Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZ

𝐆𝐚𝐧𝐠𝐬𝐭𝐚 (𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐈)

Sei que eles colocaram câmeras nessa casa e em uma extensão de quinze quarteirões. Caleb programou o sistema de alarme e segurança, e mesmo eu tendo modificado algumas coisas sem ele saber, as senhas e acessos continuam as que fez. Xaden e Dain instalaram as câmeras em pontos próximos aos deles e na casa em pontos estratégicos, que eles não sabem, pois foram instaladas antes das deles. Esperava que fossem tentar me vigiar e me manter embaixo dos seus olhos e foi exatamente por isso que essa casa foi escolhida para ficar até tudo... até tudo se resolver e conseguir voltar para a minha casa. Sem eles perceberem que fui eu, causei um apagão em um alcance de quatro quarteirões e Xaden fez a alteração de alguns centímetros no ângulo da que estava apontando diretamente para a entrada da lavanderia. E que é o local que me permite sair sem ser vista por nenhum dos homens acampados ao redor ou das câmeras que me vigiam 24h por dia. Por isso, cheguei do aniversário de Henry e a primeira coisa que fiz foi mandar uma mensagem para Spencer perguntando sobre aquelas fotografias. Não esperei sua resposta e apenas entrei no banheiro e tomei um banho rápido, vesti uma camisola e deitei na cama com o celular. Quando a resposta positiva chegou, marquei um local com ela e avisei que chegaria em uma hora, então comecei o teatro. Cronometrei os minutos ficando em cada posição, depois apenas em uma e congelei as câmeras e coloquei as imagens para repetir. Vesti uma roupa rápido, peguei minha mochila e fui direto para a lavanderia, abri a porta do armário de limpeza, então puxei a prateleira, que deu um solavanco suave e abriu para a passagem para a parte de trás da casa, que dá para uma pequena floresta, que alcança o rua atrás da minha. Projeto criado pelos Riorson. Desci as escadas correndo e adentrei o matagal, sem perder o ritmo da caminhada até encontrar a moto estacionada. 

Fiquei tão concentrada em acreditar que eles me traíram e me sufocar com essa dor, que em momento algum cogitei utilizar essas fotos para tentar localizar aquela vaca e... descobrir se foi verdade. Até eles falarem aquilo e me alertarem sobre o que não fiz. Quando cheguei no local para me encontrar com Spencer, não era ela que estava lá e sim tio Liam. Olhei para trás e para os lados várias vezes, até me aproximar dele. Ele suspira fundo e me sinto como uma criança que aprontou e o pai está esperando para dar uma bronca. 

— Vai me explicar o que está acontecendo? — mordo minha bochecha e não consigo encará-lo, não gosto de ver a expressão zangada em seu rosto. — Bia!

A chuva continua caindo, torrencial e forte, mas não estava tremendo até vê-lo. Quando ergo o olhar para ele, suas sobrancelhas franzidas e a ruga na testa me lembram que sou uma grande mentirosa. E que mente muito mal ainda por cima! 

— Cadê a Spen...

— Tem dois segundos para responder minha pergunta.

— Recebi um arquivo que contém crimes de vocês e pedi as fotos que Raquel me enviou para tentar rastreá-la. — solto o fôlego e ele arregala os olhos. 

Então Tio Liam me puxa e entramos na lanchonete próximo ao estacionamento que deixei minha moto, peço um café e apenas conto quase tudo a ele. Precisei deixar um detalhe de lado, pois não sei se vai dar certo e não posso comprometer mais ninguém. Ele escuta, de forma atenta e sua cabeça de move apenas quando parece processar alguma informação. 

— E ela te enviou isso logo depois que viu essas fotos? — faço que sim e a expressão que ele faz, é como se estivesse ido longe.

— O que foi? 

— Aquela lista estava completa? — arqueio as sobrancelhas e não demoro muito para compreender o que ele quer dizer. 

Aquele inferno todo aconteceu por conta daquela lista, a verdadeira. Jack colocou minha cabeça a prêmio por conta disso, pessoas tentaram me matar, me sequestraram, tudo de ruim aconteceu por conta daquela maldita lista. Mas, o que tio Liam perguntou me pegou desprevenida, porque não conferi, de fato, o que tinha ali, apenas confirmei que era o que foi espalhado e guardei para eles acharem.