Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZ

É Nossa!

Minha cabeça lateja quando abro os olhos. Por que diabos fui beber tanto assim? Encaro o teto, sentindo a claridade da rua em meu rosto. Olho em direção a porta do banheiro e alguns flashs de ontem surgem em minha mente. A tensão, o medo, a excitação... O nível alcoólico que estava ontem me faz ponderar se eles realmente estavam aqui ou se eu estava loucona e excitada demais e acabei descontando tudo na masturbação. Acho que nunca vou saber,  então me dou por vencido e vou tomar meu banho para ir trabalhar. Depois de duas xícaras de café e aspirinas, calço meu salto e tiro uma foto da roupa nova e mando para as meninas.

O que mais se fala nos últimos dias, além da injeção de dinheiro do Tokio Hotel, é sobre os jogos universitários e sobre a "noite do diabo". Basicamente, é a tradição onde os alunos podem usar os espaços do campus para fazer festas e outras coisas. Nunca participei quando era aluna, mas já escutei muitos boatos sobre essa noite. A universidade tem uma igreja abandonada, que no subsolo, há uma masmorra. A princípio, todas as maiores bizarrices acontecem nesse espaço, para as pessoas consideradas "corajosas". Na época que eu estava aqui como aluna, vi muitas meninas desistirem dos seus cursos e irem embora. Só o que se fala é sobre essa noite, em sussurros nos corredores e mensagens discretas na sala de aula.

Entro na sala de aula e alguns alunos já estão em seus lugares. Hoje dou aula de bioquímica avançada aplicada a farmacologia e alunos de diversos cursos estão matriculados.

Depois de uma manhã inteira quase os deixando zonzos de tanta teoria, entrego duas listas de exercícios para cada um.

— Não preciso nem falar que vale nota e vai ajudar a estudar para a prova, né? — eles riram enquanto passavam as folhas um para os outros.

Um aluno levanta a mão -—Professora, você vai na noite do diabo? — franzo as sobrancelhas para ele.

— Não é uma noite para os professores.