Um mês. Mais de um, na verdade. Já se passaram 45 dias desde que a criança nasceu, e cada dia pareceu uma eternidade.
Pablo me envia mensagens de vez em quando, todas curtas, como se estivesse inseguro. Cada notificação acende uma chama de esperança que logo se apaga ao ler as palavras breves e vagas.
Ele não pode me ver, está ocupado.
Está com Débora em casa...
Está falhando de novo.
Mas desta vez, se ele não conseguir se organizar, eu acenarei com a bandeira branca e deixarei a víbora com seu troféu. A decisão pesa em meu peito como uma âncora, mas também me oferece uma tênue sensação de libertação.
Meu celular vibrou sobre a superfície rígida da mesa na área de alimentação da clínica. O som reverberou no ambiente silencioso, trazendo uma distração momentânea ao meu turbilhão de pensamentos.
"Pedri"
O nome brilhou na tela. Franzi a testa, intrigada. Atendi
– S/n, bom dia – a voz dele era familiar, mas carregava um tom de urgência.
— Bom dia, Pedri – respondi, tentando manter a calma.
– Como você está? Presumo que confusa.
Soltei uma risada amarga.
— Seu melhor amigo me deixa assim. E você é o santo que intercede por ele?
— Você sabe bem que eu não sou santo. — ele brincou, e um sorriso involuntário curvou meus lábios.
— Diga logo, Pedri, por favor! — pedi, a impaciência começando a transparecer.
— Pablo está confuso. Você sabe, conhece ele tanto quanto eu. Ele te ama, mas está com medo. Coloque-se no lugar dele. Se você engravidasse de um namorado durante uma separação e agora está tentando reatar, como se sentiria?
Revirei os olhos, embora ele não pudesse ver.
— Ah, o Pablo está grávido? Não sabia – sarcasmo escorria pela minha voz.
— É sério, linda. Onde você está?
Levantei uma das sobrancelhas, sentindo a tensão crescer.
– Na clínica. Por quê?
— Porque vou aí te buscar e nós vamos fazer uma visita ao Pablo.
Meu coração acelerou.
— Vai me deixar no mesmo ambiente que a Débora? Não quero ser presa por homicídio. Ainda mais agora que o resguardo já passou e ela está apta a receber a surra que não dei por ela estar grávida – minha voz tremia com uma mistura de raiva e frustração.
— Seria uma honra ver você dar uma surra nela — ele riu, mas havia um tom sério em sua voz. — Mas tenho certeza de que você, como a mulher elegante e inteligente que é, vai se conter.
Suspirei, sentindo o peso das expectativas e do autocontrole que precisaria demonstrar.
— Venha. Pode vir. Mas não garanto nada. Se o Pablo recuar, eu o deixo lá.
Ele sorriu, eu podia ouvir na sua respiração.
— Certo. Te busco em... 20 minutos?
— Estarei esperando.
Desliguei, sentindo meu coração pulsar na garganta. Olhei ao redor da clínica, buscando um momento de paz antes da tempestade que se aproximava
(...)
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Eu Ainda Te Amo - Pablo Gavi
FanfictionApós complicações no relacionamento, S/n Clark e Pablo Gavi se divorciam, o único contato que tinham era seu filho Josh, e o amor imenso dos dois ainda era vivo, mas as vezes segunda chances são negadas. Oque acontecerá na vida do casal? Baseada na...