World Behind My Wall

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Um mês se passou desde que voltei a trabalhar e virei dona de empresas. Na área da tecnologia da informação Caleb continuou como gerente, então não me preocupo. Mas, fiz minha apresentação formal e fui bem melhor recebida do que na editora. Não precisei fazer mudanças, pois a empresa já tinha um plano em ação e apenas estamos dando seguimento. 

A reforma da editora finalmente ficou pronta. Henry e Morgan estão correndo de um lado para o outro, entrando em todas as salas e gargalhando pelos corredores. As paredes possuem cores diferentes e mandei colocar na parede de entrada todos os quadros com os prêmios que essa editora ganhou desde que inaugurou, há mais de cinquenta anos. A recepção ganhou sofás e poltronas novas, telefone com headset menores e modernos, que funcionam através de conexão wi-fi e bluetooth. Algumas flores e um letreiro todo em dourado. Paredes de vidro temperados foram postas em todos os andares, para conseguirmos ver o trabalho uns dos outros, isso inclui minha sala e das demais direções. Todos os móveis foram trocados e cada funcionário ganhou materiais personalizados com seu nome e função, sendo garrafas, agendas, canetas e xícaras. A cozinha foi ampliada e equipada com cafeteiras, micro-ondas, geladeira, pia com duas cubas, armários, mesa, cadeiras e uma ilha. O sistema de ar, vigilância, rede de internet, impressoras e equipamento para produzir os livros em alta velocidade foram trocados por equipamentos e assistência da empresa de tecnologia da informação que os Kaulitz deixaram para mim. Todos os computadores foram substituídos e os arquivos armazenados em drives e HD, com um sistema próprio de catalogação, armazenamento e abertura de protocolos, criado por mim especialmente para essa editora. 

Durante esse mês, Georgia e eu realizamos diversas entrevistas e o grupo, que tinha cerca de 20 funcionários, tirando as diretorias, agora conta com mais de 60 colaboradores e uma nova equipe de diretores. Entre eles, Scoot, que assumiu a direção de criação. Sua função é criar a identidade visual dos livros, pensando em todos os detalhes de custo, como tamanho da fonte, diagramação, margens, ilustrações etc. Pedi para que montasse sua própria equipe e já trabalhassem no livro da Aria, junto com a equipe de publicidade e propaganda. Contratei Ezra para o cargo de diretor de revisão e pesquisador iconográfico, já que  possui mestrado em literatura inglesa e ele escolheu sua própria equipe também. 

Ajustei meus horários o máximo que pude, para conseguir conciliar todas as coisas. Durante todo o mês que obra, nos reunimos em um espaço provisório na sede da empresa de TI e trabalhamos pesado com o marketing e divulgação do livro da Aria. Começamos a enviar os convites do coquetel de lançamento para algumas pessoas e o evento ocorrerá daqui dois meses, um dia antes do lançamento oficial do seu livro. Raquel, a moça da universidade que acabou tornando-se uma amiga, trouxe alguns contatos para entrevistas. 

Ela tem me feito companhia nos dias que estou na UCLA. Tomamos café em um intervalo ou outro entre uma aula minha, já que ela é assistente administrativo. Georgia detesta que ela fique perto de nós e deixa bem explicito o quanto não gosta da Raquel e acha ela uma pessoa muito estranha. Não consigo ver por esse lado e sim de uma mulher que não teve muitas oportunidades. Raquel confidenciou algumas coisas de sua vida. Saiu do Alabama aos dezessete anos e tentou a vida em outros lugares, até chegar Los Angeles há pouco mais de um ano. Deixou a família para trás, o pai batia nela e fugiu do namorado viciado. Disse não ter amigos, por isso acabo fazendo companhia a ela, pois sei como é se sentir sozinha. Também passo grande parte do meu tempo com Scoot. Como trabalhamos juntos, pedimos comida quando ficamos até tarde trabalhando com o resto da equipe. 

Entro em casa com Morgan dormindo no meu colo e Henry no colo do Taylor, colocamos as crianças na cama, agradeço ele e vou para o meu quarto. Tomo um banho quente, apenas passo um hidratante e desodorante e deito nua na cama. Não me tapo, nem nada, apenas me jogo e apago. Acordo ofegante e com a garganta doendo dos gritos, e estranhamente, estou tapada até o pescoço. Passo a mão no rosto e no cabelo e respiro fundo. Se ficar na cama vou acabar pensando demais, então levanto e vou direto para o banheiro. 

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora