A Primavera

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Ela fechou a porta sem ser vista por eles, mesmo não querendo admitir, aquilo a feriu profundamente. Para se distrair também, Helô começou a se envolver com Barros um dos guardas reais e isso deixava Stenio louco de ciúmes que também fazia o possível para não demonstrar. Após a fase mais critica do inverno, as coisas foram voltando ao normal conforme a temperatura ia subindo indicando a aproximação da primavera. 

Dias depois

— Stenio, Bianca me pediu para te entregar isso...— Helô falou entregando uma carta selada para ele.

Ele achou estranho mais não disse nada, eles evitavam falar sobre Bianca ou sobre Barros um com outro. — Ela está indo embora.... Você tem alguma coisa haver com isso? —  Ele perguntou acusando ela.

— Por que eu faria isso? — Helô perguntou ofendida. 

— Eu não sei, talvez você tenha ficado incomodada com ela..... — Ele falou.

— Por favor, não se dê tanta importância...— Helô falou bufando. —  Nós temos um acordo, você não se envolve nas minhas coisas e eu não me envolvo nas suas.... — Helô disse saindo da sala dele irritada.

— Helô espera... — Ele foi atrás dela. — Desculpa, não queria ter te acusado.

— Tá. — Ela disse entrando no quarto dela.

— E se fossemos cavalgar hoje? — Ele perguntou seguindo ela.

— Não vou ser seu premio de consolação Stenio. — Ela disse ficando ainda mais irritada. — E também parece que vai chover....

— Que prêmio Heloisa, só te chamei para ir da um passeio pelo reino. — Ele disse.

— Claro, para curar a dor de cotovelo em perder sua amiguinha. — Helô falou morrendo de ciúmes. — Você não acha melhor chamar a Bianca para ir passear pelo reino com você de despedida????

— Eu quero passear com você Heloisa e não com ela. — Ele disse duro. — Além do mais, se eu quisesse, poderia obrigar ela a ficar.

— E não vai? — Helô perguntou cruzando os braço sem conseguir disfarças os ciúmes dela.

— Não, desde que você esteja comigo, não me importo com mais ninguém. — Ele falou acariciando o rosto dela. — E ai, vamos cavalgar? 

— NÃO! — Ela disse virando de costas para ele mas dando um pequeno sorriso.

— Ah vai Helô, poxa... — Ele falou andando até ela e colocando as mãos na cintura dela  por trás. — Tenho certeza que seu cavalo vai sentir muito sua falta esses dias que vamos passar em Lua... — Ele falou dando um cheiro no pesco dela.

— Tá, tá, Stenio, mas eu só vou fazer isso pelo Constantino. — Ela disse se afastando dele antes que cedesse ao que ela sabia que ele estava tentando.

— Constantino? — Ele perguntou curioso.

— É o nome do meu cavalo.... — Ela disse e ele caiu na gargalhada.

— EU não sabia que ele tinha um nome. —  Ele disse rindo.

—  Você nunca perguntou. Agora sai, preciso me arrumar. Me espera no estábulo. —  Ela disse.

— Tá, vou na cozinha pegar algumas coisinhas para gente comer. —  Ele deu um beijo na bochecha dela e saiu do quarto.

Em poucos minutos, o casal chegou à margem do lago; devido à época do ano, já estava cheio de flores roxas soltas, como na primavera anterior.  Mas para a surpresa deles começou a chover, porém ao invés de montar no cavalo para voltarem ao castelo,  Helô correu para dentro da floresta rindo, Stenio a seguiu e então eles começaram meio que um jogo onde um não conseguia pegar o outro até que ele a prendeu em uma árvore.

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