CAPÍTULO EXTRA: O Plano

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Olhando para a porta do reservado, minha mente gira em 360º. Me levante e me recomponho, lavo o rosto e seco as lágrimas que insistem em sair. Saio do toalete e vejo Sawyer parado com sua postura rígida de segurança. Preciso me livrar dele. Finjo um mal estar.

— Sawyer — o chamo e ele se aproxima — Pode me buscar uma água, por favor? Não estou me sentindo muito bem — me sento no estofado a frente e faço uma cara piedosa. Ele assente e caminha rapidamente em direção ao local que tenha o que lhe pedi. Assim que ele sai do meu campo de visão, me levanto e corro rapidamente para fora da clínica e ataco o primeiro táxi que vejo. 

Meu coração está acelerado, que parece que vai saltar para fora do peito. Paro em um posto de gasolina qualquer e peço para o motorista esperar. Entro no estabelecimento e compro três celulares descartáveis e pago em dinheiro. Volto para o táxi e vou em direção ao meu banco.

— Preciso sacar todo o meu dinheiro — o gerente, que me olha com desconfiança. Entrego meu documento e ele analisa, ainda desconfiado — Por favor, estou com um pouco de pressa — assente e sai da sala. 

Descobri que tenho bem mais do que esperava em minha conta, com uma transferência de 25 mil dólares feita por Tom Kaulitz há um tempo. A data da transferência remete ao dia anterior ao aniversário do meu filho, o que significa que ele fez isso depois que fomos ao mercado e não o deixei pagar a compra. Era por isso que ele mexia no celular de forma tão travessa. Maldito! Isso me impossibilitou de tirar o dinheiro direto no caixa. Enquanto aguardo o gerente retornar, minha perna balança sozinha e já comi todos os cantinhos das minhas unhas. Já estou quase indo atrás do homem quando o vejo entrando na sala com um envelope cheinho em mãos. Assino os papéis que precisam e saio em disparada para a rua. 

Caminho olhando para os lados, com um frio na espinha me acompanhando. Pego o primeiro táxi que vejo e dou o endereço da casa dos meus tios, torcendo para eles estarem lá. Assim que pago o motorista, saio do carro e percebo as janelas abertas. Bato na porta e parece que os segundos se tornam infinitos até ela ser aberta. Minha tia aparece expressando surpresa em seu rosto ao me ver ali, naquela hora do dia. Olho para os lados e entro na residência.

Oi amor — fala minha tia, me abraçando — Tá tudo bem? — ela fecha a porta atrás de mim e me olha com as sobrancelhas arqueadas.

O tio tá ai? — pergunto e ela faz que sim com a cabeça — Pode chamá-lo? Por favor, é muito importante e não posso demorar — ela me olha surpresa e grita chamando por ele. 

Longos segundos se passam e ele aparece, com aquele seu jeito tranquilo e carinhoso, me dando um beijo na testa, mas notando que algo estava errado. 

O que aconteceu? — minha tia pergunta e eles se entreolham. 

Eu não tenho muito tempo, então eu vou direto ao ponto — respiro fundo — Eu me meti ... em algo perigoso — arregalam os olhos — Lembram daquela vez que fui encontrada naquele beco?  — balançam a cabeça fazendo um sim e os vejo tensionar os músculos faciais — Vocês sabem que Jack fez aquilo, mas na noite antes de me acharem, ele me fez criar um documento, uma lista, que continha informações dos ... — meus olhos começam a arder — Informações de algumas pessoas, de criminosos - solto o ar — E tudo isso que aconteceu comigo é por causa disso — uma lágrima desce em minha bochecha e a seco rapidamente. 

Oh minha querida — minha tia fala, passando a mão em meu rosto — Por que nunca contou para nós? — vejo a mágoa nos olhos deles.

Eu não podia colocar vocês em perigo, e-eu — minha voz falha — Tia, Tio — olho para ele —  Eu vou fugir e eu preciso que vocês façam o mesmo.

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora