Amor Irreal

O Pacto

— Como não imaginei, todas querem... — Stenio disse suspirando, ele adorava dormir com qualquer mulher, mas desde que o boato sobre a imposição do rei João havia se espalhado, todas estavam disputando para se casar com ele e isso o estava incomodando muito. —  Quem não quer ser rainha não é mesmo?

— Oh não, não é por isso que eu quero me casar com você! — Ela suspirou. — Deixa eu me apresentar, eu sou Heloisa, princesa do Reino da Lua.

— Oh, você é a princesa do reino da Lua, estudei ele em reinos decadentes... — Stenio disse com desdém.

— Meu reino não está em decadência, passamos por alguns problemas, mas nós já nos reestruturamos.... — Ela falou.— Mas, poderíamos fazer alguns acordos, como por exemplo vocês nos deixarem desviar um pouco de água do seu rio da região sul e nós deixaríamos vocês construir a estrada que passa pelo nosso reino para ligar todas as suas províncias e ajudar nos mantimentos para o inverno uma vez que esse ano sua colheita foi a pior da historia...

— Você não é só um rostinho bonito não é mesmo...  — Stenio disse. — Olha você parece ser encantadora, mas eu realmente não quero me casar, nem com você nem com ninguém....

— Eu quero me casar mas não é com você! — Helô falou.

— Eu não estou entendendo. —  Stenio disse confuso.

— Eu estou apaixonada por uma pessoa, mas meu pai nunca irá me deixar casar com ela... —  Ela explicou.

— E como exatamente se casando comigo você irá se casar com essa pessoa? — Ele não entendia.

— Olha, no seu reino existe uma lei que se dentro de dois anos, a futura rainha não for capaz de conceber um herdeiro para o trono, o rei tem o direito de devolve-la para seu pai e se casar novamente.— Helô falou.

— Parece que você estudou nossas leis...— Stenio falou surpreso.

— Casaríamos apenas de forma comercial, eu ajudaria seu reino e até te daria mais tempo para você encontrar uma mulher que  ame e você ajudaria meu reino, dormiríamos em quarto separados e você poderia ter encontros com quem quiser assim como eu, no final dos dois anos onde eu não teria seus herdeiros, você me devolveria para meu pai e para livrar nosso reino de tamanha vergonha ele aceitará que eu me case com o primeiro que aparecer disposto a ter uma mulher seca... — Helô falou. —  Assim poderei me casar com o Mathias e quando tiver nossos filhos, acharão que foi um milagre e ele seria muito respeitado...

— E quanto a minha reputação? — Stenio questionou.

— Eu direi que depois que você me devolveu eu fiz um sacrifício para a deusa da fertilidade e ela aceitou, além disso, quando você tiver seus filhos as pessoas nem vão mais lembrar... — Helô falou. — E continuaremos com nossos acordos comerciais.....

— Se alguém descobrir, nos dois perdemos nossos tronos. — Stenio falou.

— Quem vai provar que nosso casamento não é real? — Helô  falou. — Metade dos nobre depois da primeira noite só vai ao quarto das esposas uma vez por mês, ninguém iria notar, sem contar que nobres tem vários tipos de amigos e amigas íntimos....

— Bem sim, isso é verdade... — Stenio falou. — Olha, Helô né, sinto muito, gostaria de ajudar, mas eu não posso... Quero dizer, seu pai já deixou claro que odeia nosso reino, ele nunca iria permitir que eu me casasse com você.

— Em três dias vamos dar nosso baile da colheita, estarão presentes todos do conselho, se você mudar de ideia, seu pai deverá fazer o pedido formal ao meu pai após o jantar, pois na presença do conselho, meu pai nunca iria recusar o pedido. —  Helô falou. — E ele nunca iria expulsar vocês pois o baile é sagrado e quanto mais convidados melhor....