XXXIV

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(s/n)


Ao chegar ao hospital, encontrei Pedri na sala de espera. Seus olhos estavam inchados, e ele parecia preocupado. Ele me abraçou com força quando me viu.

— S/n, obrigado por ter vindo  ele sussurrou.

— Como ele está? — Perguntei, minha voz vacilando.

Lá estava eu, parada diante da porta do quarto de hospital, minha respiração irregular e o coração acelerado. 

Engoli em seco antes de entrar no quarto. Ele parecia tão frágil naquela cama de hospital, seu rosto marcado por contusões e curativos. Meu coração doeu ao vê-lo assim. Todos os nossos problemas e desentendimentos pareceram tão insignificantes naquele momento.

Sentei-me ao lado de sua cama e segurei sua mão com carinho. Seu rosto estava pálido, e ele não dava sinais de que iria acordar tão cedo. Senti um nó na garganta enquanto observava seu peito subir e descer com a ajuda do respirador. Tantas emoções misturadas corriam por mim naquele momento.

Pablo...   sussurrei, minha voz trêmula.

Minhas palavras caíram no vazio, sem resposta. Eu sabia que ele não podia me ouvir, mas senti a necessidade de expressar meus sentimentos de qualquer maneira. Olhei para o rosto dele, lembrando de todos os momentos que compartilhamos juntos, as alegrias e tristezas que enfrentamos juntos.

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu acariciava sua mão com cuidado. A verdade era que, nós nos amávamos incondicionalmente, ficar separados era um pecado.

Pedri entrou no quarto e me olhou com simpatia, vendo minhas lágrimas silenciosas. Ele colocou uma mão reconfortante em meu ombro e sussurrou:

 — Eu sei que é difícil, S/n. Mas ele vai superar isso. Vaso ruim não quebra.

Assenti com a cabeça, sorrindo levemnte com sua piada, agradecida por sua presença e apoio. Não importava o que o futuro reservasse para nós, aquele momento no hospital era um lembrete de que o amor entre Pablo e eu ainda estava vivo, mesmo que escondido nas sombras do passado.

Permaneci ao lado de Pablo por mais algum tempo, observando-o dormir. Havia muito a ser dito e resolvido, mas por enquanto, eu só queria estar lá para ele. Queria acreditar que, em algum lugar dentro de sua mente inconsciente, ele sabia que eu estava ali, cuidando dele, mesmo que nossos sentimentos permanecessem ocultos, aguardando o momento certo para ressurgir.

Passamos várias horas no hospital, Pedri e eu, esperando por qualquer sinal de melhora em Pablo. Conversamos sobre o passado, sobre como as coisas haviam mudado desde que nos separamos, mas evitamos tocar no assunto de nossos sentimentos ainda presentes.

A noite estava escura quando finalmente decidimos ir embora. Pablo ainda estava inconsciente, mas o médico disse que ele tinha chances de se recuperar. Pedri me acompanhou até meu carro, e quando chegamos lá, ele segurou minha mão.

Olha, eu sei que as coisas mudaram entre você e o Pablo, mas ainda existe algo forte entre vocês. Eu posso sentir isso. Ele foi idiota, mas o perdoe, ele é meu amigo e eu o conheço, você o conhece, ele se arrependeu.

Engoli em seco, olhando para Pedri com olhos cheios de emoção. Ele estava certo. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, eu ainda amava Pablo, e parecia que ele também.

 Pedri, eu... Eu não sei o que fazer murmurei.

Ele apertou minha mão gentilmente. "Dê a vocês uma chance. Às vezes, as segundas chances são as melhores. Pense nisso."

Com um último olhar, Pedri se afastou, deixando-me ali, no estacionamento do hospital. Olhei uma última vez para o prédio antes de entrar no carro. A noite estava escura, mas havia uma pequena faísca de esperança que brilhava em meu coração. Talvez, no meio dessa tragédia, pudéssemos encontrar um caminho de volta um para o outro, mesmo que tivéssemos que esconder nossos sentimentos por um tempo.



Acendam a estrelinha :)

Eu Ainda Te Amo - Pablo Gavi Onde histórias criam vida. Descubra agora