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A mesa ficou em silêncio.

Não era um auditório como normalmente ocorre os julgamentos, é uma pequena sala com uma mesa grande. Na ponta, o juiz, do lado esquerdo está Débora, Pablo e um advogado, e do outro está eu e outro advogado. Josh está sentado ao lado do Juiz, como uma testemunha.

— Isso é uma prova concreta, senhor. — Meu advogado disse e os outros pareciam chocados de mais para se pronunciar, menos o juiz.

— É. Joshua, se isso é verdade, porque dizia aos psicólogos e policiais para não ficarem bravos com sua mãe, ou coisas do tipo?

— A tia Débora... — a voz de Josh estava fraca, ele parecia ter medo de dizer.
—  A tia Débora pediu que eu não dissesse sobre isso. Ela disse que se fosse  a mamãe, não haveria problema. — Débora parecia irada e fechou os olhos, tentando se acalmar.

— Senhor, se isso é verdade essa... moça deveria ir direto para a cadeia.

— Eu estou grávida! Eu não posso ir para a cadeia! — ela estava apelando.

— Você está grávida e não pode ir para a cadeia mas pode agredir o meu filho? PODE, IMBECIL? — trovejei, estava totalmente irritada com aquela mulher, não podia nem sequer ouvir sua voz.

— Senhora, ordem, tenha calma!

— Senhor, essa... mulher. Se é assim que pode ser chamada, agrediu meu filho, você vê! E todos esses dias me acusaram injustamente. Ele passou os dias longe da mãe e vivendo com a agressora! Quem não me garante que essa vadia não  o bateu novamente, hm? Se isso aconteceu de baixo do teto do pai, ele também é um irresponsável, um cúmplice. Ele pode muito bem estar incobrindo ela esses dias, ele talvez sabia muito antes de todos! —  concluí, podendo sentir o gosto da raiva em minha boca.

— Minha cliente está certa. Oque aconteceu aqui pode ser sim uma situação de afastar a vítima do seu pai. Caso ela continue vivendo com ele. Não é, juiz?

— Senhorita S/n, é absolvida de toda a culpa antes declarada por agressão ao seu filho Joshua Gavira. Agora, a verdadeira culpada foi comprovada por vídeo e é a senhora Débora Gavira, madrasta da vítima, que pagará pena de prisão durante seis meses, com direito a fiança.

Senhora? Débora Gavira? Meu Deus, eles se casaram judicialmente.

Porque isso dói?

— Seis meses? É negociável? — Débora disse.

— Espero que seja, seis meses é muito pouco pra você. — eu respondi sem a olhar, tenho certeza que a acertaria agora mesmo.

— Não é negociável. A fiança pode ser negociada com a polícia antes de ela ser transferida a uma penitenciária. Boa sorte a vocês — O juiz disse, se levantando.

Levantei rápido, indo ate Josh e o pegando no colo, sentindo um peso sair das minhas costas, deixei uma lágrima cair.

— Isso é tão injusto, Pablo! Eu... eu  não quero. Eu só queria... educar esse moleque mal educado! — ela disse agarrando os braços de Gavi, que estava imóvel, perdido em seus próprios pensamentos.

— Oque? Mal educado? Você é um víbora que precisa ser educada! — Me aproximo rapidamente de Débora, levantando a mão e a acertando com um tapa forte no rosto.

— Agradeça por estar grávida, se não eu faria você querer morrer, espero que você fique presa pro resto da vida, você deve ter uma boa reserva de dinheiro guardado porque eu vou tratar da sua fiança ser tão cara que você jamais irá ver a mesma quantidade de dinheiro em sua vida. Eu desejo o pior pra você. E boa sorte para seu filho, com uma mãe como você eu não iria  querer nascer. — Virei as costas, andando para fora, até sentir as lágrimas de Josh molhando minha camiseta.

— Oh meu bem... — abracei Josh com todo o carinho que tinha, seus cabelos macios tinham um toque carinhoso em minha mão enquanto acariciava lentamente.

— Desculpa mamãe... — ele soluçou
— Eu deveria ter falado que foi a tia Débora, eu deveria ter avisado antes...

— Agora está tudo bem, não é? Agora estou contigo de novo. — Josh assentiu.

(...)

Pablo Gavi

Saí da sala, parecendo que o mundo desabou em minhas costas.

A cinco meses atrás eu desisti dela, eu achei que não tinha mais jeito. Eu resolvi deixá-la ir e achava que tinha feito o certo.

Me casei com Débora dois meses depois, ela já pedia para aquilo acontecer a um tempo e eu já estava disposto a me casar com ela de todo jeito.

A um mês, eu achei que a odiava, eu a acusei de algo que ela jamais faria, e agora eu quero morrer por isso.

Eu estava cego. E agora parece que já está tudo muito escuro para eu enxergar.

Débora estava atrás de mim, pedindo que eu a ajudasse, eu não escutava, parecia que sua voz estava abafada.

Mas eu ainda sim sentia raiva, ela estava agredindo meu filho debaixo do meu teto. Eu não percebi, e agora mulher que eu realmente amo em odeia, e acha que eu deixei a Débora a agredir meu filho, agora ele está longe de mim, eles estão. Eu também fiz isso com ela, dói tanto.

— Débora, você não vai mais ficar em minha casa. Você está grávida de um filho meu e eu pago sua fiança e pago um apartamento para você, mas some da minha vida, nunca mais me procura. E me agradeça porque eu deveria deixar você apodrecer na cadeia.

Eu não podia deixá-la desamparada.

(PROMETI UM CAPÍTULO INCRÍVEL, NAO LONGOKKKKK)
(A quantidade de capítulos compensa, vai!?)

(Volto em pouco tempo, bjs!!!)

(Esse Pablo tá um fdp)




Eu Ainda Te Amo - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora