Semana um

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| Capítulo se passa  depois que Bianca recebeu as fotos e nos dias que ficou fora | 

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| POV SEMANA UM |

A lealdade é um dos valores que mais considero necessários na humanidade. É um comportamento característico que nos acompanha há gerações. Não há como lutar uma batalha sem ser leal ao senhor da guerra. Ganhando ou perdendo, levados ao penhasco da morte, a lealdade devota garante que seguirão. Há vários sinônimos que podem se correlacionar a isso, para fins de transmitir preceitos parecidos. A lealdade leva ao respeito, fortalece a fidelidade e fomenta a dedicação. Mas, do mesmo modo, é o que mais pode te devastar quando é colocado à prova. Nem todos entendem a importância dessa palavra, muito menos o que suscita naquele a qual isso falha. É como pegar uma rosa e apertar seus espinhos, sua mão sangra, dói, lateja e mesmo depois que sara, você ainda vai lembrar da sensação.

E é isso que sinto agora, uma dor tão forte e excruciante, que me faz lembrar o quanto eles quebraram tudo de mim.

Enquanto coloco as coisas nas malas, não sei se o que pesa mais em meu peito é o medo ou a traição. Não sei como Raquel conseguiu essas informações, de todos eles, com os delitos e crimes que já cometeram. Sobre eles, com provas da época em que deveriam estar mortos. O que tem nesse arquivo é capaz de colocá-los por vários anos na prisão e os meninos pegarem prisão perpétua ou até pena de morte. São mortes e muitas evidências de tráfico de drogas e armas. Eles seguiam alguém, ao mesmo tempo que eram seguidos e pelo visto, não faziam ideia disso. Se isso vazar, se isso chegar em mãos erradas... não quero pensar, não posso... Mesmo eles tendo me traído e acabado com tudo que temos, eu os amo! Inferno! Eu amo tanto eles, tanto, que estou prestes a me colocar em risco para tentar acabar com essa confusão.

Droga! — respiro fundo — Droga, droga, droga! O que eu vou fazer? — Esmago as mãos no rosto, como se isso fosse me trazer uma luz sobre essa situação insustentável.

Raquel fez tudo isso, é a responsável pela minha vida ter virado essa salada de frutas. Tentou me estuprar, depois tentou me matar e causou dezenas de mortes nesse processo, esculhambou minha relação para a mídia, me enviou uma ameaça e de quebra, ainda me revelou que sou uma grande chifruda. Não sei o que é pior nisso, mas acredito que ameaçar minha família ainda está em primeiro lugar.

Abro o arquivo mais uma vez e apenas consigo suspirar. Há documentos sobre todos, minhas amigas, meus padrinhos, tio Liam, os meninos, meu pai, até dra. Carina. Há fotos comprovando as falcatruas que a família da Spencer já fez, Hanna furtando lojas, provas de que Aria falsificou documentos para não perder a bolsa da universidade, que tio Liam trafica em seus estabelecimentos, de duas mortes causadas pelo meu pai, quando ainda estava na marinha, da sonegação de impostos que meu padrinho fez, da Ashley roubando dinheiro do banco, a dra. Carina vendendo receitas médicas. Céus, isso é loucura, não faz sentido. Ou faz, já que Raquel me odeia e quer foder com a gente. Mas, porquê não enviou para os outros? Porque se tivesse feito isso, certamente teriam dito. Por que só mandou para mim? Para me deixar apreensiva quan...

Ah, merda!

Essa vaca não quer me deixar apreensiva, não está me chantageando, ela quer me afastar deles. De todos eles! Ela quer me isolar das pessoas que vão me proteger quando vierem me pegar, pretende me deixar vulnerável e sozinha para achar que não tenho ninguém para me defender. Desgraçada! Só que ela se esqueceu de um detalhe bem importante nessa equação, eu não preciso que me defendam.

Jogo várias peças de roupas, alguns calçados, cosméticos e perfumes, casacos, então vou até a parte do Tom e abro o cofre. Suspiro fundo. É muita grana! Puxo uma bolsa de couro preta e começo a colocar os vários bolos de dinheiro dentro. Um plano se desenha na minha mente e quando fecho o zíper, vou até o fundo falso atrás da coleção de tênis dele e empurro para trás. Espero que todo o treinamento que tive realmente me ajude! Pego quatro pistolas, dois rifles, silenciadores, adagas e o que encontro de munição. Ajeito na mala e apanho o resto que preciso.

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora