Pacific Beach

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Filho, encontrou a bola? — grito para Henry, enquanto fecho a bolsa térmica.

 Já vou, mamãe — grita do seu quarto. 

Prometi para Henry que os levaria para a praia, então vamos para San Diego. Nossas malas e resto das coisas já estão no carro, Morgan tomou vacina hoje, então está sonolenta e já está dormindo no carrinho. Só estou esperando Henry para irmos buscar a Georgia. Pego o celular para mandar uma mensagem para ela, quando o toc toc na porta me chama. "Já vai" falo e deixo o telefone no balcão. Quando abro a porta, sou atingida por um cheiro amadeirado e adocicado, que me deixa tonta. O ar ficou rarefeito ou eu que esqueci como respira? Tom está escorado no marco da porta, com uma bandana preta na cabeça, uma blusa branca e calça jeans clara. Enquanto Bill está parado de braços cruzados, veste uma regata preta, várias correntes no pescoço e calça jeans de couro. Ambos me olham de cima a baixo, percorrendo seus olhos pelo meu macacão curto.

 Oi — a voz melodiosa de Bill entra pelos meus ouvidos, me causando um arrepio. Olho dele para Tom e finalmente consigo soltar o ar. 

O que estão fazendo aqui? 

Viemos buscar as crianças — a voz de Tom sai baixa, com aquela rouquidão deliciosa de escutar.

Taylor não me disse nada.

— Decidimos de última hora — dou uma risada debochada, porque eles só podem ser loucos. Primeiro se metem no meu trabalho, agora simplesmente acham que podem aparecer aqui quando querem? Encaro os olhos escuros de Bill e mais uma vez ele me olha de cima a baixo, como se estivesse com... fome. Seu olhar me queima.

 Como vocês não me avisaram, eu já fiz planos — respiro fundo, ignorando os olhares de Bill.

— Como assim?  Tom para ao lado de Bill e franze as sobrancelhas. Ele começa a passar a língua no piercing e meus olhar é atraído até esse gesto. Engulo em seco e o sorriso mais safado aparece em seu rosto. 

 Vou sair com eles esse final de semana, se quiserem, podem buscá-los no próximo.

— E vão aonde? — Bill pergunta e não respondo, apenas fico encarando eles. 

 Vai aonde com eles? — dessa vez, a voz de Tom sai mais séria. 

 Vou sair. 

Onde? — Bill repete e o encaro.

— Não sabia que tinha que avisá-los.

São nossos filhos também — rebate e respiro fundo. Não posso colocar as crianças no meio desse joguinho ridículo que eles estão fazendo e eu estou entrando. E sim, se vou viajar com nossos filhos, preciso informá-los, mesmo a contragosto.

Vamos para a praia — escuto os passos na escada e me viro. Henry desce com a bola de futebol nas mãos e a larga quando os vê, correndo até eles. 

E voltam quando? — Bill pergunta, enquanto pega Henry no colo.

— Daqui dois dias.

 Iai garotão — Tom beija a testa de Henry — Fiquei sabendo que vai para a praia com a mamãe — ele me olha e sorri de canto. Desvio o olhar para minhas mãos e mordo o lábio, pois preciso controlar minhas emoções. Vê-los com o Henry sempre me deixa em ebulição.

 Eu volto já — volto para dentro de casa e corro até o balcão. Mando uma mensagem para Georgia, avisando que estou saindo, coloco minha bolsa no ombro, a bolsa térmica nas mãos e empurro o carrinho de Morgan para fora. 

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora