XXVII

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S/n

Já fazem quatro meses desde tudo, Pablo não me incomodou mais. Acho que é melhor assim.

Ele não me mandou mais mensagens e não me ligou, a não ser pra falar de Josh. Hoje faz um ano que nós terminamos o casamento, ele sempre posta sobre a gravidez de Débora e eu acho que ele está feliz, e por mim, é ótimo.

É ótimo que ele fique com a mãe do seu próximo filho, ainda mais que ela é a Débora. De acordo com as poucas vezes que falei com aquela mulher, ela é terrível e eu desejo muita sorte a aquele bebê.

No último story postado por ele, a barriga de Débora ainda estava pequena, e eles pareciam felizes.

Eles não terminaram, afinal. Eu espero seriamente que ele esteja feliz, muito feliz. Mesmo com tudo que aconteceu, Pablo merece ser amado.

Inclusive, ele levou Josh e sua nova família em uma viagem, da qual eles voltaram hoje, Josh está na escola, vou buscá-lo e vê-lo hoje, depois de uma semana longe.

Estou na clínica, estava atendendo uma senhora com uma história bem complicada, quando a escola de Josh me ligou, a princípio, fiquei preocupada, mas desliguei meu celular e assim que a senhora saiu retornei a ligação.

- Senhora, por favor. Compareça a escola agora, é uma assunto urgente! - a moça do outro lado da linha estava nervosa.

Suspirei fundo, tentando me manter calma. Saí da minha sala e corri para o carro, mesmo não podendo ir agora.

Minhas mãos estavam suadas, eu realmente estava com medo de algo ter acontecido com o Josh.

Invadi a secretaria, Josh estava sentado em uma poltrona, a diretora do seu lado, e Pablo agachado perto dele, segurando suas mãos enquanto Josh chorava baixo.

- Oque aconteceu? - Disse me aproximando de Iosh, e Pablo levantou.

- Oque você fez? Oque fez com o meu filho? - ele estava bravo. Não entendia nada.

- Do que está falando? - me abaixei até Josh, ele estava apenas em sua camisa, sem casaco ou mangas.

- Senhora, hoje na hora do banho, a professora do Josh, encontrou alguns ematomas nas costas e atrás dos braços. Outros nas pernas. Oque aconteceu? Isso são sinais claros de agressões.

- Como? Nao.... - levantei a blusa de Josh, vendo algumas marcas, bem piores da vez que Aidan os viu no banheiro.
- eu não sei oque dizer, eu não havia percebido! Quem fez isso, Josh? - estava trêmula.

- Como? Como não percebeu! Para de mentir, porra! - Pablo trovejou atrás de mim.

- Oque quer dizer? Que eu fiz isso? Não seja idiota!

- Por favor, se acalmem! - a diretora disse.

- É, claro que foi você! Eu nunca faria isso!

- Ah, e eu faria? Não me culpe porque isso é a última coisa que eu iria fazer, ainda mais com meu filho!

- Essas marcas, são recentes, podendo ser de uma ou duas semanas. Mas tem outras mais antigas.

- Ouviu? Essa semana ele estava com você, e não comigo!

- Eh, mas podem ter sido feitas antes de eu buscá-lo, porque não tinha ninguém comigo que pode ter feito isso. Só estava eu e a Débora. E outra coisa, se foi em uma semana atrás, exatamente, ele estava com você.

- Ah, então a Débora não faria isso mas eu sou a principal suspeita, né?

- É! Você é a mãe dele, e a Débora nunca o fez nada. Ela o trata bem demais.

- Exatamente, Pablo. Eu sou a mãe dele. Josh... quem fez isso?

Não acreditava que Pablo estava mesmo suspeitando de mim daquele jeito. Logo eu?

Josh ficou quieto.

- Nos da escola não podemos permitir, são sinais claros de agressão, vamos ter que fazer um boletim de ocorrência, o pai da criança está dando apoio já que ele também notou os machucados antes e alertou a escola, até nos perguntou se foi um de nossos alunos, desconfiamos que não. Com o apoio da polícia e psicólogos, vamos descobrir isso rápido.

Ok, Pablo notou e não me falou. Ele está louco. Eu também vi mas
Josh justificou bem. Pablo era um problema pequeno agora.

- Os agentes de apoio infantil estao a caminho, não posso deixar levarem Josh a lugar nenhum até lá, ok? - A secretária disse e eu assenti, meio perplexa com tudo isso.

Seguirei as mãos de Josh, firmemente, peguei meu celular, mandando uma mensagem a Aidan, ele pode me ajudar a provar que eu não tenho nada haver com isso.

Meu condomínio não é longe da escola, então Aidan chegou antes dos agentes, contei tudo por mensagem, evitando chorar de desespero e de raiva, estava tão preocupada e culpada por Josh estar assim.

Aidan se sentou ao meu lado, Pablo não pronunciou nada além de cochichos com a diretora.

Quando os agentes chegarem, tudo foi explicado. Até então eu era a principal suspeita, por conta do tempo em que os machucados foram feitos, e claro que Pablo tem a proteção judicial - que é uma injustiça- simplesmente por sua reputação. Minha fama não conta muito por aqui, e de todo jeito, não quero isso. Odeio injustiças.

Josh se recusava a dizer, mas a todo custo falava que não foi seu pai. Isso era uma prova contra mim, eu nem sei oque está acontecendo.

- De acordo com o código judicial, não temos provas o suficiente ainda, para afastar Joshua da mãe. Ele ficará conosco durante o processo, ele passará por psicólogos e logo saberemos a verdade.

(...)
Josh Gavira

Estava assustado, não conhecia ninguém ali, tinha medo de falar a verdade, eu lembro ben das palavras da tia Débora.

" Ah Josh, e não fale a ninguém, eu sou a última pessoa que faria isso, ouviu? Se você falar, oque seu pai vai achar? Que você é fraco."

" E você sabia que se acharem que foi sua mãe que fez isso, não vai ter problema? Ela pode, então se perguntarem, fale que foi a mamãe"

Eu Ainda Te Amo - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora