The Game Of Love 🔞

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Quando fui embora, tio Liam começou uma reforma enorme no bar. Construiu um deck, cercado por vidros blindados por toda a extensão, e junto fez uma área de show, com um palco, instrumentos e sonorização adequada, mesas e cadeiras. No espaço dos fundos, ele utilizou para ampliar a cozinha, consequentemente aumentando toda a extensão na parte de dentro do bar. Quando voltei, a obra estava concluída e o bar estava incrível. Mas, mesmo com todo o novo espaço, feriados são sempre caóticas em L.A. Centenas de pessoas bêbadas, dançando e gritando passeiam pelos bares da cidade, e no bar do tio Liam, não seria diferente.

A música alta e as pessoas cantando no karaokê nos obriga a falar umas com as outras gritando.

Tua chefe é uma vaca — digo a Hanna, pois a chefe dela marcou o desfile bem na data da viagem para o Brasil, então, Hanna não irá nos acompanhar, nem Aria. 

— Não sei porquê você não abre sua própria coleção de roupas — Georgia fala para ela. 

Eu teria que começar do zero, todos os meus croquis são dela — parece frustrada — E isso demanda tempo e um dinheiro que não tenho.

Tomo um grande gole da minha cerveja e falo — Fala com o Bill — todas me olham sem entender — Ele sempre dizia que queria ter uma marca de roupas e ele gosta de moda  Spencer franze as sobrancelhas para mim — O quê? Ele tem dinheiro e a Hanna não precisaria mais aguentar essa mulher insuportável, todo mundo ganharia.

— Não tenho coragem de pedir isso para ele. 

A porta se abre o vários homens entram cantando alguma música que não reconheço. Um deles está no meio de todos, com uma faixa escrito "o último romântico vivo". Olho para minhas amigas e caímos na risada. 

Mais pessoas iam chegando, até todas as mesas estarem ocupadas e o espaço lotadíssimo. O Sol ainda estava lá fora e entrava pelas janelas, mas eu precisava me espremer para buscar cerveja ou praticamente gritar para o garçom vir até nossa mesa. A despedida de solteiro estava animada, com os padrinhos - acredito eu - quase deixando o noivo zonzo de tanto gritarem. Um deles subiu na mesa e chamou a atenção de todos.

 Meu irmão aqui — fala com a voz embriagada — Ele vai casar amanhã, então como somos escoceses e é tradição do nosso povo, todas as mulheres solteiras desse lugar vão pagar para darem um beijo nele e ele escolherá aquela para dar o último beijão de verdade — aponta para o noivo, que está vermelho como um tomate — Aproveitem, porque amanhã ele coloca a coleira para sempre — pula da mesa e os outros começam a gritar. 

Com o balde de gelo em mãos, ele foi caminhando e quando as moedas ecoavam no fundo do balde, as mulheres se aproximavam e selavam seus lábios nos dele. Uma por uma, ele foi caminhando por todo o bar, com seus amigos nos calços fazendo um estardalhaço. Duas mesas é o que nos separam dessa tradição estranha. "Eeeeeeeeeeeeh" eles gritam cada vez mais alto. Uma mesa entre nós e o beijoqueiro que vai casar amanhã. Ele para na frente da Spencer, ela larga a moeda no balde e ele lhe dá um selinho rápido, "Eeeeeeeeeeeeh" eles gritam. Sou a próxima, então o noivo para na minha frente, toco a moeda ali dentro e ele se aproxima, me dando um selinho tão rápido, que não deu tempo nem de sentir seus lábios. Ufa! Os gritos ecoam e ele continua, primeiro na Hanna, passa pela Aria que faz sinal que é a única compromissada e para da frente da Georgia. Ela desvia seu olhar para nós, apavorada e preciso morder o lábio para não rir. Ela olha novamente para nós e seus olhos se arregalam, mas coloca a moeda no balde e o noivo de aproxima dela. Ele toca seu rosto e o que era para ser um selinho, se transformou em um beijo de língua. Georgia tenta afastar ele,  que segura a cabeça dela com a mão, ela tenta de novo e ele apenas vira a cabeça para o lado, mudando a posição do beijo. 

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora