Bill Pov's 🔞

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O dia amanhece e acordo com Bianca deitada em meu peito. Sua respiração está leve e ela parece tranquila. Sei que ontem Tom disse para ela que não dorme com ninguém e isso a deixou chateada. Ela precisa entender que para o Tom se envolver com alguém é difícil, ele fez isso apenas uma vez e não foi bom o resultado, para nenhum de nós.
Ela se mexe e abre seus olhos devagar, se acostumando com o ambiente. Como ela consegue ser tão linda mesmo acordando?

Assim que seus olhos abrem totalmente, ela me presenteia com um lindo sorriso, da um beijo de leve em meus lábios e vai fazer sua higiene. Pego meu celular e vejo algumas mensagens do Tom e apenas respondo com um ok.

Entro no chuveiro junto com ela e a ajudo a lavar os cabelos. Ela coloca um pouco de shampoo nas mãos e começa a lavar o meu, tagarelando coisas aleatórias. Olho para seus braços delicados e paro na marca que tem no pulso, é fraca que nunca tinha reparado antes. Mas agora fica evidente em sua pele desnuda. Pego seu pulso e passo meus dedos sobre a cicatriz e sinto seu corpo tremer levemente.

- O que foi isso? - pergunto e ela tenta puxar o braço, mas seguro com um pouco mais de força, sem machucá-la. Olho para seu rosto e percebo que ficou com aquele olhar triste, de quando não quer lembrar do passado - Bia, fala comigo - peço.

- Eu, eu - sua voz vacila - Eu tentei me matar - ela fala rapidamente e seu rosto transparece conflito.

- Sinto muito - beijo a cicatriz e ela respira de forma pesada, ainda tremendo. Com o tempo que a conheço, sei que é preciso tirar camada por camada para que ela fale sobre sua vida. O tempo, talvez, para isso é curto, por conta de tudo que está acontecendo, mas tento não pressioná-la muito - Quer me contar o que aconteceu? - seus grandes olhos ficam brilhantes e sei que ela se segura para não chorar. Ela balança a cabeça em um sim e olha para baixo, pensando no que vai dizer.

- Um dia eu cheguei do trabalho, meu padrasto não estava em casa, mas minha mãe estava bêbada, para variar - ela me encara de novo - Percebi que ela estava agitada, então fui direto para o meu quarto, mas logo em seguida ela veio atrás de mim - seu corpo começa a tremer mais - Ela gritava, dizendo que fui o maior erro da vida dela, que por minha culpa meu padrasto não a queria mais, não a desejava mais e que se pudesse teria me abortado - sua voz falha brevemente, mas ela continua - Ela berrava que eu não merecia nada na vida, que eu faria um favor se morresse e parasse de infernizar a vida dela, então quando ela saiu do quarto eu fui ao banheiro, paguei a navalha do meu padrasto e fiquei encarando por um tempo - lágrimas se formam em seus olhos - Eu pensei "minha vida é uma merda mesmo, vou adiantar o inevitável", eu juro que nem senti o corte, vi o sangue escuro escorrer pelo meu pulso e escutei um grito estridente vindo da sala - ela molha o rosto no chuveiro, para disfarçar às lágrimas que caem.

- Quem era? - pergunto.

- Meu padrasto - ela responde - Ele enrolou um pano em meu pulso e me levou ao hospital. Disse que eu morreria quando ele decidisse isso - caralho, que filho da puta.

- Quantos anos você tinha?

- Treze - ela responde.

Quando termina de falar sua voz transmite tanta dor. Não é a toa que criou uma casca em volta de si. A raiva que tenho desse cara é maior do que qualquer coisa. Quero matá-lo com minhas próprias mãos, mas antes vou fazer ele sofrer toda a dor que causou em Bianca. Entendo a dor que ela sente, pois eu e Tom também fomos criados na base da violência pelos nossos pais, mas temos um ao outro, ela não tinha ninguém. A abraço, dando um beijo em seus cabelos molhados e a sinto relaxar em meus braços.

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora