• 034 •

2.2K 191 40
                                    

ficamos no meu quarto assistindo um filme, não me sentia muito bem pra ficar com meus familiares, ainda mais após o ocorrido.

meu pai com certeza iria me questionar sobre o que tem na maleta que o Raphael queria, é algo bem banal pra falar a verdade

entretanto o que mais me intriga é o fato do Raphael saber onde minha casa fica ou melhor, saber que estou na Alemanha é muita ousadia dele ter vindo até aqui

–– isso não vai ficar barato - resmungo e solto um suspiro alto.

–– o que não vai ficar parado? - Tom desviou o olhar da tv

–– nada, só estava pensando alto - sorrio fechado e me sento.

–– ahm, acredito - respondeu com deboche, um silêncio se fez no quarto, Tom me encarava sem parar e eu sabia que ele queria me perguntar algo.

–– quer me perguntar algo? - pergunto me sentando em cima dele.

–– quero, mas não sei se devo perguntar - diz se pondo sentado na cama e colocando as mãos na minha cintura

–– me conte, o que quer saber? - deixo um selo na bochecha dele e volto minha atenção pro rosto do garoto.

–– quem era aquele cara e o que tem na maleta? Tô sentindo que você está escondendo algo - engoli seco e desvio meu olhar, ia sair do colo dele mas o mesmo aperto minha cintura.

–– o nome dele é Raphael Smith, acabei tendo um envolvimento com ele - Tom franziu o cenho e revirou os olhos. –– nada romanticamente! Bom, ele meio que me achou num lance que eu acabei me envolvendo

–– que tipo de lance? - indagou.

–– a três anos atrás no dia 18 de outubro, eu espanquei meu ex namorado até a morte - vejo a expressão dele mudando pra um olhar sério. –– meu ex namorado estava me mantendo em cativeiro - fico em pé com as mãos na cintura, meus olhos estavam fixados no do Kaulitz –– eu tinha uma dependência emocional nele, muito forte pra ser bem específica só que um dia acabei me revoltando quando vi ele com outra

lembranças do dia vieram na minha mente, era muito difícil pra mim lembrar disso tudo.

–– ele me mantinha presa no porão da casa dele e as vezes me "deixava" sair, mas não podia passar de uma semana fora do porão - me sentei ao lado de Tom de frente pra ele, as mãos dele estavam fechadas com força.

–– seus pais não desconfiaram? - perguntou, conseguia sentir a hesitação na voz dele.

–– não, minha família achavam que eu estava viajando com o Vladimir...bom, foi isso que ele contou a minha família. Eu lembro como se fosse ontem quando encontrei ele com a minha amiga Naylana - começo a andar pelo quarto

–– o que você fez? - indagou curioso, sentia os olhos dele acompanhando cada movimento meu pelo quarto

–– nada - rio abaixando a cabeça. –– esperei alguns dias, eles não sabiam que eu havia visto os dois transando...no dia que matei o Vladimir o filho da puta tentou abusar de mim, não conseguir me segurar e acabei acertando ele com um vaso de vidro, ele não morreu - sorri erguendo meu rosto. –– prendi ele no porão da casa dele e comecei a tortura-lo....

–– eu terei feito o mesmo - os braços dele me puxaram me fazendo sentar novamente sobre ele, acariciou meu rosto e me olhou fixamente. –– não precisa mais falar se não quiser - neguei com a cabeça e suspirei.

–– eu não ia torturar ele, só que eu sentir tanta raiva que acabei fazendo. Fui embora da casa e voltei pra minha, meus pais ainda não sabem disso...bom, uns dias se passaram e eu estava voltando a minha rotina normal, comecei a ir novamente nos rachas, beber igual uma alcoólatra, fumava maconha sem parar. Um dia antes de matar o Valdemir, eu acabei sendo sequestrada por ele - mostrei meus pulsos pro Kaulitz, os mesmos havia marcas de cortes. –– quando me dei conta que estava novamente presa naquela merda de porão, eu enlouqueci, Tom! era um ciclo vicioso, eu terminava com ele e ele me prendia

–– por que não contou ao seus pais? Me sinto culpado por não está lá pra te proteger - Indagou com o maxilar trincado e alisando minha bochecha.

–– não tem porque se culpar, Tomzinho - sorrio. –– e eu não contei aos meus pais por que sabiam exatamente o que meu pai faria e eu queria fazer aquilo sozinha sem ter alguém que fizesse por mim. Quando conseguir me desprender das cordas que me amarravam, fugir do porão o mais rápido que pude mais acabei encontrando a Naylana descendo as escadas do porão, eu matei aquela vadia da pior forma possível
torturei ela, arranquei dente por dente e depois espanquei ela até que morresse, e fiz o mesmo com o Vladimir quando ele chegou da rua.

a expressão de choque e surpresa no rosto de Tom era visível, eu sei que ele jamais pensaria que eu fosse capaz de fazer algo desse tipo, mas infelizmente a realidade é completamente outra, eu não sou apenas uma garota com um rostinho bonito e estava longe de ser.

–– não precisa fazer essa cara - rio. –– eles dois eram pessoas ruins, Naylana vivia fazendo bullying com as pessoas e comigo, Vladimir era a mesma coisa só que pior. Não me arrependo de ter matado aqueles dois

–– eu só tô chocado, não imaginaria que você já tivesse matado alguém ou algo do tipo - solto uma risada alta e abaixo a cabeça.

–– as aparências enganam, Tom. Por isso que eu falei pra não se preocupar comigo, e eu te juro que vou fazer a mesma coisa com aquele chinês filho da puta do Lin, por ele mexer com você e com os garotos!

–– você fica sexy assim - o observo mordendo os lábios e alisando meu corpo.–– o que o tal Raphael tem com isso?

–– ele me ajudou a esconder o corpo do Vladimir e da Naylana. Espero que sua visão não tenha mudado em relação a mim, apenas fiz aquilo em momento de fúria...

–– minha loirinha, eu já fiz coisas piores que isso e eu não vou te julgar por ter feito aquilo, eu teria feito o mesmo se confesso comigo. - sorrio sem graça pra ele, o garoto aproximou o rosto do meu e deixou um beijo, logo se afastou juntando nossas festas.

–– aaaa, e sobre a maleta é algo banal na verdade - me levanto do colo dele e ando até o closet pegando a maleta e voltando pro quarto. –– meu pai pediu que eu guardasse isso, mais parece que ele esqueceu - solto uma risada e abro a maleta.

–– o que é isso? - perguntou tirando uma caixa de dentro da maleta.

–– é uns pendrives com alguns dados pessoais de uns.... Não acredito! - entreabro a boca e olho perplexa pro Kaulitz.

–– o que foi?

–– eu sabia que já tinha visto o rosto do DK em algum lugar - pego o pendrive e corro até minha mesinha de computador, conecto o pendrive com a numeração um e abro umas pastas.

–– não acredito! - diz chocado olhando pra mim.

𝑨𝒑𝒖𝒆𝒔𝒕𝒂𝒔 𝒚 𝑫𝒊𝒗𝒊𝒔𝒊𝒐𝒏𝒆𝒔 || Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora