou, e além disso, até o que mentiu para o próprio sangue. - Julian cruza os braços e se encosta na cadeira.

- Não acha que Adam pode começar uma guerra por causa disso? - Parecia preocupado.

- Por causa de Pietro? Eu duvido muito. Me atacar na calada da noite está muito distante de uma guerra. Seria mais fácil eu começar uma.

- Talvez fosse o objetivo. - Pontua sugestivo.

- Seria mais fácil iniciar uma guerra pelo que fizeram com a... - Nego com a cabeça e volto a atenção para a tela do computador. Pensamento idiota.

- Sua policialzinha de estimação? - Reviro os olhos e aponto o dedo em sua direção.

- Sabe que odeio quando fala dessa forma. - Levanta os braços em rendição e sorri.

- Estão a perseguindo?

- Além... torturaram ela, Julian. - Sinto o arrepio subir pela espinha só de lembrar das marcas em seu corpo. - Estávamos discutindo ontem por causa do que ela fez com os russos, do nada ela tirou a blusa de frio e eu vi as marcas roxas nos braços e... em todo lugar visível. Quando dei por mim, ela estava contra a parede e eu arrancando a roupa dela. Não havia um centímetro de pele que não estivesse coberto de algum tipo de marca. - As memórias recentes embrulham meu estômago, e me sinto mal apenas de lembrar.

- Tirou a roupa dela a força? - Sua pergunta foi como um soco no meu estômago.

- O que?

- Prendeu ela na parede e arrancou a roupa dela, Cassandra. - Seu tom era sério e mantinha o olhar duro sobre mim.

- Você tá querendo insinuar alguma coisa? - Elevo o tom de voz, descrente no que estou ouvindo.

- Só acho estranho que você tenha agido igual os... - Ele deixa a frase no ar e isso faz o meu sangue ferver.

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