XXXXVII

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(aqui, aconteceu uma quebra de tempo de pequena/ média consideração)

Pego Josh no colo, Pablo o entregou  a mim pós voltar do final de semana com ele.

— E aí meninos, como foi?

Eu sorri e Pablo sorriu fraco, já Josh deu de ombros, seu cabelos em cima da testa se mexendo quando ele me encara com os olhos cor de mel redondos bem abertos.

— oque houve, gente? — estranhei, meus cabelos roçaram no ombro quando eu coloco Josh em pé no chão.

— Não quer entrar ? — perguntei a Pablo, tentando arrancar uma resposta deles.

Josh segurou minha mão, encarnado tanto eu como o pai frente a frente.

— Na verdade, não posso...  minha filha nasceu esse fim de semana, estão me esperando lá no hospital.

Senti minha respiração faltar, entre abri os lábios prestes a dizer algo, mas não saía.

Ele acentou, e saiu.

Virou as costas e simplesmente, saiu.

Pisquei algumas vezes e suspirei antes de fechar a porta em minha frente, Josh olhou para os lados antes de dizer:

— Eu disse que preferia um cachorro, mas ninguém me ouve.

Passei a mão em meu rosto e sorri fraco, minha cabeça agora tinha um grande, barulhento e incômodo ponto de interrogação.

— Mãe, você se lembra da festa de aniversário do Benjamin que vai ter hoje? — ele me disse, me encarando nos olhos.

— Lembro sim, eu já comprei o presente. Que horas mesmo... às sete? — disse caminhando até a cozinha e escutando os passos dele atrás de mim.

— As seis. E agora são... cinco em ponto. — ele encarou o relógio de ponteiro no pulso.

— Eu te levo, tá bom? Se arruma, eu vou...

— Papai recebeu uma ligação. A minha irmã vai ficar na casa dele durante um tempinho..

Suspirei, meio atordoada .

— Eu vou te deixar lá às seis, pode ficar tranquilo. – cortei assunto.

— Então eu vou jogar videogame..?

Ele inclinou a cabeça relativamente pro lado, como se questionasse.

— Você vai se arrumar, é longe daqui de casa. — disse ao lembrar que ficava em um salão de festas afastado do condomínio

Esscutei pequenos passos na escada, junto de alguns resmungos e múrmuros.

— Tal pai... tal filho.

Sussurro, quando levo um copo de água aos lábios.

A filha dele nasceu... agora ele tinha outra criança no mundo, que a chamaria de pai.

Outro empasse, não que eu odiasse a criança ou algo assim.

Mas agora parecia estranho, saber que aconteceu, saber que e realmente engravidou aquela cobra e que alguma criança inocente pode sofrer tudo que meu filho sofreu, e não vai poder ir embora, porque agora foi realmente a mãe que o fez, ou vai fazer.

Largo o copo na pia e passo pelo quarto de Josh depois de subir as escadas, escutando o chuveiro do quarto dele ligado.

Entro no meu quarto e fico olhando as redes sócias por um momento. As notícias sobre já se espalharam.

Após alguns minutos, Josh bateu na porta do meu quarto, prontinho.

Ele vestia uma camisa lisa de linho e uma calça preta, seus cabelos estavam arrumados e ele ficou me encarnado lá da porta.

— Nossa, quem é esse rapaz tão lindo? — brinquei.

Ele ri, antes de entrar no meu quarto.

— Vamos mamãe? — ele disse se olhando no espelho.

Eu assenti, realmente estava no horário.

— Vamos sim. — pego as minhas chaves e desço as escadas, ele vem logo atrás.

(...)

— Nasceu!? Coitada da criança.

— Aidan!

— É sério! Se eu fosse filho da Débora eu fazia questão de me abortar, sei lá como comete suicidio sem nem nascer mas eu o faria só pra não ter o "privilégio" — ele fez as aspas com os dedos. — De nascer filho da Débora.

—... que horror, isso foi bem errado sabia?

— Foi a mais pura verdade.

– Obrigada por compartilhar seus desejos suicidas com uma psicóloga Aidan, que comportamento inteligente.

Ele sorriu.

— Como você tá com isso tudo, então?

Suspirei, arrancando a taça de drink que ele tinha em mãos, e bebendo um gole.

O restaurante/ bar estava com um fluxo moderado de pessoas, estava bom, na verdade.

—  Sabe... estou feliz por ele. Mas é tudo tão estranho, tão deslocado. Saber que ele tem uma filha, no qual eu não sou a mãe. E saber também que tem uma criança inocente com uma víbora sem coração como mãe... é muita informação. É chocante. E o Josh disse que a irmãzinha dele vai ficar na casa do Pablo uns dias, ou seja... até o fim do resguardo, a Débora vai ficar lá também.

Ele assentiu, passando a mão em meu ombro, levantando as sombrancelhas com a última informação.

— Acho que passa. Essa confusão passa.

Eu assenti.

— Preciso te contar algo. Bem sério, na real...

— Oque? — o encarei por baixo dos cílios, preocupada

Ele suspirou, hesitando.

— ... você deveria falar com o Pablo, sabe?

Foi oque ele disse, mas não era oque ele ia dizer.

— É? Porque? – questionei, desconfiada.

— Porque... você tá tomando conclusões e pensando de mais. Vai acabar ficando maluca e tome decisões erradas e sem fundamento.

Assenti.

Eu Ainda Te Amo - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora