𝐀𝐭𝐥𝐚𝐧𝐭𝐢𝐬 𝐈𝐈 🔞

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Não sei em qual momento acabei dormindo, enquanto eles tentavam me acalmar, só recordo de chorar e chorar e chorar, então mergulhar em uma profunda solidão e tristeza. Acordo com a cabeça explodindo de dor e até para abrir os olhos dói e faço isso com dificuldade. Me levanto devagar e os procuro pelo quarto, mas não os vejo, então vou direto para o banheiro. Me olho no espelho e quase não consigo encarar a imagem pálida e os olhos vermelhos de tanto chorar. Estou tão cansada, tão cansada... Puxo o ar para os pulmões e Apenas faço minha higiene e tomo um banho rápido.

Chego na cozinha e todos param de falar no mesmo momento. Os gêmeos se levantam de imediato e vem até mim, o semblante preocupado, sendo cuidadosos até na forma de se aproximar.

íamos ver se tinha acordado — Tom avisa e forço um sorriso fraco.

Aceito suas mãos e os acompanho até a mesa que está posto o café da manhã. Todos parecem cautelosos e com receio de dizer alguma coisa errada. Sei que escutaram meu choro desesperado antes de simplesmente apagar, e que provavelmente, pensam que vou voltar ao estado que estava antes dos Kaulitz retornarem. Mas, como voltar de algo que você nunca saiu? Não de verdade! A felicidade com eles é real e genuína, mas a dor, o buraco em meu peito, não teve tempo de tentar se curar e recuperar. Não aguento mais essa avalanche de coisas acontecendo ao mesmo tempo, essa quantidade absurda de informações e coisas terríveis que não me permitem descansar e pensar em outra coisa.

Como está se sentindo? — Georgia me pergunta, ao mesmo tempo que troca olhares preocupados com todos.

A mentira está na ponta da língua, as palavrinhas dizendo que estou bem queimam minha boca para saírem. Contudo, estou cansada de fingir, exausta por não conseguir admitir, mesmo que por um momento, que estou destruída. Querer me manter forte o tempo todo é que me faz cair no abismo em minha mente cada vez mais.

Bia, aquilo não é sua culpa! — Georgia diz e pega minha mão.

Olho para ela, minha amiga querida e corajosa, que teve a vida virada desde que me conheceu. Devo tanto à ela, a eles.

Jack tinha uma câmera — meu coração encolhe ao me permitir lembrar — Era uma câmera velha, que ele comprou em uma venda de garagem. No início, quando o conheci, ele era até legal. Ficava sempre me filmando, quando estava lendo ou comendo, desenhando, brincando... eu achava que era normal, na minha cabecinha de criança ele estava colecionando memórias, estava fazendo o que minha mãe não fazia. — respiro fundo, para afastar o bolo que se formou na minha garganta.

Todos me olham, com a total atenção em minhas palavras. Falar do meu passado e mostrar as cicatrizes deixadas em meu intimo sempre foi algo que evitei a todo custo. Mas aqui estão pessoas que estão arriscando tudo por mim e merecem a verdade. Com cicatrizes, com espinhos e tudo.

— Mas então, ele começou a me filmar quando estava no banho ou trocando de roupas... — Bill aperta minha mão, Tom encosta sua testa em minha bochecha e ter o apoio deles, para mostrar minhas partes mais vulneráveis aos outros, me dá coragem para continuar. — Um dia, eu estava no quarto, eles estavam bebendo e fiquei trancada para não me notarem, que não adiantou muito. Nora entrou primeiro, me disse para tirar a roupa porque queria ver meus seios e eu disse que não faria isso. Me coloquei mais para trás na cama, que ela estava determinada a fazer aquilo.

Criminous Paradise | TOM E BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora